Dois anos após sua última visita, Steven Wilson voltou a Portugal para mais um concerto na Sala Tejo do Altice Arena. O músico britânico vive ainda o sucesso do seu anterior álbum, 'Hand. Cannot. Erase.’, que superou [em vendas] todos os seus outros trabalhos, incluindo os dos lendários Porcupine Tree. Isso foi notável no público que assistiu ao concerto, todas as camadas etárias se encontraram para assistir ao concerto…e que espetáculo foi!
Na bagagem, Steven Wilson trouxe-nos este ano várias músicas de Porcupine Tree como por exemplo “Arriving somewhere but not here”, “The Creator Has a Mastertape” ou “Even Less” entre outras.
Esta noite, o local encontrava-se com uma moldura humana muito atrativa e recetiva.
Uma prova do progresso feito pelo “Mestre do Prog" que claramente conseguiu deixar sua música evoluir, conquistando novos fãs mantendo fieis os “fanáticos” originais dos Porcupine Tree, aparentemente nada decepcionados com as produções novas menos progressivas.Quando “Permanating” parecia que afugentaria o público com o seu registo pop, Steven Wilson consegue entrar na mente das pessoas, fazendo alusão aos Beatles e aos ABBA: “Quem daqui não gostar de ABBA, uma música que seja, está a mentir” e o próprio diz gostar imenso da música, o resultado é uma plateia de corpos a abanar e mãos no ar.
Os músicos sobem ao palco de todas as emoções e começam a brilhante interpretação deste concerto conceptual. Wilson faz-se acompanhar pelo seu fiel baixista Nicky Beggs (ex-Steve Hackett e Kajagoogoo), o teclista Adam Holzman (trabalhou com Miles Davis) e dois novos membros, o baterista Craig Blundell e o guitarrista Alex Hutchings.
A promessa de que iriam tocar muitas músicas, entre elas, das sua banda mítica (Porcupine Tree) e ainda com algumas estreias em palco (isto começava bem).
Um set dividido em duas partes, um intervalo de 15 minutos e um encore, a única coisa que podíamos pedir era que continuasse a tocar até esgotar o repertório.
As duas falhas técnicas foram o anti-climax de todo o espetáculo e em nada macularam a performance. “Ter tudo é sempre o melhor” disse Wilson…e nós tivemos tudo.
A sombreada atmosfera que Steven Wilson construiu em torno do seu nome é prevalecente das suas próprias composições. A profundidade lírica e harmonia musical transmitem isso mesmo. O ambiente é sempre muito envolvente e introspetivo. No cenário, sempre as curtas-metragens com imagens de solidão, nas granes cidades, nas casas, nos espaços amplos ou confinados, mas com isto não pretende passar uma imagem deprimente, apenas nos fazer sentir reais, desprovidos de capas e máscaras que usamos no dia-a-dia.