11 de Agosto, com Tales For The Unspoken, And Then She Came, Revolution Within, Gama Bomb, Rhapsody Reunion, Arch Enemy, Wintersun, Therion e GRUNT
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Nove bandas por dia, das 16h às 02h20, deram que fazer às numerosas equipas de reportagem que fizeram questão de estarem presentes neste evento. Para quem quis ver todas as bandas, foram três dias intensos, sem tréguas, a testar a resistência ao sono, ao cansaço… e até às melgas.
Relembremos, então, os pontos mais marcantes, o que nos ficou na memória, para além do resumo da passagem das bandas pelo palco do Vagos Metal Fest.
Bem nos enganámos quando pensámos que às 16h não estaria muito público no recinto pois, na verdade, Tales for the Unspoken iniciou o primeiro dia já com muitos festivaleiros de cabeça ao sol, a ansiar pelo início dos concertos. A assinalar já os 10 anos de carreira, aí estava a banda de Coimbra a fazer levantar a primeira poeira do festival. O tema Say My Name foi o mais acompanhado pelo público, neste excelente arranque da edição de 2017.
Sob o sol ardente, o público continuou a aumentar para ouvir And Then She Came e, também nós, pudemos satisfazer a nossa curiosidade em relação a esta banda recente (2016) de rock moderno, com uma sonoridade própria (adrenaléctrica, como se auto definem), e muito bem recebida por todos.
Elementos electrónicos, pinceladas progressivas e uma vocalista ( Ji-in Cho), que pulverizou o recinto de uma fantástica energia vinda da sua fraca figura, pequena e magra, são alguns dos traços dominantes desta atuação, que marcou pela diferença e que muito agradou aos presentes.
Sem atrasos, os Revolution Within iniciaram o concerto às 18h, já com o recinto quase cheio. A segunda banda portuguesa do dia não deixou acalmar a Quinta do Ega. Como se não fosse já suficientemente enérgica, ainda adicionou a participação de Marco Fresco (Tales for the Unspoken) num dos temas, e disparou o seu thrash sem tréguas, bem acompanhada de wall of death a dividir a mancha do público.
Quando, por volta das 19h, começámos a observar movimentação em direção ao palco, lembrámo-nos que tinha chegado a hora de Gama Bomb. Defini-los como uma boa banda de speed thrash metal (a primeira da Irlanda) é insuficiente, já que são também muito bem dispostos e fizeram uma atuação que nos valeu ainda umas boas gargalhadas. O vocalista, Philly Byrne, bem humorado, vestido de fato amarelo, com padrão de tesouras azuis, comunicou bastante com o público e ainda elogiou o circlepit, segundo ele, o mais atraente que tiveram até à data, dada a participação ativa das senhoras presentes.
No público, alguém levantou um cartaz com a mensagem I love your dress!, que ainda foi parar às suas mãos, em mais um momento divertido. Terrorscope e We respect you foram dois dos temas apresentados e notámos que ouvimos falar de Gama Bomb ainda durante todo este primeiro dia, como uma das atuações preferidas e a mais facilmente recordada.
Passámos ao mundo fantástico dos Rhapsody Reunion, a assinalar os 20 anos de carreira, em mais um concerto da sua Farewell Tour. O vocalista Fabio Lione surpreendeu ao exprimir-se em português fluente, com sotaque brasileiro, para cumprimentar os presentes e anunciar os temas. Destacamos Beyond the Gates of Infinity, por ser um tema apenas tocado nesta última tour, tal como afirmou o vocalista. O metal sinfónico esteve, assim, bem representado, perante um recinto já cheio, e com um público motivado, que muito os aplaudiu entre os temas apresentados.
Os cabeça de cartaz Arch Enemy invadiram o palco com o tema lançado recentemente, The World is Yours, e começaram logo por pedir a colaboração do público para acompanhá-los com palmas.
Um dos grandes concertos deste primeiro dia, a fazer tremer a Quinta do Ega, sob o domínio da vocalista Alissa White-Gluz, e que nos permitiu ouvir War Eternal e You Will Know My Name, incluídos numa setlist com um total de 14 temas. Impossível resistir à força da banda, que manteve o público refém da fantástica atuação e a corresponder a todas as solicitações da vocalista, cuja voz de comando não oferece alternativa. Saltou-se e fez-se barulho exatamente como e quando ela pediu. Quanto à afluência ao recinto, podemos dizer que já nos sentíamos apertados.
Os Wintersun subiram ao palco por volta das 23h30m e notou-se apenas ligeira diminuição no público. Muita gente esteve presente para ver e ouvir a banda finlandesa que veio, pela primeira vez, a Portugal.
Apresentaram temas incluídos nos seus três álbuns, fazendo, assim, uma viagem pelo seu trabalho, desde 2004, tendo iniciado a atuação precisamente pelo tema mais recente, Awaken from the Dark Slumber (Spring), do álbum The Forest Seasons, de 2017. Notámos muito interesse no público, que aguardava a oportunidade de ouvi-los, finalmente, ao vivo. Tivemos pena de sentir algumas falhas no som que, quanto a nós, dificultaram a perceção, em pleno, da beleza e mestria do trabalho das guitarras.
Pelo número de t-shirts de Therion que víamos vestidas pelo recinto, conseguimos prever que se manteria a mancha de público para ouvir a banda sueca de metal sinfónico.
Por volta da uma hora da madrugada, os sete elementos subiram ao palco, vestidos como habitualmente nos seus concertos, conjugando o estilo do séc. XIX com peças modernas, como também a sua música conjuga o clássico com o metal. Iniciaram a atuação com The Rise of Sodom and Gomorrah (1998) e terminaram com Cults of the Shadow (1996).
Quando os GRUNT subiram ao palco, depois das duas horas da madrugada, já não eram muitos os resistentes que teimavam em manter-se no recinto. A terceira banda portuguesa deste primeiro dia fez a sua atuação com a quantidade de licra e acessórios que lhe é habitual e tendo, como principal adereço,uma mulher semi despida, imóvel em palco. Achámos muito bem e ainda assistimos a um circlepit, mas, esta hora, o cansaço obrigou-nos a recolher.
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Fotos: Nuno Santos (todas as fotos aqui)