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10/04/2018

[Report] Moita Metal Fest 2018 - Dia 1

Primeiro dia do Moita Metal Fest (6 de Abril)

Dark Oath, Sacred Sin, Viralata, Filii Nigrantium Infernalium, Suicidal Angels e The Exploited

Não há mau tempo que resista a mais uma edição do Moita Metal Fest, já que para aqueles lados, até a chuva acalmou e o vento amainou. 

Pela segunda vez a encher o espaço do largo do Pavilhão Municipal de Exposições da Moita, o festival continua a ganhar pontos e recebeu novamente uma enchente de metaleiros prontos para mais um fim de semana, no qual a música pesada acompanha os reencontros entre amigos, e onde os comes e bebes contribuem para o ambiente descontraído e animado, já habitual nestes eventos.

Este ano, com quase vinte bandas a desfilar pelo palco, o festival voltou a demonstrar a eficácia da organização, a escolha acertada do espaço e dos meios, e o esforço para o cumprimento dos horários.

Ergueu-se novamente a tenda do circo do metal para os concertos e bancas de merchandise, separada da zona de refeições, que também permitiu descansar e conversar mais tranquilamente. Quem quisesse beber um copo durante os concertos, também tinha oferta mais que suficiente no interior da tenda.


Talvez porque os visitantes do MMF já se habituaram ao cumprimento dos horários das atuações, a verdade é que, às 20.30 de sexta-feira, surpreendemo-nos com o espaço dos concertos já bastante composto de público para ver e ouvir Dark Oath. 

A banda de Coimbra agarrou a responsabilidade de abrir o festival e fez um bom concerto, conseguindo animar um público acabado de chegar e ainda em modo de jantar. O álbum When Fire Engulfs the Earth continua a ser o cartão de visita desta banda, que já temos visto a atuar em grandes festivais de verão.


Após uma curta pausa, como aliás viriam a ser quase todas as pausas entre bandas, os Sacred Sin subiram ao palco, já com muito público à espera para assistir a mais uma atuação plena de energia e mestria, como aliás, já nos habituaram.
Ajustámos o ouvido ao excelente trabalho das guitarras e depressa embarcámos nos temas poderosos da banda.
O concerto pareceu-nos demasiado curto e talvez não tivéssemos sido os únicos a senti-lo, dada a movimentação que já víamos na assistência e os aplausos que ouvimos no final.

Ainda assim, houve tempo para o primeiro circle pit do festival, enquanto ouvíamos temas como Darkside, Ghoul Plagued Darkness, Vipers Rise from the Underground, ou Chapel of the Lost Souls, entre outros.

A boa disposição do punk rock vinha mesmo a calhar depois do jantar e os Viralata bem fizeram render a recetividade do público, ainda mais animado pelos comes e bebes, já mais que pronto para o bailarico.
A banda lisboeta apresentou, entre outros, temas do seu mais recente álbum Rota de Colisão (2017), tais como Estrelas Decadentes ou a A nossa religião, mas foi no tema Zé Ninguém, do álbum Vai buscar! (2012), que vimos o público a cantar em coro o refrão e a acompanhar a banda em grande animação.

Há que referir ainda os minutos em que todos entoaram Foda-se, a Moita é linda !, criando um dos momentos mais bem-humorados do festival.

Pensámos que a transição brusca para os Filii Nigrantium Infernalium exigiria alguns minutos de adaptação, mas o público do MMF depressa entrou no ambiente criado pela banda, ajustando-se ao ritmo do necro rock’n’roll, cantado em português, disparado de rajada para não deixar arrefecer a temperatura no recinto.
Estes veteranos, que se preparam, já no próximo mês, para o lançamento do álbum Hóstia, têm os anos de experiência a seu favor e, mesmo com alguns percalços técnicos pelo meio, houve a descontração suficiente para o vocalista brincar com a assistência e oferecer as suas costas à flagelação após o concerto, proposta esta que não fomos verificar…

Seguiram-se os gregos Suicidal Angels a descarregar o seu thrash metal sem dó nem piedade, naquele que foi, para nós, um dos melhores concertos do festival.
Apresentaram uma setlist que permitiu viajar pelos vários álbuns lançados entre 2009 e 2016, sempre com uma excelente interação com o público que, aliás, não se fez rogado e respondeu a todas as interpelações do vocalista Nick Melissourgos.

Desde a abertura com Capital of War, o mosh e os circle pit tomaram conta do recinto e o público não voltou a acalmar até ao magnífico final com Apokathilosis. 

Foram vários os momentos fortes deste concerto, mas ainda conseguimos destacar as interpretações dos temas Moshing Crew e Eternally to Suffer, pela extraordinária interação com o público.

Goste-se ou não de punk, é impossível ficar indiferente aos veteranos The Exploited.
Se o ambiente já estava animado, ainda mais ficou com esta banda escocesa, que já invade os palcos com a sua irreverência desde o início da década de 80.
Foi uma longa setlist composta por temas bem conhecidos do público, muitos deles cantados em coro. Destacamos os temas “Let’s Start a War” (a primeira do concerto), “Fightback”, “Fuck the System”, Fuck the USA” (com o refrão cantado pelo público), “Why Are You Doing This to Me” e “Sex and Violence”, entre outros. Neste último, assistimos a uma verdadeira festa no palco, já que muitos dos presentes aceitaram o convite do vocalista Wattie Buchan para acompanhá-lo.

Alguns cantaram ao microfone, outros preferiram o crowd surfing ou o stage diving, mas todos contribuíram para animar este excelente concerto.

Terminou em grande festa este primeiro dia do Moita Metal Fest, que em nada nos desiludiu e que ainda conseguiu surpreender-nos pela boa disposição das bandas e fantástico envolvimento com o público, tornando-o participante ativo em todos os concertos.


Em breve: restantes fotos e mais vídeos!

Texto: Sónia Sanches
Fotos: Hugo Rebelo
Vídeos: Nuno Santos



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