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01/08/2018

[Report] Laurus Nobilis Music Famalicão - Dia 0


A região da Costa Verde, a norte, tem vindo a melhorar as suas agendas culturas , no que diz respeito à diversidade musical e artística, promovendo a cultura nacional e tradicional mas também a mais contemporânea e alternativa.
Os cartazes espalhados pelas ruas do Alto Minho diferem em cores e anuncios mas os destaques que nos interessam são os dados, aos eventos de rock e metal.



Por aqui nunca foi indiferente o estilo, pois há festivais de rock e metal que se realizam há décadas na região, como comprovam o de Barroselas, Paredes de Coura ou Vilar de Mouros, ou mais recentes, como Milhões de Festa ou SonicBlast e agora o Laurus Nobilis Music Famalicão.



Com eles vamos descobrindo este Portugal, pois são incríveis os locais escolhidos pelas organizações que, com condições paradisíacas existentes nesta região, apoiam este movimento.

Temos de referir que a maioria destas organizações, tem vindo a conquistar o apoio municipal e/ou das freguesias e associações locais, como a Associação Ecos Culturais do Louro, onde se realizam, o que é de louvar, pois revela respeito e aceitação da nossa tribo a norte e um reconhecimento da mais valia, cultural e económica, dada à região. Ao contrário do que muitos pensam e por experiência posso dizer que é uma região bem tolerante ao nosso movimento, pois como já disse não é por aqui novidade.




O Laurus Nobilis passou a ser um dos cartazes mais aguardados do ano pois é, dito com toda a certeza, um dos locais a ir obrigatoriamente, nesta época de maratona de concertos. Assim, nesta 4ªedição, foi-nos dada a oportunidade de marcar a nossa presença!

A expectativa era grande para assistir a concertos com nomes como SepticFlesh, Dark Tranquility ou Legacy of Cynthia e Sotz
Após a azáfama da montagem das tendas e reconhecimento do espaço, aproximou-se a hora dos primeiros concertos e o recinto estava ainda, a meio gás. 

A tribo, a pouca que já havia chegado na quinta feira dia 26, ainda não estava pronta para entrar em modo êxtase depois da azáfama da viagem, destralhar carros com tendas e  demais camping gear.
Tomadas as primeiras cervejas e de barriga cheia e ouvindo alguns checksounds e concertos do palco local Faz a tua Cena, apressaram-se os primeiros headbangers para junto de palco para assistir à entrada dos espanhóis Atreides e sua energia, que fluía do palco, agitou a parca audiência que foi gradualmente acompanhando o entusiasmo e a simpatia da banda. 

O palco secundário Estrella Galícia de acesso gratuito ao público, situado na entrada do recinto, recebeu-os como a primeira, de várias bandas nuestras hermanas participantes do evento.


Foi com toda a pujança e após uns acertos no som que os Atreides, vindos de Vigo, ali pertinho, desfilaram os temas conhecidos do seu público presente, como o  'Frágiles' retirado do seu mais recente trabalho. Nascidos em 2014 e depois do sucesso de 'Cosmos' em 2015, lançaram em 2017 Neopangea  mas mais recentemente o single 'Cruz del Sur' , lançado em Fevereiro deste ano, com uma duração curiosa de 14 minutos e gravado com várias participações de outros músicos, além da banda, que nos despertou a atenção.


Um heavy metal a lembrar as referências dos mestres de outros tempos, que balançou a audiência e resultou num bom espetáculo de abertura do festival.

Seguiu-se um concerto dos Booby Trap, no qual os fãs de old school e crossover foram brindados com um espetáculo frenético e poderoso. 
As cabecinhas dos campistas e do público começavam a juntar-se ao recinto e da entrada víamos a chegar os primeiros visitantes ao evento.


Junto ao palco, as vozes elevaram-se em uníssono nos temas 'Survive', 'Fuck Off and Die' e no badalado 'O Bom, o Mau e o Filho da Puta', cantado em altos pulmões e a fazer a todos sentido a letra, na nossa atualidade, elevando também os ânimos! 


Saímos, ao som do seu cover de 'Ace of Spades' dos Motorhead, para ir ao acampamento buscar agasalhos pois adivinhava-se uma noite fresca, enquanto os presentes iam espreitando as bancas de comes e bebes para aconchegarem o estômago, mas felizmente não perderam os concertos que se iam seguir, pois o formato em arena do espaço assim o permitia.



Chegamos a meio da prestação dos Cruz de Ferro, que hasteiam a bandeira nacional como missão e ao longe podiam ouvir-se as aclamações e aplausos do público, acompanhando os ritmos em tom de hinos, provocando animação no camping.


Chegámos a tempo de também cantar com a velha guarda o tema que hoje mais identifica a banda, o 'Morreremos de Pé' e mais uma vez, a horde ajuntou-se e, de punho no ar, foi cantarolando e dançando com as palavras fortes do tema, enchendo de orgulho a banda, com o feedback do seu público fiel.


Um belo momento de orgulho nacional, num festival internacional, onde somos todos iguais!


O thrash metal foi o vencedor da noite e de Santa Maria da Feira  chegam-nos os Infraktor
Já havíamos assistido este ano ao lançamento do seu trabalho de estreia o 'Exhaust', no bar Cave Avenida em Viana do Castelo e já sabíamos o que esperar!
No entanto, apesar de já terem corrido vários palcos pelo país a promover o álbum, eu pessoalmente ainda não os tinha visto ao vivo com toda a parafernália de um palco desta dimensão, e devo dizer, com condições à sua medida. 
Foi absolutamente e exponencialmente melhor vê-los com maior liberdade de movimentos, o super trio de guitarras em consonância a fazer com toda a qualidade, o que melhor sabem!
Deram-nos um thrash poderoso cheio de mensagens positivas, cantadas pelo vocalista e muita garra! Uma das pérolas que nos trouxe o ano de 2018 e que se prevê com larga e duradoira carreira, com músicos de excelência! 
Os temas 'Ferocious Intent' e 'Son of a Butcher' levaram ao rubro o público e coroou a noite com a melhor prestação, deste primeiro dia de evento! 


Não poderíam ter escolhido melhor encerramento, pois deixou-nos a todos com água na boca, contudo, também deu oportunidade aos que assitíam, principalmente aos locais, para perceberem que tipo de evento iria ser, cheio de energia, alegria e muito mosh!

Trocam-se abraços e cumprimentos entre a tribo, que se reúne como sempre nestes eventos, beberam-se mais umas cervejas, espreitaram-se as bancas e regressámos à tenda. 


Ficou a cargo o encerramento do palco ao DJ prata da casa, NATTU, que com o seu house music embalou os campistas até adormecer, na noite fria e húmida. A parte menos divertida, mas falaremos do tempo, mais tarde.



Texto: Stanana aka Ana Neves
Fotos: Joana Marçal Carriço (todas as fotos brevemente no nosso FB)

Agradecimentos: Laurus Nobilis Music Fest

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