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20/05/2016

[Report] SWR Barroselas Metalfest XIX (Dia 2)


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Depois de uma noite eufórica no camping e forças recuperadas, retomamos a saga de concertos na Arena com a banda BOKLUK, vinda da Corunha, Espanha.

Os espanhois são presença habitual no line up e muito deste público desloca-se ao nosso país, vindos essencialmente da Galiza que é relativamente perto de Barroselas, mas também de Barcelona e Madrid, visto existirem comodidades oferecidas pela organização para facilitar o acesso dos estrangeiros ao evento, nomeadamente autocarros vindos do aeroporto Sá Carneiro.
Esta banda de old school Death Metal regressa ao evento para celebrar o seu 5º ano de existência e abriu as hostes no início da tarde com toda a força! Álex o vocalista tudo fez para animar a malta e apresentou a uma sala bem composta, o seu EP lançado em Cassete de 2015 'Intra-Vital Derangement' composto por 5 faixas, uma delas em tributo aos Napalm Death com a cover de 'Suffer The Children' , também o álbum "Taphonomy"e algumas novas, pois preparam-se para gravar mais um trabalho de onde retiraram o tema 'You Look Like Shit' e que já faz parte dos sets apresentados nos concertos no país vizinho.
As músicas inspiradas em temas como pragas, horror, degradação humana e miséria, transpiram a hostilidade contra o sistema, sentimento generalizado em todos os que por aqui passaram. Provocaram assim o público motivando em todos os que assistiam, um headbang geral e uma excelente animação.
Um bom concerto!

BALMOG iniciam a saga das homilias de missas negras com os seu Black Metal também vindo da Galiza. 

Apresentaram a sua mais recente edição, o álbum 'Svmma Fide'. A banda apresenta o seu ódio, escuridão, aversão humana e satanismo, neste trabalho composto por 8 faixas. Um trabalho centrado em torno de riffs  numa abordagem mais tradicional, mas também tem uma sonoridade mais moderna. A maneira como seus acordes maliciosos tocados ' in arpeggio' e as escalas executadas, são uma reminiscência de alguns grupos contemporâneos, mas o principal trunfo da BALMOG encontra-se com a melodia e a forma como estes a montam juntando-lhe um secção rítmica pesada e forte. Uma bela entrada para este ritual black metal, um estilo de presença obrigatória, neste evento!

GRUNT entram na Dungeon e o público apressa-se a chegar à frente do palco. Esta banda criou, com a sua atuação polémica, uma grande expectativa em torno do seu espetáculo.
Relembro que a cenografia e postura, especialmente caracterizada e teatral perante o público, fez parte de todo este evento e esta banda superou tudo o que se poderia imaginar ver por aqui. Foram altamente' chocantes', no bom sentido e abanaram com todos os dogmas e tabus que qualquer um de nós poderia ter em relação ao que se pode ou não, mostrar em palco!
Vestidos de latex e fatos de lycra negro trouxeram consigo umas performers sexys e montaram em palco um equipamento típico de sessões de BDSM grotesco e durante o concerto realizaram um show de sodomia brutal com seringas e objectos sexuais, com truques de sexo explícito, provocando o público que assistia com espanto, mas sem censura!
Esta banda de Death Metal/Goregrind tem tido reações adversas ao seu show bizarro, inclusive foi alvo de cancelamentos por queixas inusitadas de pessoas menos preparadas, mas neste dia ninguém se sentiu ofendido e colou na música e no espetáculo sem pudores e trocando entre si sorrisos, apreciou cada movimento das meninas e da interação sexual com a banda, durante todo o concerto!
Muito interessante a apresentação desta banda que usa temas como pornografia, depravação sexual, BDSM e Fetiche e teima, de uma forma muito profissional, em quebrar todas as regras e fazer tremer os mais sensíveis! Objetivo conseguido mas como eles próprios dizem 'No bullshit, No Censor, just Grind!'
Esta banda surgiu no Porto em 2004 primeiramente como Fetal Incest, mudando o seu nome para Grunt em 2010 e desde sempre que esta atitude provocadora, foi o mote dos Boys nortenhos o Z, o D e o G.
Tocaram temas do seu álbum 'Codex Bizarre', lançado em Agosto de 2015 e foram irresistíveis! Motivaram uma dança animada em frente ao palco, enquanto o resto do público ia acompanhando, sem tirar os olhos do show, tudo o que se passava.
A música com riffs old school, com um grind animado e com samplers futuristas, fez as delícias do público que adere a este estilo, celebrando a depravação com brincadeiras e alegria! Muito, mas muito bom show e feito no lugar certo onde tudo é permitido e aceite! Excelente!


Depois deste concerto bombástico, foi hora de regressar à tenda para o jantar e entre churrascos e copos de vinho tinto, decorreram no recinto os concertos dos lisboetas DECAYED com o seu Black Metal, dos USNEA vindos dos USA com o seu Blackened Funeral Death e Doom Metal, os MONOLORD vindos da Suécia com o seu Stoner Doom Metal e os espanhóis BODYBAG com um vibe mais acelerado com o seu Death Grind a animar a festa. O local da tenda era perto do recinto podendo ouvir-se ao longe esta música de fundo e a alegria do público, promovendo à distância um excelente ambiente no camping.


Encaminhamo-nos de novo para o recinto, ouvindo a marcha fúnebre dos suecos MARDUK convocando à carnificina de mais uma missa negra em palco.
Estes estiveram bastante ocupados o ano passado ao lançar vários trabalhos gravados em estúdio e ao vivo, nomeadamente o 'Strigzscara-Warwolf -Live álbum', uma memória do 'World Panzer Battle 1999-Live álbum' e dois EPs, o 'Ancient Evil' e 'The Sun Turns Black as Night', apresentaram estes dois últimos numa rapsódia em forma de ode à guerra.

Sobem a palco a seguir os INVERLOCH com o seu Doom/Death Metal e presentearam-nos com o seu mais recente trabalho, o álbum 'Distance|Collapsed', um digipack lançado em Março de  2016. Esta banda australiana começou a gravar em 2011 e é já largamente reconhecida como tendo uma sonoridade bizarramente profunda e de um filthy old school death metal.
Com um doom ressonante e de sons misteriosos únicos, redefiniram o género influenciando de alguma forma as bandas deste núcleo. Um excelente concerto com riffs de guitarra acelerados que provocaram um bailarico animado na Dungeon.


Voltamos à Abyss para ver as estrelas da noite os suecos GRAVE!

Esta banda iniciou a sua saga em 1988 e são um ícone do estilo Death Metal com os seus temas inspirados na morte, no gore e no movimento anti-cristianismo. Trouxeram-nos o seu mais recente trabalho 'Out of Respect for the Dead' gravado o ano passado e alguns temas revivalistas do seu longo percurso que conta já com 30 anos de estrada! Uma eternidade! Uma banda percursora do estilo e que pertence, merecidamente, à história do Metal.
Um concerto energético com guitarras a soarem de uma forma bárbara e todo o álbum brilha com uma produção forte e maciça e soltando o seu speed, provocaram um turbilhão no recinto, com um circle pit infernal!
Os riffs de guitarra brutais e as vocalizações cruas e bem acentuadas foram ligadas às letras que são surpreendentemente compreensíveis e usaram todos os recursos deste género, influenciados também pelo punk rock, para criar um ambiente de Death mostrando a sua riqueza musical e fortemente enraizada neste nicho, recordando também um dos seus melhores trabalhos de 1991, 'Into the Grave'. Um brutallísimo concerto que nos encheu a alma de festa e boas memórias, os GRAVE seduziram-nos num show de excelente qualidade e deixaram o recinto totalmente rendido!

Depois desta sova musical foi tempo de voltarmo-nos a unir aos Steel Warriors e molhar a garganta seca de tanta loucura. Subiram nesse momento a palco os belgas do black death metal POSSESSION e os checos SPASM com o seu grind perverso e a folia e corropio no recinto era imparável ao cruzarmos com sorrisos e brincadeiras animadas entre pulos e mosh do público, que nesta noite estava em total euforia!
Estava o ambiente perfeito para a loucura nesta noite e os GORGÁSMICO PORNOBLASTOMA de Guimarães e os CLOCKWORK BOYS de Lisboa, arrebentaram literalmente a Arena com o seu Grindcore e Punk Rock respectivamente. Estes maníacos portugueses fecharam em beleza o line up desta noite com a total euforia do público a acompanhá-los na festa.
Mais uma noite de música que nos deixou exaustos e não seguimos para o Steel Warriors Bar onde a animação iria continuar bem regada.

Texto: Stanana
Fotos: António Gaspar (todas as fotos deste dia aqui)


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