Recuperados do primeiro dia, foi com alguma admiração que chegámos à zona dos concertos e nos deparámos com mais público que no dia anterior, pela mesma hora. É certo que a banda da terra, GODVLAD, que iniciou o segundo dia, terá alguma responsabilidade na boa afluência a meio da tarde, mas a verdade é que todo este dia se destaca por ter tido mais público e com maior amplitude nas faixas etárias, como tivemos oportunidade de verificar. E a propósito, não pudemos deixar de notar a presença de várias crianças, como já era habitual em anos anteriores, o que só augura futuro sorridente. Outro aspeto positivo deste segundo dia prende-se com a qualidade do som, significativamente melhor que no primeiro.


Os aveirenses GODVLAD subiram ao palco com tamanha satisfação que no público sentia-se claramente a boa energia.
O fantástico look da vocalista Vanessa Cabral monopoliza imediatamente a atenção (a t-shirt da SFTD, que vestiu mais tarde, também lhe fica muito bem) mas, rapidamente, outros elementos se vão destacando, nomeadamente a bateria de Hugo Ribeiro e as teclas de Paulo Martins. Apresentaram três temas do novo EP Dark Streets of Heaven (2016), que merece ser ouvido com mais atenção, e os restantes quatro do álbum Bipolar (2014), criando o ambiente necessário à continuação de um dia que ainda viria a ser bem longo e surpreendente.

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O vocalista/baixista Joannes Andersson incentivou o público a participar e todo o concerto foi bastante intenso, como se arrancado das entranhas de cada um dos elementos. A qualidade do som não prejudicou e pudemos apreciar, entre outros, os temas Melancholia (The Children of the Night, 2015) e When the sky is black with devils (The formulas of death, 2013).
Em seguida, o punk tomou conta do recinto.




Bem aquecido, o público estava já preparado para o grande concerto de Helloween que se seguiu.



E aproximamo-nos do fim. Os Moonspell não desiludiram o público resistente, antes pelo contrário.
É certo que gostamos da banda, mas o facto de nos termos arrepiado com alguns dos temas e, sobretudo, de termos demorado a recuperar deste concerto, enquanto deixávamos a Quinta do Ega, só pode significar que se tratou de uma excelente atuação. Finalmente em Vagos, como afirmou Fernando Ribeiro, os Moonspell fizeram questão de tornar este concerto um acontecimento memorável.
Tocaram temas do último Extinct (2015), tais como Breathe, Medusalem e Extinct mas foram sempre relembrando os 20 anos já passados sobre o lançamento do álbum Irreligious, tocando temas como Awake, Opium, Mephisto e Raven Claws, este último com a participação de Mariangela Demurtas, vocalista dos Tristania. E pelo meio da intensidade destes e de outros temas e sentindo permanentemente o chão a tremer, ainda assim conseguimos destacar Em nome do Medo (Alpha noir/Omega white, 2012), com a participação de Rui Sidónio (Bizarra Locomotiva) e Alma Mater (Wolfheart, 1995), como momentos inesquecíveis, com o público a entoar refrões em coro e a esbugalhar os olhos em frente às chamas que brotavam dos lança-chamas colocados no palco. Também houve lugar a encore, com Everything Invaded (Antidote, 2003) e Fullmoon Madness (Irreligious, 1996).


Esta reportagem já vai longa mas há ainda espaço para salientar que grande parte das bandas, nacionais e internacionais, incentivou e felicitou a organização pelo esforço empreendido para manter vivo um festival de metal em Vagos. Aqui ficam também as nossas felicitações e incentivo à continuação. Esperamos que os inquéritos realizados ao longo dos dois dias ajudem a melhorar alguns aspectos e que este festival continue a crescer.
Estão já confirmados, pela organização, os dias 11 e 12 de agosto de 2017, portanto, vemo-nos para o ano! \m/
Texto: Sónia Sanches
Fotos e vídeos: Nuno Santos (todas as fotos brevemente na página do facebook)