[Report] Aphelion European Tour 2023 | Leprous + Kalandra + Monuments | 21/02/2023
Na passada terça-feira, a capital portuguesa foi palco de um dos concertos mais aguardados do ano, o regresso de Leprous, e com as bandas de apoio, Kalandra e Monuments, no palco do Lisboa Ao Vivo.
Horas antes da abertura das portas, já o público afeto aos sons mais progressivos começou a aglomerar-se em frente ao local, ansiosos para assistir a uma noite musical excecional e muito variada. Ao entrar no espaço, a atmosfera já era palpável, com uma plateia muito bem composta e um cenário minimalista, mas com uma iluminação que remetia ao universo místico e sombrio das bandas.
"Variedade" foi certamente o lema da noite com os sons diversificados, justificando um público muito vasto, passando pelos fãs do metalcore ao metal melancólico e até aos sons melódicos e harmoniosos.
KALANDRA
A primeira banda a subir ao palco foram os noruegueses Kalandra, formada por quatro músicos musicalmente sofisticados, combinam uma mistura de rock etéreo, com alguns elementos mais pesados e com umas pinceladas de folk.
Uma mistura bastante interessante, fazendo-nos lembrar os últimos trabalhos de Myrkyr, na conceção básica da banda.
Despedem-se com os devidos aplausos e deixam o palco disponível para a segunda banda da noite.
Embora todas as bandas tenham uma abordagem progressiva na sua música, os Monuments são outra "chama" e apresentaram-se em alto e bom som. Como uma das bandas em ascensão na cena djent, são brutalmente enérgicos, agressivos e pesados no som. Andy Cizek não parou em palco, e em constantes movimentos gritava a sua alma e os seus guturais eram contrastados com melodias limpas da sua voz.
Um 'showzaço' que foi uma verdadeira descarga de adrenalina, e o público gostou definitivamente do que viu e ouviu, respondendo com um forte aplauso à sua atuação.
Assim, os Monuments foram o aquecimento ideal para os rapazes que entrariam de seguida...
LEPROUS
E momento mais aguardado da noite era, sem dúvida, o concerto dos Leprous. A banda norueguesa, que já tem uma legião de fãs em Portugal, não dececionou em momento algum. Com uma performance impecável, a banda apresentou temas do seu novo álbum, "Aphelion", lançado em 2021, além de sucessos dos álbuns anteriores.
Quando as luzes se apagaram o público reagiu de imediato. Einar Solberg, Tor Oddmund Suhrke, Robin Ognedal, Simen Børven, Baard Kolstad e o violoncelista Raphael Weinroth-Browne, que acompanha a formação nas suas digressões.
'Have You Ever?' do seu mais recente álbum "Aphelion" foi o tema de abertura, que mantinha o público atento e expectante, logo de seguida a plateia foi ao delírio com 'The Price' cantando juntamente com a banda.
Em seguida, tocaram temas dos álbuns anteriores, como 'From the Flame', 'Alleviate', 'Slave' e entre outras malhas, o tema 'The Valley' (escolha da audiência). A plateia acompanhava todas as músicas, cantando e aplaudindo entusiasmada. A interação entre a banda e o público também foi um momento de destaque, com Einar Solberg a conversar de forma descontraída com o público.
Outro ponto alto do espetáculo desta rapaziada foi a performance da música 'The Sky is Red', uma das mais aclamadas da banda e que deixaram para o encore. A música, que tem mais de 11 minutos de duração, foi executada de uma forma brilhante pelos músicos, que demonstraram toda a sua técnica e genialidade em palco.
A produção do evento também contribuiu para a atmosfera mágica do show, a iluminação do palco, os efeitos visuais e sonoros, tudo contribuiu para criar uma atmosfera mágica, que envolveu o público com a banda do início ao fim. Einar demonstrou todo o seu talento com a sua voz poderosa e emocionante, e os demais membros que fazem da banda aquilo que ela é... brilhante!
No final do concerto, a plateia aplaudia e pedia "bis", mas infelizmente a noite chegou ao fim. O que ficou foi a certeza de que aquela foi uma noite inesquecível, com três bandas que mostraram todo o seu talento e fizeram o público vibrar com a sua música. Certamente, um espetáculo memorável para todos os que tiveram a oportunidade de presenciá-lo.
É fascinante como as energias das três bandas são canalizadas de forma tão diferente. Uma panóplia de emoções, desde os sentimentos latentes de uns até aos atrevimentos impiedosos de outros. Foi um espectáculo para todos os gostos. Queremos mais!!!
Texto : Mário Ruy Vasconcelos
Fotos da plateia: Mário Ruy Vasconcelos e Nuno Santos
