A Trilogia Noites de Metal em Lisboa no RCA Club: Na anterior sexta, sábado e este domingo, o clube acolheu três eventos seguidos de grande metal, com a passagem de 11 bandas pelas três noites. A prova que a cena Underground está muito viva!
Com o seu mais recente trabalho ‘Strength In Numbers’, editado pela Century Media em 2017, a banda mítica de Thrash / Death Metal da Suécia The Haunted regressa a Portugal, no âmbito de uma digressão Ibérica com uma dezena de datas. O dia 18 de Fevereiro é a data exclusiva de passagem da banda pelo nosso país, trazida pela mão da Notredame Productions, com sala marcada no RCA Club, Lisboa.
Com eles trazem a companhia e todo o peso de Norunda (Portugal / Espanha), The Descent (Espanha) e Revolution Within, os convidados especiais para abrir o concerto em Portugal.
Report em parceria com a World Of Metal (artigo original aqui)
Texto Hélio Cristóvão para WOM
Fotos Joana M. Carriço para SFTD Radio (todas as fotos aqui)
Rui ‘Raça’ Alves bem anunciou que esta seria a ‘A’ noite do thrash. Os Revolution Within foram a nossa banda portuguesa, vindos do Porto, os convidados especiais para abrir as hostilidades da noite. Após uma introdução, abrem a rasgar ao som de ‘Suicide Inheritance’, uma malha retirada do último disco ‘Annihilation’ (Rastilho Records, 2016). Como banda de abertura, e devido à hora, temos ainda uma sala tímida, mas as pessoas vão chegando e simplesmente é impossível ficar indiferente ao som agressivo e consistente dos Revolution Within, eles marcam grande presença no palco, com dignas descargas de energia e atitude de thrash metal, e estão sempre a puxar pelo pessoal.
Seguem-se os temas ‘Silence’, ‘From Madness To Sanity’, ‘Until I See The Devil Dies’ e ‘Pull the Trigger’. Mais uma vez o som do RCA estava muito bom, e sem dúvida que a banda deixou a sua marca ao agitar o pessoal. Ao apresentarem a canção ‘Pure Hate’, que seria a sua penúltima para a noite, convocaram uma Wall of Death, e ao chegar ao último tema, ‘Stand Tall’, que regressa ao primeiro disco da banda, 'Collision' (Rastilho Records, 2009), despedem-se cheios de groove nos compassos finais desta última malha. Agradecem e despedem-se com um até breve, sob os aplausos dos presentes.
The Descent vieram de Espanha, e esta é a sua primeira vez a tocar em Lisboa.

Eles trazem uns acessórios porreiros, duas grades com o logótipo da banda cravado, que colocam na frontal do palco. Por vezes sobem-nas e essa pose confere ainda mais agressividade, atitude e rebeldia no manifesto da banda.
Neste concerto, tocaram quase na totalidade o último disco ‘The Coven Of Rats’, lançado em Novembro de 2016 pela Suspiria Records. Seguem-se os temas ‘Falling From Grace’, ‘New Millennium Spawn’, ‘Dead City Gospel’ e ‘Seeds of Madness’.
A prestação ao vivo de The Descent, só veio reforçar a capacidade técnica desta banda formada em 2006, em Bilbao, Espanha, assim como a brutalidade que emana deste recente álbum. A adesão do público foi boa na linha da frente, já se notando uma casa bem composta. Seguem-se os temas ‘Ten Times Stronger’, ‘At the Foot of the Monolith’, e a fechar, ‘The Coven of Rats’, que dá o título ao disco. A sublinhar o poder que nos apresentaram nesta noite, The Descent, uma experiência que a própria banda adorou, e referiu, após uma breve troca de palavras: “The first time in Lisbon was a Blast, hope we can make it to your beautiful country again”.
A festa continua, ao som dos Norunda, que começam a atuar ainda 5 minutos antes do horário previsto. Planeamento impecável entre trocas das bandas. Durante uma atuação de cerca de 50 minutos, tiveram o tempo para deixar a marca do disco ‘Irruption’, editado pela Suspiria Records, 2017.
Apesar de ser uma banda recém-formada com apenas dois anos, os seus membros, músicos experientes colocam um bom show em palco, ao trazer o som de thrash metal clássico com melodias eficientes e influências old-school. Muito divertidos, sempre muito comunicativos com o público e sem nenhumas asneiras a conversar ora em português, ora espanhol… a destacar o momento em que o vocalista/guitarrista Rubén Cuerdo sai do palco e vem tocar para junto do público, e o solo do baterista Marcelo Aires (também em The Ominous Circle, W.A.K.O) que cativou toda a audiência.
A casa prepara-se ao seu melhor nível esta noite para receber The Haunted. Não estando casa cheia, estava ainda assim bem composta com mais de metade da lotação numa noite de Domingo.
A banda entra em palco a abrir com dois temas do novo álbum 'Strength In Numbers' (Century Media, 2017), com a introdução do tema ‘Fill The Darkness With Black’, logo seguido de ‘Brute Force’, que tem uma entrada de peso monumental, e logo aí, a banda solta de imediato toda a sua fúria e não há alma parada na casa. O vocalista Marco Aro canta furiosamente e percorre todos os cantos do palco. Sim, ele vem cantar junto aos pilares nas laterais para lançar o caos. É tempo de Mosh. Mosh, mosh!

O som está no ponto, típica qualidade da casa, e a banda avança para temas de álbuns mais antigos entre 2000 e 2006, pela ordem de ’99’, ‘Trespass’, ‘The Flood’ e ’The Medication’. A plateia é neste momento uma zona de guerra! Com Wall of Death, Stagediving, por altura destas canções… é tempo de todas as hostilidades!
Após um breve regresso ao novo álbum com o tema ‘Preachers of Death’, seguem-se temas dos discos ‘Exit Wounds’ (2014) e ‘Revolver’ (2004), pela ordem de ’Trendkiller’, ‘Time (Will Not Heal)’, ‘All Against All’, ’No Compromise’.
A banda estava imparável, e a prestação foi crescendo de tal modo que assistimos a um banquete do metal extremo Death / Thrash técnico, por vezes melódico, servido pelos veteranos da Suécia.

“Portugal this is so f*cking amazing! Thanks!! Here's the deal, one more song and you lift the f*cking roof out of this room tonight. We're in this together!!
Neste momento, já ele tinha saltado para cima do público e cantado a fazer crowdsurfing pelas mãos dos fãs de uma ponta à outra da sala, a banda simplesmente estava fortíssima, e a audiência no auge.
Tocaram ‘Hate Song’ do seu álbum de estreia, (Earache Records, 1998), e quando por momentos saíram do palco, Nem os fãs os deixavam ir embora, nem eles queriam. Para o Encore, guardaram ‘Eye Of The Storm’, e a finalizar, momento de culto com ‘Bullet Hole’ de 1998.
Em conclusão: RCA totalmente possuído pelo som dos The Haunted, que trouxeram o seu imenso poder para deixar todos os presentes ao rubro, numa atuação memorável, furiosa, brutal.
Report em parceria com a World Of Metal (artigo original aqui)
Texto: Hélio Cristóvão para WOM
Fotos: Joana M. Carriço para SFTD Radio (todas as fotos aqui)
Agradecimentos: Notredame Productions