>
Mostrar mensagens com a etiqueta Devin Townsend. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Devin Townsend. Mostrar todas as mensagens

22/11/2012

Fear Factory + Devin Townsend Project - Paradise Garage 19 Novembro 2012



O Paradise Garage encheu para uma noite de peso e intensidade com a presença dos tão aguardados Fear Factory e Devin Townsend Project. 

Apesar de ser uma segunda-feira, a casa estava já bem composta quando os noruegueses Dunderbeist subiram ao palco. Com pinturas nos olhos a simular máscaras com lágrimas pretas a escorrer pelo rosto, foram desfilando temas pesados e com boa recepção por parte do público. Apesar de não muito conhecida pelos presentes, revelou-se promissora, tanto pela reacção dos presentes que os ia acompanhando em alguns temas, como pela consistência musical. Com dois vocalistas e boa dinâmica, Dunderbeist, foi sem dúvida um bom aquecimento para os concertos que se seguiriam.

O muito aguardado Devin Townsend Project começou a sua apresentação ainda durante o check sound. No ecrã gigante que se erguia no palco começaram a passar imagens estranhas e sons associados, que os fãs da banda já tão bem conhecem. Entre elas encontra-se uma das figuras que se tornou emblemática e muito aclamada pelo público, Ziltoid. O humor das cenas que iam passando fez com que o espaço se enchesse de gargalhadas e boa disposição e foi igualmente com esse espírito que Devin entrou no palco.

A sua entrada, associado à sua figura influente e cativante, agarrou o público no primeiro instante. O concerto abriu com Supercrush!, e com a sua voz melodiosa e poderosa, associada aos riffs bem definidos e bateria dominante, Devin encheu o espaço e cativou imediatamente os presentes.

O intercâmbio entre a banda e os fãs foi constante, tanto que a determinada altura o canadiano, com o seu ar bem-disposto, pediu uma luva que um fã erguia à qual chamou de “Mickey Mouse glove”, de forma a usá-la durante a música. Como seria de esperar esta acabou por atrapalhar enquanto tocava e tentava calçar e ergar a luva no ar. Foi um momento de humor e isso é algo que não se pode desvincular deste magnífico projecto.

Tocaram quatro temas do seu projecto a solo, entre eles Planet Of The Apes e Juular e ainda Vampira, de Devin Townsend Band que Devin dedicou a uma fã na frente no palco, chamando-a de 'vampire princess'. A participação do público foi de tal forma constante e activa que influenciou a banda a alterar o último tema previsto no alinhamento, por Color Your World (em virtude do aclamar constante dos presentes pelo seu hand puppet, Ziltoid). Devin pediu então uma participação mais activa no tema Lucky Animals. No refrão todos teriam de fazer a coreografia apresentada, levantar os braços e abanar as mãos. Escusado será dizer que o público nem questionou e aderiu imediatamente. Se dúvidas houvessem desvaneceram-se nesse momento.

Color Your World declarou então o término do fantástico concerto, com grande ovação por parte do público. A sua voz, a sua música, originalidade e bom humor não deixaram ninguém indiferente e foram sem dúvida contagiantes. Quem esteve presente poderá certamente dizer que foi um concerto alucinante, poderoso e divertido.

SET LIST:
Supercrush!
Kingdom (Devin Townsend cover)
Truth (Devin Townsend cover)
Planet of The Apes
Where We Belong
War (
Devin Townsend cover)
Vampira (The Devin Townsend Band cover)
Lucky Animals
Juular
Grace
Color Your World (Devin Townsend cover)




Após um intervalo que para os fãs pareceu longo, tal era a ansiedade pela última banda da noite, foi a vez dos Fear Factory subirem ao palco. Abriram com Industrialist (do seu último álbum com o mesmo nome) e a plateia entrou imediatamente em erupção. Em segundos a parte central abriu-se numa clareira gigante empurrando os restantes para as zonas laterais, tal era a turbulência e moshes intensos.

O som estava altíssimo mas nem por isso ficou distorcido ou confuso, percebiam-se perfeitamente os riffs de Dino Cazares e as batidas enérgicas da bateria. Foram desfilando temas dos seus álbuns mais antigos, essencialmente de Obsolete (1998) e Digimortal (2001) e enquanto o faziam, a energia que emanava do palco era intensa e poderosa e eram poucos os que não se deixavam influenciar por ela. Apesar do vocalista Burton C. Bell ao terceiro tema já estar rouco, característica que segundo os fãs é comum de acontecer, esteve sempre a dar o seu máximo para um concerto que se provou ser de peso.



A banda que, conforme reforçado por Burton, fez no passado Halloween os seus 22 anos de existência, tem continuado a angariar fãs pelo mundo fora e continuam empenhados em continuar. Quando chegaram a meio do seu concerto de cerca de hora e meia, momento em que aparentemente o público começava a afrouxar nos moshes, tocaram o tema Martyr e com ele surgiu de novo a explosão na zona central da plateia. Era impossível não sentir a agitação e energia.
Foi entre aplausos, saltos e ovação geral que terminaram com Replica, tema este já com 17 anos. Apesar da cerca de hora e meia de concerto os fãs ficaram com desejo de mais.


SET LIST:
The Industrialist
Shock
Edgecrucher
Smasher/Devourer
Powershifter
Acres Of Skin
Linchpin
Resurrection
Recharger
Martyr
Scapegoat
Demanufacture
Self Bias Resistor
Zero Signal
Replica
 
Por: Miriam Mateus
Fotos: Nuno Santos (Mais fotos, aqui)

20/11/2012

Fear Factory + Devin Townsend 19 Nov 2012 (setlists + videos)

Ficam aqui as setlists da noite de ontem no Paradise Garage. Mais abaixo deixamos uma playlist (em construção) onde irão sendo adicionados os vídeos das duas últimas noites. Em breve publicaremos as fotos e a report destes gigs. Estejam atentos à nossa página no Facebook.

09/08/2011

Reportagem do 2º dia do Vagos Open Air 2011

Foi ao som da chuva que acordámos e demos início ao segundo dia de festival. Avizinhava-se um dia sombrio, mas foi com espírito positivo que saímos para a rua e depois dum belo pequeno-almoço na “Broa do João”, uma bela pastelaria em Calvão, já recheada igualmente de festivaleiros, que saímos de carro para dar uma volta pelas localidades. A chuva, no entanto, era contínua e acabámos por metermo-nos em direcção a Aveiro para um passeio, almoço e algum descanso para recuperar forças para a tarde e noite que ainda estavam para vir. 

Regressados ao festival aproveitámos o tempo, antes do início dos concertos, para visitarmos as tendas de merchandising com mais calma e menos movimento, felizmente o tempo começava a melhorar e o sol já brilhava por entre as nuvens que se iam dissipando. 
Antes dos concertos arranjamos sempre tempo para o convívio e travar novos conhecimentos com pessoas que partilham os mesmos gostos. Uma coisa que sempre encontrei em festivais ou concertos de Metal é o ambiente familiar que existe no local, assim como a ordem e a organização. 
Ao contrário do que possa parecer para as pessoas que desconhecem e que julgando pelo aspecto geral das pessoas, que maioritariamente usam o preto como cor principal e acessórios de correntes, piercings ou tatuagens, o ambiente é habitualmente tranquilo e muito civilizado.

We Are The Damned 

O sol resolve aparecer de vez e com ele o início dos concertos. Sobem ao palco os portugueses We are the Damned, banda que não deixou ninguém indiferente com a sua presença. 
Mais uma pequena falha no sistema de som fez com que o concerto começasse sem se ouvir a voz do vocalista, que apesar de já tentar emitir som do palco, este não chegava ao público. I
ncidente que acabou por não causar mossa na sua prestação global. Nos intervalos das músicas, Ricardo Correia, a voz dos We are the Damned, gritava palavras de revolta e indignação na forma como as bandas portuguesas são desconsideradas no nosso país e que “em Portugal, há muito boas ou melhores bandas que algumas estrangeiras, mas que acabam por ser desvalorizadas”. Um momento alto foi quando tocaram a música “Devorador dos Mortos” e começaram a ver-se os primeiros movimentos de mosh e crowd surfing do dia.

Malevolence 

Após o intervalo entre bandas, subiram ao palco Malevolence, banda portuguesa de Death Metal, que apesar duma paragem de 11 anos, regressou aos palcos portugueses em força, com esta primeira aparição em Vagos. A banda tem como baixista Aires Pereira, também membro da banda Moonspell. 
Com Malevolence, o público já começava a adensar-se perto do palco e a energia era contagiante. No entanto, fiquei com a sensação que a entrada em palco foi um pouco fraca. Cheguei a pensar que ainda estavam a fazer o check sound, mas depois apercebi-me que já eram realmente os membros das bandas que estavam em palco. Mal menor que foi rapidamente ultrapassado com a intensidade do som e a participação do público que esteve em alta com moshes e crowd surfing na zona central junto ao palco. 
Aproveitaram a estreia em Vagos para apresentação de material inédito a ser gravado para o seu terceiro álbum que está previsto ser lançado em 2012, assim como temas já conhecidos dos seus dois álbuns anteriores. “E para que a chama não se apague em Portugal”, palavras de Carlos Cariano, tocaram “Oceans of Fire” um dos momentos altos e mais participativos por parte do público. 

Nova pausa e momento para recarregar baterias e já Kalmah, banda de Death Metal melódico, entrava em palco para a destruição total. 
Concerto duma intensidade fortíssima, lançou o público ao rubro com a música introdutória “Hook the monster”. Os finlandeses adoraram o público português e os portugueses pareceram também adorar Kalmah, conforme se podia notar pela sua participação. 
Na música “For the Revolution”, Pekka Kokko, o vocalista e guitarrista da banda pediu a participação do público, conforme ele dissesse “for the revolution” o público diria “we die, we die”. Não houve dúvidas! O público esteve lá e a frase “we die” ouvia-se ao longe. Terminaram em grande com “Hades”. 


Ihsahn 

Após mais um intervalo, entraram em palco Ihsahn, nome pelo qual se identifica, neste projecto a solo, o compositor norueguês Vegard Tveitan. Vegard é mais conhecido pela sua banda anterior Emperor, tanto que tocaram “The Tongue of Fire” e “Thus Spake the Nightspirit”, que são ambas dessa época. Ihsahn foi igualmente forte e intenso e conseguiu transmitir ao público essa sua intensidade e energia em palco. Terminou a sua actuação com “On the Shore”.

Devin Townsend 

Foi a vez de mais um intervalo, mas desta vez diferente de todos os outros. Nos ecrãs gigantes não passava a publicidade habitual nem a música ambiente era Metal. Por momentos olhávamos uns para os outros e comentávamos que o DJ estava com algum problema. 
A música era de discoteca e até passou a famosa “Mambo Nº 5”. Nos ecrãs aparecia imagens conhecidas, pinturas tais como a “Mona Lisa” ou “O Grito” mas cujo rosto era do canadiano Devin e as suas expressões únicas. 
Foi sem dúvida um chamariz, mesmo para os que não o conheciam. O público foi se acumulando junto ao palco e foi com “Addicted” que Devid Townsend Project iniciou o seu concerto brutalíssimo. Devin foi o vocalista no álbum Sex & Religion com Steve Vai e o fundador, compositor, vocalista e guitarrista da banda Metal, Strapping Young Lad
O concerto cativou e impressionou pela positiva o público que os desconhecia e esteve sempre ao rubro com o concerto alucinante, criativo e intenso de Devin Townsend.
Foi quando Devin perguntou “what you deserve?” que introduziu para Ziltoid The Omniscient, boneco de dois dentes que serve de capa para o seu álbum com o mesmo nome. A seguir à música “Pixillate”, Devin perguntou ao público se alguém sabia dançar e começou a fazer uma dança completamente alucinada, pedindo a participação do público. Foi nessa sequência que introduziu para Bad Devil. N
a música final “Juular” Devin tinha uma surpresa reservada. Teve um artista convidado, Ihsahn. Depois da saída do palco o público quis mais e não arredou pé, enquanto Devin Townsend não voltou ao palco. Das poucas bandas que fizeram Encore, Devin Townsend Project ainda tocou mais três músicas, terminando com Deep Peace.

Foi chegado o tempo para mais um intervalo e recuperar energias com uma fantástica bifana da cooperativa local, pessoal incasável e que faziam-nas de uma forma fantástica e bem recheadas. O cansaço já se ia acumulando, mas Morbid Angel prometia e as energias iam ser necessárias para captar toda a intensidade desse final de noite. 
David Vincent - Baixo possuído 

Morbid Angel, a banda de Death Metal da Florida, EUA, deu início ao concerto com a música, “Immortal Rites”, do seu primeiro álbum que já conta com vinte e dois anos, “Altars of Madness”. Primaram o público com a intensidade e a garra em palco. O profissionalismo e a qualidade eram de qualidade superior e o “head banging” era geral e contagiante. As mãos e os dedos de David Vincent, o baixista e vocalista, voavam nas cordas. Nunca tinha visto ninguém tocar baixo daquela forma, fiquei fascinada. Tocaram, de entre as dezassete músicas no total, “Pain Divine”, “I am Morbid” “Dawn of the Angry” e a “Chapel of Ghouls” que ainda beneficiou de um solo extenso de Azagoth. 

Na música “God of Emptiness”, a penúltima música antes de terminar o concerto, o público, em ovação geral, estava ao rubro. Nada, nem mesmo o cansaço, impediu o público de terminar em êxtase com a última música de Morbid Angel, “World of shit” (The promised land). 


Os concertos terminaram, mas o pessoal, mesmo cansado, não quis dar por terminado o festival tão agradável e intenso que tinham vivido, por isso, uma grande multidão, dirigiu-se ainda para a zona das tendas onde a música continuava em grande.
De entre várias grandes bandas, pudemos ouvir Sepultura, Meshuggah e Slayer. Muita intensidade, moshes e energia que ainda estava para ser gasta. Eu, depois de levar um banho integral de cerveja, acabei por dar encerrada a noite, mas sempre com muito boa disposição e vontade de voltar novamente para o ano.


Reportagem elaborada e escrita por: Miriam Mateus 
Agradecimentos a: António Gaspar pelo apoio e colaboração na elaboração da mesma e a Nuno Santos pela reportagem fotográfica (todas as fotos aqui)

Veja também: