1 de Agosto: Anal Hard, Vortice, Iwrestledabearonce, Wormed, Texas In July, Angelus Apatrida, Looking For an Answer, Born From Pain, Segismundo Toximano, GBH, Vildhjarta, Skeletonwitch, Suffocation, Down, Raised Fist, Converge, NoFX, Watain, Sick of it All
Nada como uma noite bem dormida na tenda, no conforto de uma esteira e de um saco cama, para recarregar baterias. O segundo dia do Resurrection Fest teria de tudo um pouco e o micro-clima de Viveiros, apesar de ter sido bastante benevolente no primeiro dia, continuava a ser visto com alguma suspeita perante nuvens tão carregadas. Entrando no recinto é visível uma maior movimentação do que na mesma hora no dia anterior..jpg)
A aparente crise de identidade dos Iwrestleabearonce despertou o interesse de muitos que assistiam ao seu concerto. O que para alguns é algo experimental para outros era simplesmente entretenimento, bom ou mau é mais uma questão de gosto pessoal.
Mas voltando às sonoridades mais extremas, os "grunhidos" dos Wormed anunciavam uma potencial matança de volta ao Ritual Stage.
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Se há uma banda que conhecemos bem e que, em geral, os portugueses nutrem especial carinho são os thrashers espanhóis Angelus Apátrida. Nas suas últimas passagens por Portugal ficou claro que o reconhecimento alastrou-se pela Península Ibérica.
A jogarem em casa a escala ficou obviamente maior mas também mais intensa. O Mosh-Pit demonstrou-se imparavel e para delírio dos fãs não faltaram temas obrigatórios como "Give'm War" com o seu já tradicional Wall of death, assim como "You Are Next" e " Blast Off". O guitarrista David Alvarez conseguiu desviar o foco das atenções, normalmente apontados ao vocalista Guillermo Izquierdo, actuando sentado face à lesão que apresentava na perna que pelo aspecto robótica não será coisa boa. Grande profissionalismo, uma atitude que no mínimo merece os nossos aplausos. 7 temas bastaram para serem coroados Reis em Viveiros.
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Num registo mais old-school, momentos depois no mesmo palco (principal), os históricos GBH relembraram a multidão que o verdadeiro punk vem da terra da majestade de alguns, porque outros simplesmente lhe entregam de bandeja um belo f**k you. Os finais dos anos 70 já soam a história de tão distantes que já estão, no entanto há gêneros que primam pela teimosia em manterem-se fiéis à sua sonoridade. Este é o caso e na plateia aplaudiu-se isso mesmo.
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Temas que se queriam atmosféricos não causaram um impacto por aí além. Talvez pela hora, talvez pelas condições. De qualquer forma só saiu a ganhar quem prova um pouco de tudo neste buffet porque nas carnes nem tudo estava bem temperado (mas também não fora descaradamente mau). Mas quem não gosta de salada também não passou fome. Até porque este palco ainda tinha muito a acrescentar ao segundo dia de festival... A Wilhelm Scream continuavam o feeling mais descomprometido no palco Chaos graças ao seu hardcore mais melódico.
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No palco principal, após aquela que fora possivelmente a maior pausa entre concertos, Phil Anselmo torna-se rapidamente o centro das atenções de todo o Resurrection Fest. Nada se prende com a banda em si, nem com as performances do lendário frontman hoje em dia.
Há todo um saudosismo em volta deste senhor, e que é dogmaticamente merecido. Estamos a falar de um marco geracional que se prolongou para as que se seguiram. É uma lenda viva e isso só por si já vale a presença o mais próximo possível das primeiras fileiras. É verdade que dos Pantera já só restam as memórias e as esperanças, mas nos Down há muito que se descobriu novos tesouros, mais lentos obviamente, mas com aquele toque de New Orleans que acrescenta sempre uma boa dosagem de stoner "coolness".
Já sem Kirk Windstein na formação há de facto menos uma figura carismática no entanto, quase vinte anos depois, NOLA é um clássico e o seguimento da discografia mesmo não tendo atingido tamanha fasquia nunca deixou de convencer. Os exemplos recentes dos lançamentos dos EPs IV - part I e II comprovam a boa recepção quer na crítica como pelos fãs.
A banda pratica o que se define de realismo, maximizando os pontos que ainda lhes são favoráveis. Um idealista dirá que era juntar o Zakk Wylde e Pantera com eles... Ninguém contradiz tal vontade, mas porque não desfrutar do que é real? Foi exactamente isso que o público espanhol optou por fazer. Com os olhos a brilhar e uma ou outra referência ao físico de Anselmo, nunca se ouviu qualquer tipo de piropo em relação aos Pantera, não houve sequer possibilidade de o fazer: o headbanging constante deixou o cérebro dormente e a concentração estava focada em não falhar nenhum acorde no Air guitar. "Eyes of the South" abriu a sessão que passou por temas chave como "Lifer" e "Hail the Leaf" (nem é preciso descrever o tipo de discurso que antecedeu o tema). Como seria de esperar, o EP lançado este ano teve o seu peso na setlist com três temas: "We Knew Him Well", "Hogshead/Dogshead" e "Conjure". A boa disposição da banda foi visível do princípio ao fim nesta segunda passagem pelo festival e um exclusivo Espanha/Portugal. Relembrou-se Dimebag no aplauso da noite terminando um senhor concertão com um autêntico coro com a inevitável "Stone the Crown" e com "Bury Me in Smoke".
O auge da tal escola americana de performers / frontman retirou-se do palco com o dever cumprido sem necessidade de qualquer tipo de carta na manga.
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Já sem Kirk Windstein na formação há de facto menos uma figura carismática no entanto, quase vinte anos depois, NOLA é um clássico e o seguimento da discografia mesmo não tendo atingido tamanha fasquia nunca deixou de convencer. Os exemplos recentes dos lançamentos dos EPs IV - part I e II comprovam a boa recepção quer na crítica como pelos fãs.
A banda pratica o que se define de realismo, maximizando os pontos que ainda lhes são favoráveis. Um idealista dirá que era juntar o Zakk Wylde e Pantera com eles... Ninguém contradiz tal vontade, mas porque não desfrutar do que é real? Foi exactamente isso que o público espanhol optou por fazer. Com os olhos a brilhar e uma ou outra referência ao físico de Anselmo, nunca se ouviu qualquer tipo de piropo em relação aos Pantera, não houve sequer possibilidade de o fazer: o headbanging constante deixou o cérebro dormente e a concentração estava focada em não falhar nenhum acorde no Air guitar. "Eyes of the South" abriu a sessão que passou por temas chave como "Lifer" e "Hail the Leaf" (nem é preciso descrever o tipo de discurso que antecedeu o tema). Como seria de esperar, o EP lançado este ano teve o seu peso na setlist com três temas: "We Knew Him Well", "Hogshead/Dogshead" e "Conjure". A boa disposição da banda foi visível do princípio ao fim nesta segunda passagem pelo festival e um exclusivo Espanha/Portugal. Relembrou-se Dimebag no aplauso da noite terminando um senhor concertão com um autêntico coro com a inevitável "Stone the Crown" e com "Bury Me in Smoke".
O auge da tal escola americana de performers / frontman retirou-se do palco com o dever cumprido sem necessidade de qualquer tipo de carta na manga.
De volta aos palcos secundários, encontrámos os suecos Raised Fist a remarem contra a maré de um público ainda em êxtase com uma banda que poderia muito bem ser considerada headliner. A dedicação demonstrada rapidamente reflectiu-se na resposta do público. Por breves momentos imaginámos os Refused... Por norma não fazemos grandes referências críticas à distribuição das bandas pelos palcos, mas desta vez temos de abrir uma excepção.
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NOFX rebentaram com o Pavilhão dos Lombos em 2007. Não sabemos se por medo da conta ou por outra coisa qualquer, nunca mais voltaram... 7 anos depois, o que verificamos em Viveiros é que há coisas que nunca mudam. O concerto é ainda repleto de discursos de inconveniência máxima, regados a uma bela dose de ironia é certo, os hinos perduram e a audiência continua a enlouquecer do princípio ao fim. Pode até não ter sido o mais agressivo, mas fora talvez o maior em termos de dimensão. E basta olhar para os nomes do cartaz para perceber que só existir a dúvida já é incrível!
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Ainda havia um terceiro dia pela frente e nem todos estavam preparados para o que iriam encontrar. Para acabar em beleza, e já que se tinha despertado o bichinho ao estar a meros metros de Deus Anselmo, nada como acabar a noite a rebentar as cordas vocais com os Display of Power, banda de tributo a Pantera que faz jus à fama que ganhou na estrada. Guerrilla recordou os êxitos de Rage Against the Machine numa noite que já ia cumprida e positivamente desgastante. Fazem falta festivais destes que preencham assim o dia do festivaleiro português.
Texto : Tiago Queirós
Fotos : Nuno Santos
Fotos : Nuno Santos
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