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A noite de 02 de Fevereiro era de festa para os lados de Coimbra, apesar de não muito convidativa graça à Helena que teimava em relembrar os estragos causados pela sua irmã Leslie, mas nem isso demovia o grupo de metalheads conimbricenses, que se juntava à porta do Massas Club para assistir e dar o seu apoio à banda da casa Destroyers of All, que apresentavam o seu segundo trabalho de longa duração "The Vile Manifesto".
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Como era de esperar e habitual nesta cidade, muito perto das 21h30 entram em cena os Dallian que se apresentaram a uma sala, que apesar de não estar cheia estava, minimamente composta e que dava indícios de estar familiarizada com a sua sonoridade, brindando a banda com muito movimento em frente ao palco.
Os Dallian apresentaram um setlist com foco no seu álbum de estreia "Automata" lançado no ano passado e com bastantes influências japonesas e steampunk. Os Dallian deram o mote para um início de festa que se perspectivava bastante animada.
Após a actuação dos novatos Dallian, eis que entra em cena um dos percursores (a par com os Destroyers of All e Tales for the Unspoken) do metal extremo conimbricense. Falo, claro, dos Terror Empire.
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Donos de uma sonoridade muito própria e arrojada, em certas alturas, a lembrar o thrash que saía dos Estados Unidos nos anos 90, não é de admirar que a sala se colocasse em sentido e pronta a invocar os demónios da guerra a cada malha apresentada.
Os Terror Empire basearam, quase na totalidade, a sua actuação no seu último trabalho "Obscurity Rising" que foi muito bem recebido pelo público presente. O ponto alto chegou com as malhas Times of War e Servant, esta última que trouxe ao palco Marco Fresco (Tales for the Unspoken) e João Mateus (Destroyers of All) para alegria do público presente que acediam aos pedidos dos 3 vocalistas para iniciarem os tradicionais circle-pits.
Pouco passava das 23h quando se começam a ouvir as primeiras notas vindas das guitarras dos meninos de Coimbra, aos quais era associada toda esta festa. Em palco já Alex, João, Guilherme, Bruno e Filipe ultimavam os preparativos para a descarga de adrenalina que se avizinhava e à qual o público presente não estava indiferente, a contar pelo apoio demonstrado desde o inicio ao final da poderosa actuação.
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Não foi por isso de estranhar que no meio dos circle-pits, headbangings e air-guitars que se formavam em frente do palco, alguns soltassem mesmo os seus guturais a acompanhar os refrães que compõem os novos registos apresentados.
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Mesmo apresentando o seu novo álbum, os Destroyers of All não esqueceram o que já começa a ser considerado como clássicos da banda, tendo a adrenalina exponenciado em temas como Hate Through Violence, Tormento e Into the Fire com a sala a aderir aos constantes pedidos vindos de todos os que naquele momento ocupavam o palco.
Com o aproximar do final da actuação ainda existiu tempo para relembrar o EP com Astral Projection e apresentar um bónus com Kill The Preacher, isto antes de finalizarem a actuação recorrendo a Death Healer.
Foi cerca de uma hora do que de melhor se faz por Coimbra e que a ninguém deixou indiferente, mostrando mais uma vez que as misturas de diferentes sonoridades e estilos podem mesmo coabitar com o metal que se faz nos dias de hoje em Portugal.
Ficamos à espera de ver até onde irão estes 5 meninos de Coimbra, com a certeza que pela força e garra apresentada hoje estamos presente um diamante em bruto que com a ajuda certa poderá ir muito longe. PARABÉNS.
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Estes 4 transmontanos que há cerca de 2 semanas estiveram a fazer a festa e a apresentar o seu mais recente álbum "Porntugal" no festival de Freak n' Grind Xxxapada na Tromba em Lisboa, chegaram a Coimbra trazendo na bagagem uma mão cheia de surpresas e animação (ou não fosse esse sempre o mote da banda) para os presentes que aderiram sem nenhuma restrição como é típico num concerto de Serrabulho.
Entre invasões de palco, pillow-fights, introduções a lembrar música tradicional (vulgo pimba), disco-party, etc., o concerto de Serrabulho teve de tudo o que já nos vem habituando há muito tempo. Demonstram que o gosto por música pesada não passa apenas por ter poses com ar taciturno/carrancudo, adorações ao Belzebu, Gore, enfim tudo o que é associado ao movimento Trve. Antes pelo contrário, pode ser uma festa onde os fãs estão todos com mesmo objectivo: o de curtir a música que mais gostam e esquecer (nem que seja por algumas horas) os problemas que possam eventualmente ter no dia a dia.
Neste capítulo, os Serrabulho são, como já anteriormente afirmado os mestres da festa rija "à portuguesa", graças a um Tocá que não se coíbe de puxar pelo público que está à sua frente, bem como a restante banda que demonstra diversão a todos os níveis e durante toda a sua actuação.
Texto: Ricardo Branco
Revisão: Sabrine Lázaro
Fotos: Ricardo Branco
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A apresentação do álbum em Lisboa terá lugar no RCA Club já este sábado, 23 de Fevereiro, e conta com a participação dos Diabolical Mental State e Thirdsphere, em mais um evento com o apoio SFTD.
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