No passado dia 18 tivemos a 4ª edição de Alvalade Arise. Ao contrário de anos anteriores, a Junta de Freguesia decidiu suspender o seu apoio financeiro duas semanas antes do evento este ano, que vai, ( apesar de tudo ), doar parte da caixa aos Bombeiros Voluntários locais.
O evento teve início perto das 17h com Shredded To Pieces a abrir o “ bailarico”. Esta banda Bejense iniciada em Maio de 2012 tem variadíssimas influências que vão do metal ao grunge. O espaço estava um pouco vazio e o som necessitava de algumas melhorias. Ainda houve oportunidade para ouvir algumas covers.
De seguida, vindos do Algarve tivemos os M.E.D.O com o seu hardcore português que fez abanar as escassas cabeças existentes e que terminou a atuação com Ricardo Catarro a cantar junto ao público e com o som já ligeiramente melhor.
Disthrone foi a banda que se seguiu. Vindos do Seixal, a banda crust /d-beat entrou imparável e apesar de algumas questões com feedback, o som estava com grande qualidade. A energia desta banda foi tal, que a bateria sofreu um “ colapso “ e houve necessidade de um “ bombo-sitter ” no palco para garantir a continuidade do espetáculo. Por esta altura a plateia já se encontrava mais composta sucumbindo à voz do “furacão” Carina Domingues e iniciando assim um “moshzito“.
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Mais recentemente fizeram a abertura para Anthrax em Corroios e participaram no lançamento do álbum de Rasgo, no RCA. Também eles tiveram uma boa receção por parte dos presentes que responderam aos seus incentivos com algum mosh.
Estava assim terminada a primeira parte deste evento com a pausa para o jantar.
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A atuação foi maioritariamente concentrada no seu último álbum Danse Macabre, mas a banda apesar do excelente som, estava com “malapata“ com o micro. Primeiro foi Peter que o perdeu aquando a sua já usual “dança sinistra”. Posteriormente quando estavam quase a terminar, o mesmo micro acabou por emudecer, tendo Peter que o trocar pelo do Caesar, para seguidamente descer do palco e finalizar a interpretação com Cabaret, na companhia do público, incentivando e levando- os para junto dele.
Quando Cryptor Morbious Family entrou em palco já se verificava a casa cheia. Novamente uma banda do Sul, desta vez de Grândola. Esta banda de industrial/death metal com cerca de 12 anos tem uma imagem peculiar e “industrializada“ com os seus membros usando máscaras e ”macacões futuristas“.
Tivemos oportunidade de ouvir alguns dos temas do novo álbum The Pit of Infamy e ter mais um “incidente“, desta vez com uma corda, que foi rapidamente resolvido. Houve ainda a participação especial de Carlos Faias dos Smash Skulls que subiu ao palco para dar, literalmente “uma mãozinha (neste caso duas) na bateria, formando uma dupla com Carlos Sobral. O público manteve-se atento e participativo durante a atuação e recebeu Tiago Tokinha num stage dive no final.
A banda lisboeta de hardcore Grankapo começou com o “pé esquerdo” ao ter problemas com os amplificadores que levaram primeiramente a um atraso no início seguida de uma curta interrupção do concerto. Problemas resolvidos e assistimos a mais um concerto brutalíssimo como já nos habituaram com a energia contagiante de Fuck, imparável em palco.
Foram tocados temas dos álbuns Outcasts Won´t Fall, The Truth e Confessions e terminámos, como não poderia deixar de ser, com o tema Grankapo a ser cantado com o público. Por esta altura já havia muita animação na assistência.
Foi uma casa cheia e agitada que acolheu com entusiasmo Prayers of Sanity, os thrashers de Lagos que dispensam já apresentações, com uns consolidados 10 anos de existência. Desde o primeiro tema, Dead Alive, até ao último, Evil May Die, esta banda estava determinada não apenas a manter a animação da sala como a elevá-la. E o objetivo foi alcançado com sucesso no decorrer de um concerto com muito mosh e headbanging, numa onda de energia que principiava no palco propagando-se por um público alvoraçado.
Mata-Ratos é uma das lendas punk-rock nacional que conta com 35 anos de “ festa rija “. A banda que se escolhe sem hesitar para encerrar uma festa com copos, animação e uma pitada de desvario. No Alvalade Arise não foi exceção. As músicas foram cantadas com a participação do público frenético com uma entrega total. Um prazeroso caos” de gente, musica e cerveja pelo ar.
E assim finalizou esta edição do Alvalade Arise que nasceu e têm-se mantido devido à teimosia de duas “ almas metaleiras ” que continuam a insistir em levar o metal nacional para Mimosa, Alvalade, Santiago do Cacém. Que a sua persistência continue por muitos anos !!
Texto: Margarida Salgado
As fotos foram gentilmente cedidas por Luis Sousa. Podem clicar em cima da foto de cada uma das bandas para aceder aos álbuns completos na página Luisousa Snapshot