No passado sábado, 16 de maio, os Nirvana Studios – Centro Cultural Alternativo, em Barcarena, comemoraram o seu 12º aniversário e abriram as portas ao público, proporcionando a centenas de pessoas a oportunidade de assistir a uma mostra dos projetos residentes (de âmbito musical e não só), num open day, de entrada gratuita, com características únicas.
As simpáticas instalações dos estúdios, com grande espaço ao ar livre, onde convivem harmoniosamente vários estilos musicais e outros projetos artísticos, encheram-se de convidados a partir das 16h, apesar do calor que se fazia sentir. Para a fome e sede, houve bebida com fartura e a possibilidade de comer (entre outras iguarias) sandes de porco no espeto, enquanto se passeava pelo recinto, por entre os inúmeros carros antigos e bancas de artesanato.
Inserida nas comemorações deste aniversário, decorreu igualmente a terceira edição do Insanity Rock Fest, no espaço exterior a uma dasvárias salas, Le Baron Rouge, iniciando-se às 16h, com os concertos de Earthquake 55, Legacy of Cynthia, Stonerust e Royal Blasphemy. Com o objetivo de apresentar um pouco do trabalho que estas bandas têm vindo a desenvolver, o Insanity Rock Fest compôs-se de atuações curtas, com cerca de 5/6 temas em cada uma, nas quais pudemos, ainda assim, ouvir algumas novidades e captar bons indicadores de progresso em todas elas.
Earthquake 55 , a banda groove metal de Cascais que vimos pela primeira vez em Abril, no 2º warm up do Hell in Sintra, é um bom exemplo de como o esforço e dedicação compensam. Apresentaram-se mais coesos, com um som forte, e com o vocalista João Farinha cada vez mais descontraído, cuja postura já começa a fazer jus aos seus guturais. Apesar do sol abrasador, tiveram público que não arredou pé e deixaram-nos curiosos em relação ao seu primeiro trabalho, já em fase de gravação.
Legacy of Cynthia , a banda de metal alternativo, oriunda de Sintra, ainda consegue surpreender-nos, apesar das inúmeras atuações a que já assistimos. Desta vez, de boné e sem requintes na indumentária, o vocalista Peter fez mais uma atuação fabulosa, de entrega total, na qual foi bem visível a facilidade, cada vez maior, com que explora e domina as composições de Rennaissance, o último trabalho, lançado em 2014. Todos os elementos da banda encontram-se, já, num estado de maturação que permite momentos de bom metal, com som poderoso, e grande adesão do público. E tivemos direito a música nova, ainda sem nome, a indiciar projetos futuros.
Seguiram-se os Stonerust, banda de stoner – thrash metal, vinda de Cascais, que contou com público numeroso e diversificado, com quem manteve uma excelente comunicação ao longo de toda a atuação. Gostámos particularmente dos temas em português, Sangue Seco e Sujo, com bons momentos melódicos, ambos a ser incluídos no EP que será editado este ano, e nos quais a voz de Bruno Vale encaixa, quanto a nós, na perfeição. A banda revelou grande segurança e fez uma atuação em que se destaca o baixo de Martín Gaspar e a experiência que já se sente em todos os elementos.
E, por fim, vieram os The Royal Blasphemy encerrar o Insanity Fest com um som poderoso que nos deixou colados ao chão, para além de surpreendidos com a qualidade dos temas apresentados, bem estruturados, capazes de envolver o público, que se rendeu facilmente. A introdução de algumas sonoridades, à partida afastadas do metal, derivam, por certo, da vontade de inovar e de criar composições comelementos diferentes que, tal como comprovámos, conjugaram-se de forma brilhante. Fomos ainda brindados com a apresentação do novo tema Holy Disaster e não podemos deixar de destacar No Future e The Riot, este último em encore, pedido pelo público rendido a esta banda lisboeta.
E só assim poderia valer a pena ouvir metal durante a tarde, com mais de trinta graus… Resta-nos felicitar os Nirvana Studios pelo seu 12º aniversário e desejar-lhes um futuro cheio de muitos e bons projetos artísticos.
Texto: Sónia Sanches
Fotos: António Gaspar Photography (todas as fotos no nosso facebook)
Nota: por opção do redator, este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico