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11/10/2019

[Report] Festival Bardoada e Ajcoi 2019

No passado dia 5 de Outubro aconteceu a sétima edição do festival Bardoada e Ajcoi, no Pinhal Novo.
Apesar deste ano o evento ter sido reduzido para um dia a qualidade das bandas manteve-se.

07/09/2018

[Report] Cartaz de luxo leva ao Casaínhos Fest a maior enchente de sempre (com vídeos)

No sábado passado, dia 1 de Setembro, teve lugar a 7ª edição do Casaínhos Fest no Campo Futebol S.C. Casaínhos, onde estiveram presentes mais de 1000 pessoas.

O evento iniciou numa tarde infernal de Verão onde só os mais entusiastas e destemidos se chegaram à frente no início das primeiras atuações. Valha-nos aquele alpendre fantástico do bar que junta o útil ao agradável!

29/08/2018

[Agenda] 12 razões para não perderes o melhor Casaínhos Fest de sempre (com vídeos)


É já no próximo sábado, dia 1 de Setembro, que tem lugar 7ª edição do Casaínhos Fest no campo de futebol do S.C. Casaínhos (Loures). 
Este festival tem crescido de ano para ano, tal como temos testemunhado, e a aposta nesta edição foi fortíssima, presenteado-nos com um dos melhores cartazes de sempre em eventos do género,  recheado de boas bandas para todos os gostos!

21/08/2016

[Report] VAGOS METAL FEST 2016 - segundo dia (com vídeos)


Dia 2 – 14 de Agosto 
Recuperados do primeiro dia, foi com alguma admiração que chegámos à zona dos concertos e nos deparámos com mais público que no dia anterior, pela mesma hora. É certo que a banda da terra, GODVLAD, que iniciou o segundo dia, terá alguma responsabilidade na boa afluência a meio da tarde, mas a verdade é que todo este dia se destaca por ter tido mais público e com maior amplitude nas faixas etárias, como tivemos oportunidade de verificar. E a propósito, não pudemos deixar de notar a presença de várias crianças, como já era habitual em anos anteriores, o que só augura futuro sorridente. Outro aspeto positivo deste segundo dia prende-se com a qualidade do som, significativamente melhor que no primeiro. 

19/08/2016

[Report] VAGOS METAL FEST 2016 - primeiro dia (com vídeos)


Felizmente, há coisas que não mudam. Continuamos a regressar de Vagos exaustos, empoeirados e satisfeitos porque vivemos mais um fim de semana inesquecível de boa música e bons momentos de convívio. A Quinta do Ega esteve à altura de receber os milhares de metaleiros que a visitaram, acolhendo todos com o excelente ambiente que a caracteriza, mesmo sendo este um ano de transição que inicia vida nova para este festival. Aqui fica o resumo possível do que queremos destacar deste primeiro Vagos Metal Fest, que já deixa saudades. 

03/08/2016

Vagos Metal Fest com cartaz fechado! Sabe tudo aqui:

Vagos mantém a tradição e continua a ser local de paragem obrigatória no mapa dos festivais de Verão para os bons apreciadores de metal. Controvérsias à parte, o que interessa é que o primeiro Vagos Metal Fest instalou-se definitivamente e apresenta-se com um excelente cartaz, composto por nomes bem conhecidos do panorama metaleiro nacional e internacional. Dois dias, catorze bandas, a prometer deixar o público exausto, mas de coração cheio, envolto em boa música e bons momentos de convívio, como já é habitual na Quinta do Ega.

26/09/2015

O Festival Bardoada e Ajcoi (Pinhal Novo) está mesmo à porta (com teaser)

Em Outubro já o Verão ficou para trás e impera o outono, mas os festivais não param e dando as boas vindas à nova estação teremos mais uma edição do festival Bardoada e Ajcoi, o já badalado festival merece honras de fazer parte da agenda de qualquer fã de música pesada da margem sul, zona de lisboa e não só. 

24/06/2015

Festival Bardoada & Ajcoi anuncia últimas bandas, encerrando o cartaz


A organização do Festival Bardoada & Ajcoi acaba de anunciar as últimas bandas a compor o cartaz do evento que se irá realizar no Pinhal Novo, nos dias 2 e 3 de Outubro, com apoio SFTD. 
Sabe quais as 14 (!) bandas anunciadas, abaixo.

08/06/2015

Tó Pica estreia-se a solo via Premiere Music com 'Is This The Best You Can Do?'

EMBLEMÁTICO GUITARRISTA PORTUGUÊS TÓ PICA ASSINA COM PREMIERE MUSIC PARA A EDIÇÃO DO SEU ÁLBUM DE ESTREIA A SOLO 'IS THIS THE BEST YOU CAN DO?'

02/12/2014

[Reportagem] Rampage Fest @ RCA Club, Lisboa, 28-11-2014

A chuva deu tréguas, numa noite fria mas prometedora, e o RCA CLUB recebeu a tour Rampage Fest encabeçada pelos Ramp que para a festa convidaram os Blame Zeus, os Low Torque, os Skinning e os Attick Demons, compondo assim um cartaz muito apelativo, cheios de bons exemplos do que se faz de bom na cena Rock e Metal nacional.

25/06/2014

[Report] Ramp + Diabolical Mental State + Ol'Jolly Roger @ Side B Live Club (com vídeos)

A sala que deve ter o record do Guiness por mais concertos por metro quadrado do mundo, o Side B em Benavente, encheu mais uma vez na passada sexta feira, dia 20 de Junho, para receber os Ramp. A histórica banda do Seixal tem vindo a percorrer o país de norte a sul divulgando o seu último álbum XXV Ramp 1988-2013, um misto de Best Of com inéditas versões acústicas e covers refrescantes. Curiosamente, e no decorrer desta digressão, o álbum regressou aos top nacionais, e nada mais nada menos que um tremendo 4º lugar.
Nesta tour cada data contou com a participação de distintas bandas de suporte. Nesta noite foram chamados à cena os Ol'Jolly Roger e os Diabolical Mental State.

19/11/2013

[Entrevista] R.A.M.P - Showcases acústicos nas Fnac´s (com vídeos)


Estivemos à conversa com o Guitarrista Tó Pica para nos falar da experiência dos Showcases acústicos que os R.A.M.P. fizeram pelas várias Fnac´s.

04/11/2013

[Entrevista] R.A.M.P. XXV - Ontem, Hoje e Amanhã (com vídeo)

1988 - 2013... Bodas de Prata para aquela que é das mais antigas e mais acarinhadas bandas de metal em Portugal: R.A.M.P.

30/10/2013

[Roteiro] HALLOWEEN 2013 - Gostosura ou Travessura?

O Halloween é um evento tradicional e cultural que ocorre basicamente em países de língua inglesa, com origem nas celebrações ao culto dos mortos do Povo Celta.

O festejo desta data em Portugal é relativamente recente, mas cada vez mais aparecem eventos alusivos ao tema... porque nós gostamos mesmo mais é da parte da "travessura", certo????

Na noite de dia 31 de Outubro, em Lisboa, mais propriamente no Teatro Ibérico, os Opus Diabolicumapresentam o seu espectáculo intitulado de "Halloween '13". A acompanhar o som dos seus violoncelos estão as Crystal Mountain Singers e as percussões a cargo dos Bomb'Arte. Para completar, podemos assistir à dança do ventre gótica das Ignis Fatuus Luna
Este evento conta também com uma Mostra de 2 Curta-Metragens: "I'll See You In My Dreams" de Filipe Melo e "O Coveiro" de André Gil Mata, esta última eleita como a Melhor Curta do MOTELx 2013
A noite por estas bandas termina em alta com um After Show cheio de música e boa disposição. Os bilhetes custam 7€ antecipadamente e 10€ no próprio dia e o início prevê-se às 21h30. LINK EVENTO

Para quem gosta da "moda" dos Zombies, e quiser aderir a uma Zombie Walk nesta noite de dia 31 de Outubro, tem duas opções: Lisboa ou Alvor.
Organizada pela 1 Up Gaming Lounge, esta 5ª Edição da Zombie Walk em Lisboa vai ter como tema "Pop-Culture & Videogames Zombies". O desfile está marcado para as 19 horas com ponto de encontro na Praça do Município. 

Depois todos os caminhos vão dar à After Party no 1 Up Gaming Lounge, na Ramada/Odivelas. Tanto a Zombie Walk como a After Party têm entrada gratuita e o melhor zombie tem direito a prémio.  LINK EVENTO

Se morares mais a Sul do país, então o melhor é dirigires-te à Halloween Zombie Walk em Alvor/Portimão. A inscrição para esta caminhada é gratuita e inicia por volta das 21h na Zona Ribeirinha de Alvor, uma iniciativa da Algarve PromotionsLINK EVENTO
Na Margem Sul/Almada, o Cine-Incrivel preparou duas noites com a temática Halloween, integradas no CORTA! Festival de Artes e Cinema.A 31 de Outubro, sobem ao palco os Noidz, com o Warm-Up a cargo da DJoana e a After Party pelas mãos do Nuno Calado. A entrada é 5€ e as portas abrem às 22h. LINK EVENTO
No dia seguinte, 01 de Novembro, é a vez dos RAMP animarem a noite, com início por volta das 23 horas. As Dirty Sessions by M.B. encerram a noite, com a entrada a valer 10€. LINK EVENTO

Também no dia 01 de Novembro, no Teatro Dom Luiz Filipe, em Lisboa, também é noite de terror. Num espaço decorado a preceito, espera-se a entrada de pessoas vestidas a rigor para bailarem aos sons Folk dos Omiri. Além de um concurso de máscara pode-se esperar mais surpresas durante a noite, que será animada também pelo DJ Osga
A entrada para a festa terá um custo de 10€ com direito a bebida. Apareçam a partir das 22h30! LINK EVENTO

Ainda no dia 1, e com entrada gratuita, nos Nirvana Studios em Barcarena, terá lugar a Halloween Party 3- RockOn Strikes Again, com Dead Karaoke, duplas de DJ's e prémios para os melhores mascarados. LINK EVENTO


E porque o Halloween é quando um Homem quiser... às 22h de sábado 02 de Novembro, ainda se festeja o Halloween em Lisboa.
O FreakShow é no Santiago Alquimista (entrada a custar 8€) com a participação dos The Girl In The Black Bikini e dos Ena Pá 2000, rodeados de vários convidados, entre eles, Rui Sidónio dos Bizarra Locomotiva.
Em paralelo festeja-se também o aniversário de Manuel João Vieira e faz-se a devida homenagem a Lou Reed (que nos deixou recentemente).
Com organização da Void Creations, o dress code é Monster Freak, e tem direito a prémio a máscara mais original. LINK EVENTO

A sério... preferes doces a estas travessuras todas????

08/10/2013

[Report] RAMP+Veinless @ Comemoração do 5º aniversário do Side B, 28/09/2013

Dia de aniversário do Side B e ao chegar já se notava mais agitação do que é normal. Para "cantar os parabéns" a uma das casas que mais exaltam o metal e as bandas portuguesas apresentava-se um cartaz de excelência. R.A.M.P. como banda de cabeça de cartaz e de referência do metal português, tanto pela qualidade como pela longevidade e resistência.  Para o começo da noite contava-se com Speedemon e Veinless, duas bandas nacionais que têm mostrado muita garra e cativado o público pela qualidade da sua sonoridade. Três bandas de peso para uma festa de peso e muita festividade. Para terminar a noite o público foi presenteado pela presença de António Freitas como DJ.

A banda de abertura, os Speedemon, por motivos de força maior infelizmente não puderam abrir a noite, ficando os Veinless com essa responsabilidade. A banda justificou a sua ausência com um comunicado publicado no próprio dia na página do facebook do SideB o qual se transcreve: "A banda de abertura, os Speedemon. viram-se forçados a cancelar o concerto desta noite, derivado a um grave problema de saúde por parte de um dos elementos. Não haverá banda de substituição, cabe aos Veinless um set de 50 min."

Os Veinless, próximos de também eles comemorarem o seu décimo aniversário, arrancaram com toda a força e aqueceram o público presente. Uma actuação já conhecida pela energia e relacionamento com o público. Com o primeiro tema Wake Up captaram as atenções dos mais distraídos e prenderam a atenção da sala que se prolongou até ao final. A cover dos Heróis do Mar, Saudade, e o tema Outra Vez acabaram a actuação da banda que, nitidamente, celebrava aquela noite, não fosse o palco do Side B já um amigo por excelência.

Set List:
1. Wake Up
2. Johnny The Real
3. Drunk Nightmare
4. Phobia
5. Enchanted Kisses
6. Liberty
7. Land of Dust
8. Saudade
9. Outra Vez

Veinless:
António Boieiro - Voz
Kronos - Guitarra
Roger - Guitarra
Thrash - Bateria
Eddie - Baixo


R.A.M.P. Não se fizeram esperar muito. Descarregaram com Blind Enchantement e a electricidade e peso foi total até ao final. How, Single Lines, Follow You, All Men Taste Hell, Anjo da Guarda, Thoughts e Black Tie foram definitivamente temas que ninguém cantou sozinho. A sincronia foi perfeita e o convívio e celebração também. Tanto a banda como o público estavam em perfeita simbiose o que comprova o carinho e apreço existente entre ambos. R.A.M.P. apresentaram-se em palco (na totalidade da banda) a um nível de excelência que já os caracteriza e domina, não fosse a antiguidade um posto.
Com a sua saida de palco o público não acalmou e pediu mais. A banda deu mais, fez um encore com a cover do tema Walk Like an Egiptian, das Bangles, já muito conhecido do público, e Try Again. Depois disso Rui Duarte deixou bem claro que a noite não acabaria ali e que a banda fazia questão de celebrar junto de todos aquela noite e congratular o Carlos Freitas pela sua coragem e persistência em manter uma casa de referência ao metal fora de Lisboa e que apoia e divulga as bandas nacionais e a música nacional.

Set List:
1. Blind Enchantemen
2. Insane
3. How
4. Single Lines
5. Dawn
6. The Cold
7. Clear
8. Follow You
9. Alone
10. Hallelujah
11. Anjo da Guarda
12. All Men Taste Hell
13. Thoughts
14. Black Tie
15. Through
Encore
16. Walk Like an Egyptian (cover Bangles)
17. Try Again

R.A.M.P.
Ricardo - Guitarra
Paulo - Bateria
Rui - Voz
Sales - Baixo
Pica - Guitarra

Terminados os concertos António Freitas alinhou o som do resto da noite. Abriu com Master of Puppets (Metallica) e muitos mais se seguiram, passando por Cowboys from Hell (Pantera) e muitos mais temas de Ozzy Osbourne, Iron Maiden, Slayer, Megadeth. Uma noite em grande para uma grande festa. Uma mão cheia de anos com a casa cheia de amantes da música e do metal para o SideB.

Texto: Liliana Dias
Fotos: António Gaspar (cliquem aqui para ver todas as fotos na página SFTD Made in Portugal)


13/06/2013

[Report] 1º dia Rock no Rio Sado 2013 - MOONSPELL + RAMP + Grog + Low Torque (c/ videos)

A primeira edição do Rock no Rio Sado era já à partida um risco assumido de forma orgulhosa pela organização. Apostar num cartaz 100% nacional, numa zona vincadamente afectada pelas dificuldades económicas que o nosso país atravessa, demonstrava um certo optimismo face ao evento em si. Juntemos uma dose de chuva, durante o dia, e uma "bela" e monótona  prestação da Selecção Nacional de Futebol no estádio da Luz em simultâneo com o horário de concertos (e com aqueles descontos em cartão Continente..). A coisa estava complicada...

17/10/2012

Anathema em Portugal : Entrevista a Daniel Cardoso

Os Anathema vão regressar a Portugal para a apresentação do seu último álbum Weather Systems nos próximos dias 19 e 20 de Outubro no Hard Club no Porto e no Paradise Garage em Lisboa. Aproveitámos então este momento para fazer uma entrevista de fundo ao teclista Daniel Cardoso que integra a formação dos Anathema nesta digressão. 


Songs For The Deaf Radio: Como tudo começou e o que te fez ingressar no mundo da música?
Daniel Cardoso
Daniel Cardoso: Começou com um miúdo teimoso que percebia a música de forma diferente. Curiosamente nunca teve como objectivo ingressar no mundo da música (usando as tuas palavras), principalmente porque isso foi durante muito tempo uma espécie de sonho inalcançável, ou pelo menos era essa a opinião das pessoas que foram influentes para mim durante o meu crescimento como pessoa e músico. Mas lá está, eu era um miúdo teimoso. E ainda sou. Dizerem-me que algo ia ser difícil era o melhor catalisador para eu efectivamente tentar e correr o risco de errar antes de desistir. Acho que pelo menos segui o caminho daquilo que sei ter sido sempre a minha vocação.

SFTD Radio: Para além de músico és também compositor e produtor. Destas actividades quais te dão mais prazer?
D.C.: Está tudo extremamente diluído em mim hoje em dia. Não só pela necessidade de subsistência mas também por um misto de gosto e hábito. Se fizer uma boa auto-análise do assunto, acho que pertenço aos palcos, sou um exibicionista e tenho aquele orgulho narcisista de me imaginar a ser visto pelos olhos do público. Mas se passo muito tempo na estrada sinto falta do trabalho semi-criativo e localizado de uma boa produção em estúdio, ou do trabalho totalmente criativo e intimista de estar em casa ao piano a compor um tema ou um álbum. Não vale a pena descrever as diferenças, acho que qualquer pessoa que quiser ler esta entrevista já as sabe à partida. Mas no meu caso complementam-se totalmente. Nunca poderia ser simplesmente um performer nem simplesmente um compositor. Tenho a vantagem e a maldição de poder ser efectivamente as três coisas.

SFTD Radio: Como designarias o género das tuas composições musicais?
D.C.: Os anos e a necessidade acabaram por me tornar o mais versátil possível. Actualmente consigo dar mais de mim numa produção que namore ali um bocadinho com o pop/ rock do que com o metal. Por consequência do meu excesso de trabalho dos últimos anos opto por não ouvir metal em casa. Produzi ou envolvi-me com tantas bandas de metal que acho que já nada me surpreende no género. Se quiser ouvir música para fins recreativos, gosto de coisas calmas. No fundo sou um gajo duro que precisa de encontrar alguma paz na música que ouve.

SFTD Radio: Para que tipo de bandas compões, e que relações estabeleces com as bandas?
D.C.: Que tenha qualidade, bom gosto, budget e estofo para suportar as minhas manias e a forma agressiva como às vezes defendo as minhas ideias. Não é para todos, felizmente.

SFTD Radio: Quando e como surgiu a ideia de abrir a Ultrasoundstudios?
D.C.: Quando começou a haver clientes que o justificassem. O meu investimento inicial foi feito unicamente para garantir as condições necessárias a que eu fizesse a minha música com qualidade suficiente para não depender de ninguém. No caminho acabei por me envolver na música dos outros e começou a dar-se o fenómeno bola de neve. Comecei a ter muitas propostas de trabalho para produções e a certa altura justificou-se um estúdio, até porque era um sonho de adolescente. Mas é um erro investir num estúdio hoje em dia. A indústria está retraída. Actualmente os USS estão franchisados a dois corajosos gerentes. Isso quer dizer que eu sou o dono da marca UltraSoundStudios mas os estúdios têm gestão independente desde que sigam as directrizes da marca. É uma espécie de McDonalds a uma escala microscópica e sem cheeseburguers.

SFTD Radio: A Ultrasoundstudios tem tido o feedback pretendido?
D.C.: Teve mais que o esperado durante alguns anos. Agora serve para os seus gerentes pagarem as contas e sobreviverem. Ninguém está a enriquecer ou a fazer dinheiro com isso.

SFTD Radio: Como consegues conciliar tudo, tens alguma estratégia?
D.C.: Nem por isso, vou conciliando. Sou muito "seize the day". Não costumo falhar em deadlines mas também não sou o melhor em termos de organização de horários e de calendário. Tenho a vantagem de me poder compensar com um time-off sempre que me apetecer e acho que é assim que funciono, por auto-compensação. Se o trabalho me correu bem num dia, posso tirar o dia seguinte para ver filmes, séries e ir a um bom restaurante jantar com os Slamo.

SFTD Radio: Tens mais algum projecto na manga?
D.C.: Tenho. O meu cérebro não pára e isso tem tanto de bom como de mau. Mas tenho alguns projectos megalómanos que duvido que alguma vez consiga convencer alguém a financiá-los. Sou o tipo de pessoa que se ganhar o euro milhões ainda vai acabar por fazer mais e trabalhar mais do que antes. Mas parar é morrer, sempre se disse por aí.

SFTD Radio: Parece que em Portugal és menos reconhecido que no estrangeiro, porque achas que isso acontece?
D.C.: O estrangeiro é um bocadinho maior que Portugal, portanto é normal que assim seja. Mas acho que individualmente não há muitos países em que tenha sido mais reconhecido do que em Portugal. Criei a minha carreira sempre de forma ligeiramente marginal portanto é normal que não ande nas bocas da imprensa nacional, mas dentro do meio musical nacional muita gente conhece o meu nome e suponho que tenham algum respeito por ele, coisa que agradeço. O que nunca tive em Portugal foi ter artistas locais de certo calibre a investirem em mim e a confiarem no meu trabalho como artistas de certo calibre de outros países já o fizeram.

SFTD Radio: O que achas que é necessário para mudar essa situação?
D.C.: Nada de especial. Se calhar não tem que mudar. Nunca me esforcei por procurar atenção no meu país. Sinceramente nunca me esforcei para procurar atenção em lado nenhum. As coisas são como são. Eu limito-me a fazer o meu trabalho o melhor possível e agarrar as oportunidades que me vão aparecendo. Nunca forcei o meu trabalho a ninguém nem nunca impingi o meu trabalho a ninguém. Eu simplesmente sigo o meu caminho e vou-me deixando assediar por pessoas que precisam da minha ajuda para seguir o caminho delas, musicalmente falando.

SFTD Radio: Sentes que é mais favorável teres o reconhecimento do público de forma a poderes ser mais valorizado pelo meio musical?
D.C.: Sim, acho importante existir esse reconhecimento, claro. Também sou um artista e um artista para ser artista precisa de algum público, senão é só um louco.

SFTD Radio: Em Novembro de 2010 os Anathema tocaram no Hard Club no Porto e escolheram os Slamo como banda de abertura, o que influiu nessa escolha?
D.C.: Eu na altura já era amigo da banda. Os Anathema perguntaram-me por uma banda local para fazer as primeiras partes em Portugal e Espanha, e os Slamo estavam à procura de concertos. Limitei-me a mostrar Slamo aos membros da banda encarregues de decidir qual seria a banda de abertura para esses concertos. Toda a gente gostou de Slamo e os Slamo gostaram ainda mais de fazer essas datas de abertura.

SFTD Radio: Sei que tocas vários instrumentos, e que tens tocado essencialmente teclas com os Anathema, mas tens alguma preferência?
D.C.: Em palco prefiro tocar bateria dez milhões de vezes. Tocar teclas não tem piada. Não me consigo exprimir fisicamente, não consigo dizer para mim mesmo "hoje vou partir isto tudo", e isso é importante para mim como performer. Sei que o meu papel em Anathema é importante e necessário. Mas sinceramente se comparar ser teclista em palco com ser baterista, odeio ser teclista. É mesmo aborrecido.

SFTD Radio: Já trabalhaste ou trabalhas com várias bandas, entre elas os Ramp, Heavenwood, SiriuS, Slamo, etc, que projectos tens actualmente?
D.C.: Trabalhei recentemente com Ramp em estúdio, fiz a mistura do próximo trabalho da banda. SiriuS acabou em 2002 ou 2003 acho eu. Heavenwood são uma boa banda que decidiu desligar-se de mim. Slamo são provavelmente os meus melhores amigos no meio musical. Acho que estamos amaldiçoados a não conseguir fazer música porque quando nos juntamos só queremos bons jantares, bons vinhos e vida boémia. O Tobel, vocalista de Slamo, quando ler isto vai já telefonar-me a mandar vir comigo e a dizer que temos é que ensaiar e fazer música. O que faz sentido tendo em conta que ele é efectivamente das pessoas mais talentosas que conheço. A maior dificuldade está em acertarmos as agulhas e a disponibilidade de ambos. No dia em que o universo se alinhar dessa forma, somos capazes de fazer um par de álbuns históricos.

Anathema no Vagos Open Air 2011
SFTD Radio: No Vagos Open Air 2011 tocaste pela primeira vez em Portugal com os Anathema, qual foi a sensação?
D.C.: Senti vergonha. Toquei com Anathema em países daqueles aos quais gostamos de chamar de terceiro-mundistas e nunca houve problemas técnicos ao nível dos que tivemos em Vagos. Toda a gente faz questão em todo o lado de proporcionar as melhores condições possíveis à banda. Depois chegamos ao meu país, num festival que comporta uma meia dúzia de milhar de pessoas e temos um gerador a falhar 3 ou 4 vezes durante uma actuação.

SFTD Radio: Como contornaram esses problemas técnicos?
D.C.: A banda teve muita paciência e boa postura, são boas pessoas e pensaram no público e nos fãs. Eu sinceramente senti vergonha. Sou o elemento mais novo na banda e não me cabe a mim ter algum tipo de postura decisiva. Mas se estivesse numa posição de liderança na banda provavelmente tinha feito alguma asneira tipo partir uma guitarra ou duas, na melhor das hipóteses. No fundo sei que a organização não agiu de má fé, mas custa-me um bocado que isto tivesse que acontecer no meu país. Parecemos uns totós que não sabem que tipo de amperagem ou de potência precisam para um gerador de um festival, ainda por cima um festival repetente.

SFTD Radio: Sentiste receptividade por parte do público português ou achas que essa receptividade tem sido mais intensa noutros países?
D.C.: Senti que a banda é bem recebida em Portugal, mas nunca ao nível de outros países. Os sul-americanos e os italianos são imbatíveis. Os iranianos também o são, e ainda estão sujeitos à prova de esforço extra de não poderem ver a banda no seu próprio país por causa da castração artística do governo local. Mas isso não os demove de terem que se deslocar aos mais variados países para nos verem. Concerto sim concerto não, há uma comitiva extremamente entusiasta vinda do Irão.

SFTD Radio: Até hoje qual foi o teu concerto favorito com os Anathema?
D.C.: Não sei bem, mas aquele que mais gostei foi na Tunísia, porque o John Douglas estava de férias e estava eu na bateria, hehe.

SFTD Radio: Desde Setembro estás em tour com os Anathema, como tem corrido?
Daniel Cardoso (foto : Caroline Traitler)
D.C.: A tour está a correr bastante bem apesar de alguns percalços. Abrimos com um concerto na Bulgária para a gravação do DVD oficial ao vivo. Foi um projecto megalómano, com a direcção artística do realizador dinamarquês Lasse Hoile. Foi num anfiteatro romano com uma orquestra de 36 elementos. Entretanto ao terceiro concerto perdemos o nosso técnico de som (curiosamente um português, embora residente em UK) por motivos familiares. Passado uma semana perdemos o nosso tour manager devido a problemas na empresa dele que o levaram a ter que abandonar a tour para garantir a subsistência da empresa. Mas foram feitas as devidas substituições e continuou tudo a rolar. Os shows têm sido muito bons, quase sempre esgotados e com um público incrivelmente dedicado

SFTD Radio: Quais são os teus objectivos para o futuro?
D.C.: Ganhar mais dinheiro e trabalhar menos. Não só porque estou a ficar velho mas também porque gostava de trabalhar mais por gosto e menos por necessidade de pagar as contas. Idealmente deveria ter só 2 ou 3 clientes muito bons e muito ricos por ano. Produzia 2 ou 3 best sellers, era bem pago e toda a gente ficava contente. Infelizmente a conjuntura económica do país e a realidade da indústria musical dão aos meus objectivos um contorno consideravelmente utópico. Mas que se lixe, não deixa de ser o ideal e vou trabalhar para isso.

SFTD Radio: Que conselho darias a alguém que tem vontade para entrar no mundo da música?
D.C.: Entrar conscientemente no mundo da música com sonhos de ter uma carreira artística hoje em dia só não é um erro se for feito por alguém com um talento muito acima da média ou com um trabalho extremamente inovador (ambos num plano comparativo à escala mundial), se for alguém com capacidade financeira e vontade de perder dinheiro ou ainda se for alguém com muito boas cunhas, embora isso raramente resulte a longo prazo se não houver talento. A música como profissão é um mau investimento. Não vale a pena espalharem emails com as tabelas sindicalizadas de cachets de músicos porque isso não é realista nos tempos em que vivemos. Também não vale a pena espalharem posts no facebook a dizer "se és músico não toques à borla" porque isso ainda é menos realista. Se queres crescer num meio extremamente competitivo e saturado como este, toca à borla. Toca à borla 3, 4 ou 20 vezes e mostra que és o melhor. Ainda há espaço, oportunidades e dinheiro para os melhores. Eu toquei muitas vezes à borla e agora anos mais tarde vou chegar a Portugal com uns milhares de euros no bolso por estar dois meses em tour com uma banda estrangeira de quem era fã quando tinha 15 anos e tocava à borla. Esse tocar à borla chama-se promoção. Mas só resulta se tiveres realmente um bom trabalho e qualidade para promover. Caso contrário estás no ramo errado, e podes continuar a estar, nada contra. Não podes é exigir que te paguem. Lamento.

Entrevista por: Miriam Mateus

Segue no Facebook : Anathema |  Daniel Cardoso | Songs for the Deaf Radio
Fotos de Anathema no Vagos Open Air | Caroline Traitler Photography
Post relacionado : Anathema anunciam novo trabalho

Os concertos, organizados pela Prime Artists, terão lugar no dia 19 de Outubro no Hard Club no Porto, e dia 20 no Paradise Garage em Lisboa, e contarão na primeira parte com os Astra, banda norte-americana de prog rock. Ainda há bilhetes (não muitos) à venda na Ticketline para ambas as datas.



12/03/2012

R-Evolution Fest@Paradise Garage - 10/03/2012

O Paradise Garage, um espaço onde já ocorreram no passado concertos míticos e por onde já passaram bandas de renome internacional, voltou a abrir as portas para um festival de Metal, desta vez com Ramp e Hang The Traitor como cabeças de cartaz.

O R-Evolution Fest deveria ter ocorrido no passado dia 3 de Março, mas foi cancelado após uma auditoria em cima do acontecimento, demorada e que, por falta de uma autorização, não permitiu que o evento acontecesse (ver nota em rodapé) . As centenas de pessoas que aguardavam no exterior foram informadas desse mesmo cancelamento cerca de duas horas após a hora prevista para abertura das portas. Foi com este peso na memória que o evento, reagendado para dia 10, abriu as portas mas desta vez apenas a algumas dezenas de pessoas que com o decorrer do tempo acabou por ultrapassar a centena.

Foi às 21h30 que o evento começou com a primeira banda em palco, Brain Dance. A banda de quatro elementos fez o seu concerto de apresentação oficial num festival alternativo em Março de 2009 e desde então tem tocado em bares de Lisboa e Margem Sul. Agora, três anos depois, regressam a um festival, desta feita no Paradise Garage. Tiveram grande intensidade em palco e boa performance. A garra do vocalista Teen Asty e os riffs de guitarra num ambiente trash foram uma boa escolha para dar início à noite.

Set List:
Inheritance
Arab Spring
Dicease

A segunda banda, Tales For The Unspoken, é uma banda de cinco elementos oriunda de Coimbra. Estão actualmente em digressão a apresentar o seu álbum de estreia Alchemy e começaram com um tema desse mesmo álbum, There You Stand. O gutural de Marco Fresco encheu imediatamente o espaço, intenso e profundo. Foi de notar a energia e presença em palco mostrando que os temas têm mais impacto ao vivo que na gravação original. No tema N’Takuba Wena, conseguiram transmitir a profundidade dos cantos índios como se uma tribo estivesse em palco. Terminaram com Say My Name.

Set List:
There You Stand
Possessed
Unto the Breach
N’Takuba Wena
Say My Name


My Enchantment a banda que veio do Barreiro, foi a terceira a pisar o palco. Após uma pequena Intro, começaram a tocar o tema Beneath Your Wings, mas quando Pedro, o vocalista entrou e se dirigiu à frente do palco o feedback provocado pelo microfone foi um factor que diminui o impacto pretendido do início do concerto. A segunda voz, feita pelo teclista esteve sempre um pouco baixa e por vezes era imperceptível. Durante o decorrer do concerto foram continuamente puxando pelo público, mas este estava demasiado tranquilo para corresponder. Apesar dum gutural um pouco monocórdico, sentiu-se a intensidade e a vontade de transmitir a energia que a banda sentia em palco. Tocaram Nemesis (cover de Arch Enemy) na perfeição e sentiu-se a resposta por parte do público. Terminaram com Someone Else’s Nightmare.

Set List:
Beneath Your Wings
Infection
Dead By Sunrise
So Blood Became Wine
Hate Spiral
Wretched Memories
Nemesis (Arch Enemy cover)
Machinery
Someone Else’s Nightmare

Quando os Hang the Traitor abriram o concerto a energia que emanou do palco foi contagiante. Havia cordas de enforcamento penduradas no topo do palco, alusivas ao nome da banda assim como o próprio vocalista Demon que trazia uma corda mais pequena pendurada ao pescoço e um taco de basebol. A banda da margem Sul de Lisboa e composta por cinco elementos demonstrou em toda a sua participação energia e uma fantástica prestação musical. Começaram com First Blood e a partir daí foi uma sequência de energia que mesmo no tema Rotten, com a saída de Demon do palco para o meio do público, não conseguiu provocar a reacção pretendida e merecida. A meio da sua performance tocaram ainda uma versão de Oi Tudo Bem? (Garotos Podres) e terminaram o concerto com Destrói.

Set List:
First Blood
Your Evil
Rotten
Leech
Hallucinate
Oi Tudo Bem? (Garotos Podres cover)
Wonderfull World
Six
Massacre
Destrói

Foi chegada a vez de Ramp subir ao palco e dar por terminado o R-Evolution Fest. A banda que já tem mais de vinte anos de carreira e que ainda em 2010 participaram e partilharam o palco com os Hail no Rock In Rio Lisboa, foi sem dúvida a banda que impulsionou os presentes para a frente do palco quando a Intro de Blind Enchantment se fez ouvir. Neste concerto a banda não pôde contar com o seu baixista Caveirinha e no seu lugar esteve Sales, que fez uma excelente prestação. Entre o tema Insane e How Rui dirigiu-se ao público apenas com estas palavras: “por todos vocês, respeito” referindo-se provavelmente a todos os inconvenientes que existiram até aquele momento ser possível.

Este foi um concerto que não trouxe novidades a nível de alinhamento das músicas, tendo sido este o mesmo da Subversion Tour realizada pela banda aquando do lançamento do seu último álbum Visions. No entanto, isso não invalidou que os presentes sentissem a energia e respondessem da mesma forma. No tema Alone, Rui mencionou que este é e sempre será um tema dedicado à sua mãe. Foi em Anjo da Guarda que se fez sentir alguma agitação por parte dos presentes na frente do palco e notou-se que esta é uma banda que consegue agitar mesmo um público aparentemente impassível. Aliás, poderia inclusive acrescentar que o público que esteve a assistir às bandas anteriores a Ramp nem parecia o mesmo, dada a diferença significativa de entusiasmo que se fez sentir. Sempre que Rui perguntava se estavam cansadas o público sempre reagiu e não queria que o concerto terminasse, mas após Through todos os elementos saíram do palco deixando apenas Rui que ainda questionava se os presentes queriam mais. Já com todos de regresso após uma breve ausência e ainda com algumas brincadeiras com o público sobre o tirar ou não a t-shirt de Ricardo Mendonça, assim como Tó Pica que já não tinha a sua, começaram a tocar a sua cover de Walk Like an Egyptian (Bangles).
Rui aproveitou para sair do palco enquanto o duelo de guitarras entre Ricardo e Pica decorria, seguido ainda dum fantástico solo de Paulinho na bateria. Quando voltou ao palco e retomou a parte final desse tema percebeu-se que este seria o último, visto que tiveram de terminar o concerto devido ao adiantado da hora, não terminando como habitualmente com o tema Try Again. Voltaremos a ver Ramp no Rock In Rio Lisboa deste ano.

Set List:
Blind Enchantment
Insane
How
Single Lines
Dawn
The Cold
Clear
Follow You
Myth
Alone
Hallelujah
Anjo da Guarda
Drop Down
All Men Taste Hell
Noone
Come
Thoughts
Black Tie
Through

Encore:
Walk Like an Egyptian (Bangles cover)

Reportagem por: Miriam Mateus
Fotos por: Nádia Dias - http://www.facebook.com/nadiadiasphotography

Vídeo resumo (autoria e todos os direitos : Paradise Garage )


Nota : Recebemos do Paradise Garage a seguinte comunicação "A situação que se passou não teve nada a ver com o Paradise Garage, foi alheia, as bandas é que não tinham as licenças necessárias para tocarem. Apenas isso. A casa não teve nada a ver com o assunto. Aliás nós temos as nossas licenças operacionais."

11/09/2011

Reportagem R.A.M.P no Side B, Benavente 10-09-2011

A chegada a Benavente fez-se tranquilamente. A quantidade considerável de carros estacionados fez-nos perceber imediatamente que estávamos perto do local onde se realizaria o concerto. No entanto e talvez por termos chegado cedo, o bar estava ainda um pouco vazio. Algumas pessoas iam entrando, saindo e outras simplesmente aproveitavam o tempo de espera para irem confraternizando ao som de Pantera, Metallica, Marilyn Manson, entre outros nomes conhecidos do mundo do Metal.

O Side B, o bar onde se realizou o concerto fez o seu terceiro aniversário. Foi neste espaço, dedicado à realização de concertos de bandas nacionais e internacionais que, em parceria com a Notredame Productions e segundo as palavras do seu proprietário, Carlos Freitas, já subiram ao mesmo palco centenas de bandas, podendo destacar-se Heavenwood, Bizarra Locomotiva e a nível internacional, Tankard, Entombed e Kampfar, esta última que mereceu um maior destaque por parte de Carlos, devido à intensidade do mesmo. Nesta noite, o palco seria de RAMP.

Ao fim de algum tempo, vimos alguns membros da banda entrar no espaço. A hora de início do concerto começava a aproximar-se. Tó Pica, o guitarrista, andava pelo meio do público com a sua boa disposição habitual, enquanto o tempo para o início do concerto ia diminuindo. Foi perto da meia-noite que se ouviu o primeiro som de guitarra e se realizaram os últimos pormenores do check-sound. Em poucos minutos o espaço ficou composto. RAMP (origem nas iniciais dos nomes, dos membros fundadores: Ricardo, António, Miguel e Paulo), são uma banda de Metal formada em 1989, no Seixal e obteve o seu grande sucesso comercial, com a faixa "For a While". Já fizeram primeiras partes de grandes bandas, tais como Sepultura, Metallica, e mais recentemente participaram no Rock In Rio 2010, onde partilharam o palco com Hail. O seu último álbum “Visions” foi lançado há dois anos, e foi no Music Box em Lisboa que deram início à tour de lançamento do mesmo, a “Subversion Tour”.



O concerto ia começar. O som de “Blind Enchantment” encheu o espaço já recheado de fãs, dando início a um concerto de grande intensidade, seguida de Insane, How, Single Lines e Dawn. Continuando a dar prioridade ao último álbum “Visions, foi com a pergunta “Estão com frio?” que Rui respondeu “Eu estou” e deu entrada para a música “The Cold”. Após “Clear” e “Folow You”, Rui fez a apresentação para a música “Mith” com uma dedicatória a todos aqueles que querem aparecer nas revistas cor de rosa e apenas se preocupam em ser famosos. Ao longo da música, Rui, ia fazendo poses e expressões, satirizando o mundo da fama instantânea. Depois, seguiu-se um momento mais calmo com a música “Alone” começando a partir daí a viagem pelos temas mais antigos da banda. Em Hallelujah o público recomeçou a aquecer, e acabou por fazer o primeiro mosh da noite na música que se seguiu a essa, “Anjinho da Guarda”. A partir deste momento, já todos os membros da banda com a excepção do vocalista, tocavam sem t-shirt e a zona em frente ao palco era reservada para o mosh e crowdsurfing enquanto tocavam Drop Down, All Men Taste Hell, Noone, Come, Thoughts e Black Tie, sempre com grande intensidade e participação do público, que cantava e que gritava “não” sempre que o vocalista perguntava: “Estão cansados?”. Rui agradeceu o convite do proprietário do espaço, deu-lhe os parabéns pelo trabalho que tem sido realizado ao longo dos últimos três anos e acrescentou que não era apenas o Side B que fazia anos, mas também o guitarrista de Ramp, o Ricardo Mendonça. Tocaram “Through” e saíram do palco.


O público queria mais e ninguém se mexeu do seu lugar, chamaram por Ramp e não se fez silêncio enquanto a banda não voltou a subir ao palco, que nesse momento tinha já quatro bancos alinhados no mesmo. A surpresa da noite, reservada para os fãs, estava à nossa frente. Uma música que não tocavam há alguns anos e que foi tocada com os seus membros sentados, “For a While” foi um dos momentos altos da noite. Seguiu-se ainda a sua versão de “Walk Like an Egyptian” das Bangles que incluiu os solos de Ricardo Mendonça e Tó Pica nas guitarras, seguido de um solo de bateria de grande intensidade pelo Paulinho.


Ainda no Encore, tocaram a música "Ace of Spades", dos Motorhead, relembrando o momento em que o fizeram no Rock In Rio, com os Hail. Terminaram o concerto com “Try Again” e é nesse momento que Rui, Ricardo, e Pica vão para o meio do público. Foi no meio dos fãs e amigos que calorosamente acolheram os membros da banda e é no meio de abraços que deram por finalizada uma noite que, nas palavras de Rui, foi de “Rock N’Roll” onde o seu espírito e as boas vibrações foram sentidos, tanto pelo público, como os membros da banda. Para Tó Pica, no seu espírito humorista, o concerto resumiu-se em “duas palavras: Bru-Tal”. Para Ricardo foi a sua “Melhor festa de anos” e para Caveirinha “uma sauna” tal era o calor humano e a intensidade que se fazia sentir no local. Foi assim que terminou mais um concerto de uma grande banda nacional que independentemente de todas as dificuldades no meio, tem lutado e resistido ao longo dos anos e tem continuado a presentear os fãs e amigos com momentos como este.



Reportagem: Miriam Mateus

Fotografia: Nádia Dias


Playlist de R.A.M.P. no Side B, Benavente 10-09-2011

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