O Hell in Sintra nasceu em 2009 e seis anos depois, graças ao esforço e dedicação da Arcadiastudios o festival cresceu e cimentou-se numa invejável posição de festival de referência no panorama do underground nacional.
A edição de inverno de 2015 conheceu nova casa, tendo decorrido no bar Oktanas, no Cacém, um espaço que reunia excelentes condições para receber as hostes metaleiras. A excelente organização (que mereceu inclusive elogios de todas as bandas) fez o resto, comida, bebida e bilhetes baratos, boa distribuição e organização do espaço, um cartaz entre promessas e certezas do underground nacional, uma montra do que se faz de melhor em portugal dentro do espectro da música pesada, sendo expectável que fossem muitos os que deslocassem ao Cacém, mas a verdade é que o primeiro dia de festival não teve o público que merecia, não tendo recebido mais de 100 pessoas.
A acústica difícil da sala exigia um esforço para que as bandas beneficiassem do melhor som, tendo sido necessário que se fizessem algumas correções durante os concertos, situação que acabou por não prejudicar as actuações que contaram sempre com o empenho das bandas para garantir ao público um bom espetáculo. O cartaz do primeiro dia contava com sete bandas de varias sonoridades, desde o thrash \ groove metal dos Earthquake 55 ao New Have of British Heavy metal dos Midnight Priest, passando pelo metalcore \ hardcore dos Life Of Decay, o Deathcore dos Burned Blood, O thrash metal dos Terror Empire, o rock alternativo dos Blame Zeus e o Stoner Metal dos Low Torque.
Ainda a dar os primeiros passos coube aos Earthquake 55 iniciar as hostilidades, a banda de cascais deu o mote para um início de noite pesado fazendo vibrar as paredes com o terramoto que os seus riffs rápidos e agressivos provocavam.
Foram quebrando alguma da timidez inicial, missão essa que a banda que se seguiu se esforçou por continuar, os Life Or Decay contaram com o vocalista Fábio Infante muito interventivo que com uma grande entrega muito contribuiu para soltar os Headbangins que acompanharam a noite. Uma atuação curta, mas que agradou e que terá ajudado a jovem banda a conquistar o seu espaço.
Os Burned Blood foram os que se seguiram. A jogarem em casa, a banda aproveitou para apresentar o seu segundo EP “In The Eyes of MA’AT” sucessor do EP “Hanged by the Hands of Perfection” (2009) e pode-se dizer que estão a seguir na direção certa, muito bem recebidos provocaram muito mosh entre os mais salivantes pelo peso do seu Deathcore.
Mantendo as sonoridades mais pesadas, subiram ao palco os Terror Empire, o grupo de Coimbra que já conquistou um espaço relevante no panorama da música pesada nacional, tendo o seu último trabalho “The Empire Strikes Back” (2015) recebido criticas muito positivas. Talvez a atuação que mais gladiou com as dificuldades sonoras o que fez com que o concerto se desenvolve-se num ritmo mais lento do que o espectável. Mesmo assim as reações foram positivas, a sua música é solida, assente em riffs rápidos e uma bateria bem cadenciada, a atitude descontraída dos membros estreita a relação banda e publico, garantido um entrosamento que provoca satisfação a ambas as partes.
Baixando um pouco o peso que a noite estava a ter, subiram ao palco os Blame Zeus, e logo de início ficou provado que não há má acústica que a grande voz de Sandra Oliveira não supere, à qual se juntam músicos competentes e uma abordagem ao Rock que não procura copiar ninguém mas criar algo seu. Começaram com alguma desconfiança do público, era a única banda da noite que não se integra completamente no espectro do metal, mas a competência e entrega com que desenvolveram a sua atuação trouxe público para a frente do palco e sorrisos nos rostos dos presentes.
Os Low Torque trouxeram ao Cacém as sonoridades do sul norte-americano, riffs densos e pesados, tocados com intensidade foram bem recebidos pelos presentes numa atuação irrepreensível.
Para acabar a noite a segunda banda de Coimbra, os Midnight Priest levaram os presentes numa viagem aos anos 80 através de uma Heavy metal que transpira a clássico por todos os poros, um momento nostálgico para alguns, uma lição de história para aqueles que não cresceram com o som dos loucos anos 80, isto tudo através de uma banda fundada em 2008 e muito jovem. Três álbuns editados, todos muito bem recebidos, fazem dos Midnight Priest uma referência do Heavy metal nacional, e portanto as expectativas para o seu concerto eram elevadas, mas cumpridas em pleno como foi possível ver pela reações dos resistentes que acompanharam a banda até esta fechar a noite.
Num claro exemplo de poucos mas bons, não faltou às bandas uma receção calorosa, com muito headbanging, mosh, crows surfing improvisado e muitos aplausos, mesmo após um dia de trabalho os mais resistentes mantiveram-se firmes apesar do adiantar da hora á medida que os concertos mergulhavam na madrugada, uma meritória prova de lealdade e dedicação do público.
O festival Hell In Sintra está para ficar, o esforço de pessoas dedicadas garantem-lhe o futuro e colocam Sintra no mapa do panorama da música pesada nacional. Para o ano há mais, é tempo de começarem a organizarem as vossas agendas, o Hell In Sintra precisa e merece a vossa presença.
O festival Hell In Sintra está para ficar, o esforço de pessoas dedicadas garantem-lhe o futuro e colocam Sintra no mapa do panorama da música pesada nacional. Para o ano há mais, é tempo de começarem a organizarem as vossas agendas, o Hell In Sintra precisa e merece a vossa presença.
Fotos/vídeos: Nuno Santos (todas as fotos aqui - Videos brevemente aqui)
Nota: Por motivos internos não nos foi possível efectuar o report do segundo dia, facto pelo qual pedimos desculpas à organização e às bandas.