Se há um festival em Janeiro que muitos aguardam com alguma (grande) ansiedade é, sem dúvida, o Xxxapada Na Tromba – Freak n’ Grind Fest. E não estou a falar apenas em Portugal, já que uma grande percentagem de público vem de além-fronteiras.
Com um interregno de apenas um ano (felizmente!), este ano de 2018 marcou o regresso deste festival e os passados dias 19 e 20 de Janeiro foram dias de música extrema com fartura, mas, sem sombra de dúvida, também dias de muita animação e convívio. Arrisco mesmo a dizer que este festival vive de muito mais do que apenas da música!
À parte do que se passa em palco, menos (mas não inexistentes!) bóias de patinhos e barcos insufláveis do que em anos anteriores… e este ano nem vi a Abelha Maia, que há muito perdeu a sua peruca pelo caminho, mas não faltaram as bailarinas/animadoras sado-maso, os cantinhos com as bancas de Merchandising e o espaço das tatuagens… ah!... e, no meio da “confusão”, até se deu um casamento. Mas já lá vamos!
BURN DAMAGE |
GROG |
No segundo dia deste festival, verificaram-se alterações de última hora. Os alentejanos HochiminH tiveram de cancelar a sua actuação e, desta forma, a (suposta) 1ª banda da noite colmatou este “buraco”, começando, então, as hostilidades apenas às 18h. Na realidade, deram a oportunidade ao público de ter mais uma hora para recuperar forças… já que a noite ia ser longa.
Assim sendo, coube aos Dead Meat começar a aquecer o ambiente do dia 20 no RCA Club.
Ainda com a casa meio despida, a banda de Castelo Branco apresentou músicas do seu novo álbum, saído em Dezembro do ano passado, “Preachers Of Gore”. Repetentes neste festival e a espalhar o seu Death Metal desde 1993, conseguiram começar a reanimar o público que começava a ocupar a sala.
(c) Ricardo Branco |
Sem demoras, os Kaliyuga subiram ao palco e a energia da vocalista Emilie espalhou-se de forma contagiante.
Este trio tocou o seu grindcore meio atípico e foi impossível tirar os olhos do palco, a não ser para as primeiras movimentações à frente deste, devido à entrega desmedida de Emilie… como se o mundo fosse acabar no momento seguinte. Digamos que foi um tsunami dos bons que por ali passou.
(c) Ricardo Branco |
Banda que dispensa apresentações foi a que se seguiu.
Neste momento em tour por terras brasileiras, a Besta (como o carismático Paulo Rui os apresenta) é a banda que mais mensagens sociais “sopra” entre músicas. A mistura de Grind com Death e uma pitada de punk (nem que seja na atitude!) da Besta, a grande competência musical e a presença do seu frontman, fazem os seus concertos tornarem-se inesquecíveis.
(c) Ricardo Branco |
Os Lvnae Lvmen terminaram a 1ª parte da noite. Eram para ser os primeiros deste segundo dia de fest, mas digamos que este novo horário foi mais adequado, tendo em conta o que se ia passar a seguir…
Com uma formação remodelada, depois de um hiato de 4 anos, mas com um elo de ligação com a formação passada na pessoa do músico (e organizador do Xxxapada na Tromba) Sérgio Páscoa, eis que nos apresentam o seu característico Death Metal com uma pitada de música tradicional, vincada pelo som do bandolim. Porém, esta actuação ficou memorável pelo momento seguinte, sem dúvida, dedicado aos mais românticos… e até os menos românticos deixaram-se afectar pela onda. Com o lema “O que o amor juntou, o XXXapada uniu”, Sérgio Páscoa chamou a sua companheira de vida Xana Palos e alguns amigos, transformados em padrinhos e madrinhas, e todos no RCA Club ouviram o “SIM” que os dois trocaram. Um casamento original, no mínimo!
Terminada a pausa para o jantar, começava a 2ª parte da noite com o peso também a aumentar de intensidade, para a energia do público não esmorecer! Coube aos britânicos Omnipotent Hysteria seguidos dos Extermination Dismemberment voltar a chamar o público ao Festival, com aquele Brutal Death Metal bem… brutal!
Os primeiros tiveram de se esforçar mais para obter respostas do pessoal que regressava à sala do evento. Não saíram defraudados, muito por causa da quantidade respeitável de fãs que têm no nosso país.
Os primeiros tiveram de se esforçar mais para obter respostas do pessoal que regressava à sala do evento. Não saíram defraudados, muito por causa da quantidade respeitável de fãs que têm no nosso país.
Já os bielorussos tiveram uma tarefa mais facilitada. Mesmo assim, mostraram que os seus dois álbuns já de 2010 e 2013 ainda fazem render, e bem, ao vivo. O mosh mostrou-se mais movimentado e já se começava a adivinhar a “destruição” que vinha a seguir.
A subida dos Guineapig ao palco do RCA Club teve a reacção demolidora que se esperava.
Foi também no meio da sua actuação que Adriana Rebelo e Irina de Almeida voltaram a apresentar o seu “show” fetichista que muita atenção chamou ao longo dos dois dias, tanto ao público masculino, como ao feminino.
De sublinhar também a caracterização sanguinária, a cargo da Beatriz Mariano.
Foi também no meio da sua actuação que Adriana Rebelo e Irina de Almeida voltaram a apresentar o seu “show” fetichista que muita atenção chamou ao longo dos dois dias, tanto ao público masculino, como ao feminino.
De sublinhar também a caracterização sanguinária, a cargo da Beatriz Mariano.
A banda, essa, veio directa de Itália para repetir a experiência do Xxxapada na Tromba, e notou-se que os fãs ansiavam pelo seu concerto. A movimentação à frente do palco, durante a sua actuação, aumentou de velocidade e terminou num êxtase entre banda e público.
Foi neste momento alto de ambiente que os Analepsy apoderaram-se do palco e da sala toda, diga-se.
Com o seu disco “Atrocities From Beyond” a dar cartas um pouco pelo mundo inteiro e já com uma agenda recheada para este ano com datas em festivais europeus e também em Nova Iorque, os portugueses não se fizeram rogados e continuaram a fervilhar a noite. Sem surpresas a nível de competência e qualidade sonora, ainda tiveram Sérgio Afonso, dos Bleeding Display, como convidado.
Com o seu disco “Atrocities From Beyond” a dar cartas um pouco pelo mundo inteiro e já com uma agenda recheada para este ano com datas em festivais europeus e também em Nova Iorque, os portugueses não se fizeram rogados e continuaram a fervilhar a noite. Sem surpresas a nível de competência e qualidade sonora, ainda tiveram Sérgio Afonso, dos Bleeding Display, como convidado.
O fim do festival propriamente dito ficou nas mãos dos tão aguardados Gutalax, com os seus fatos completos em branco, um cabeça de porco em palco e o seu Grind/Gore bastante animado que terminou com um “tudo ao molho, e fé em… satan?”.
Esta edição do Xxxapada Na Tromba “ofereceu” um extra aos seus seguidores, com a after-party a cargo dos SYSTEMIK VIØLENCE que, com a sua atitude violenta e ofensiva, sem problema nenhum, sugaram o pouco que restava de vida neste festival.
Texto: Sabrine Lázaro
Fotos: Joana M.Carriço (1º dia) | Nuno Santos (2º dia)
Agradecimento especial a Ricardo Branco pelas fotos da tarde de Sábado
»»» TODAS AS FOTOS AQUI «««
Texto: Sabrine Lázaro
Fotos: Joana M.Carriço (1º dia) | Nuno Santos (2º dia)
Agradecimento especial a Ricardo Branco pelas fotos da tarde de Sábado
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Podcast "Welcome to the Dark Sabi / Especial Xxxapada na Tromba":
Lista de Reprodução Youtube ( After movie + vídeos do canal xxxgorexxx e MaRkiLLeR666):
O regresso do Xxxapada Na Tromba – Freak n’ Grind Fest só veio provar que o grind está bem e recomenda-se. A edição de 2019 já tem datas e alguns nomes no cartaz. A nós só nos resta aguardar, ansiosamente, pelo Janeiro que vem: