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16/10/2017

[Report] Festival Bardoada e AJCOI 2017 (com vídeos)

Neste último fim-de-semana tivemos a quinta edição do Festival Bardoada e Ajcoi, no Pinhal Novo, que contou mais uma vez com um vasto leque de bandas nacionais e sonoridades para todos os gostos.

Quem tem acompanhado as edições deste festival de dois dias, percebe todas as melhorias que têm sido implementadas ao longo dos anos. O local já não é um “ sítio recôndito “, mas um caminho conhecido e percorrido por muitos, todos os anos, no primeiro fim-de-semana de Outubro.


Este ano não foi exceção, com muitas caras novas e muitos reencontros, num espaço que esteve com muito calor humano e boa disposição, como já nos vem a habituar há algum tempo a esta parte.

No primeiro dia, a abrir o festival, tivemos os barreirenses New Mecanica. A banda conhecida pela sua sonoridade forte e feroz revisitou vários álbuns e ainda nos premiou com uma nova música, “Return”, do álbum que irá sair possivelmente no final do ano, para o agrado geral do público presente, ouvindo-se um forte aplauso no fim.

De seguida atuaram os Primal Attack que já se tinham estreado há 4 anos neste festival em substituição de Switchtense. Apesar de “um pneu furado” na guitarra do Miguel, a situação foi rapidamente resolvida e a banda continuou a sua excelente atuação tocando temas dos seus dois álbuns e terminando com o tão conhecido “Despise you All“ com a participação de todos. O dinamismo desta banda e a cumplicidade com o público é inegável e a sua sonoridade única faz com que os seus concertos sejam sempre algo por que ansiar.

Os For the Glory tiveram um desempenho fantástico: o som não poderia estar melhor e a energia que vinha do palco contagiava os presentes que retribuíram com circle pit e muita participação vocal. Raros foram os temas tocados em que não ouvíssemos o público. A banda lançou recentemente o seu novo álbum, “Now and forever” , mas pudemos contar com um medley no final de temas de vários álbuns a juntar ao trabalho mais recente. 

A seguir foi a vez dos irreverentes Shivers. Nesta atuação tivemos Diabos, guitarras a voar e até mesmo circle pit em palco. A banda fez questão em dar tudo e manter o público entusiasmado com toda a sua “garra“ e boa- disposição. E o público retribuiu. Mesmo para quem não conhecia as letras foi impossível não os acompanhar. Até a guitarra foi dada ao público como encerramento da prestação.

Para terminar o primeiro dia pudemos contar com os incontornáveis Mata- Ratos. Uma banda que é sinónimo de animação, onde todos cantam e participam, cuja experiência se traduz na forma como são recebidos pelo público. E no Bardoada e Ajcoi não foi exceção. Mesmo para final de noite, a assistência não esmoreceu, partilhando a sua energia com a banda. E terminámos assim, o primeiro dia em festa!

O segundo dia começou mais cedo. Havia muitas bandas para desfrutar neste último dia. Tal como o dia anterior, a “ enchente” não foi imediata, mas gradual. Aos poucos as pessoas iam chegando e completando uma bonita moldura humana.


Para iniciar e como já vai sendo hábito, tivemos uma banda “a jogar em casa“: os Nameless Theory apresentaram-se com uma sonoridade que se traduz numa “miscelânea” de thrash, melódico e speed power que funciona. A sua prestação foi de entrega completa e apesar de ainda estar muita gente para chegar, houve alguns apreciadores presentes.

Posteriormente tivemos To All My Friends. Esta banda sadina a puxar mais para o rock/ punk também teve uma grande “vibe” e muito boa onda em palco e pôs-nos a todos a bater o pé ao ritmo da bateria. Uma banda jovem que ainda dará muito que falar.

Legacy of Cynthia é uma banda que começa a dispensar apresentações com o seu metal alternativo e um groove tão especial. O acessório escolhido desta vez por Peter foi uma máscara de gás “iluminada”. Por esta altura já podíamos apreciar uma sala um pouco mais composta e um público mais atento.

Seguidamente tivemos Terror Empire, uma banda thrasher que tem vindo a crescer e amadurecer o seu som ao longo do tempo como podemos comprovar agora com o seu novo álbum, Obscurity Rising. Além do seu trabalho mais recente podemos ouvir também alguns temas do álbum anterior. Baseando a sua música num contexto social atual e com uma poderosa sonoridade, esta banda tem vindo a ser cada vez mais apreciada e acarinhada pelo público, como se constatou neste festival.

Mais uma banda sadina se apresentou em palco neste dia. Desta vez foram Ash is a Robot. Com um som vertiginoso característico do post-hardcore e influências punk e hardcore inseridos numa atuação entusiasta e energética da banda que nos manteve atentos até ao fim.

The Temple foi claramente a “alvorada“. Quem estava já presente acordou da dormência em que se encontrava até então e a massa humana aumentou exponencialmente. E não era para menos. Um som brutalíssimo e uma atuação poderosa e determinada que incluiu um solo de bateria “a três“ interpretado de forma irrepreensível. Entre mosh e gente a cantar, o público não se fez de rogado e não deixou a banda sair do palco sem um encore “arrancado” com algum sacrifício devido ao horário restrito das atuações, e que há que salientar, que sem dúvida foi cumprido de forma profissional.

Quando ouvimos Grog dificilmente encontraremos alguém que não identifique de imediato esta banda, sendo um dos nomes mais sonantes do grindcore português. Tivemos, como já nos habituamos, uma atuação devastadora do princípio ao fim, apesar duma audiência menor e mais calma ainda a recuperar da atuação anterior.

A seguir vieram os excêntricos Quinteto Explosivo com o seu punk progressivo. Vestidos a “rigor” com os seus fatos de super-heróis, bem acompanhados de duas bailarinas e recheados de ironia e sarcasmo. Bem recebidos e conhecidos pelo público que os incentivou com muito mosh, muito participação vocal e muito papel higiénico retribuído, que voava ora em direção ao palco ora em direção a nós.

Fitacola, uma das bandas rock punk português mais mediática presenteou-nos com uma performance inquestionável e dinâmica, mostrando assim os seus 15 anos de carreira. Apesar de uma audiência mais calma, muitos eram os que ouviam atentamente. Ouvimos diversos temas, incluindo os mais familiares e descobrimos que para o ano haverá um novo disco.

De seguida tivemos “festa” com Viralata. Havia uma cumplicidade notória entre o público e a banda e todos cantavam e pulavam ao som dos temas mais conhecidos havendo até o mosh “da praxe” . Ouvimos ainda um tema do novo álbum e finalizaram o concerto a faltar cordas a alguns instrumentos, mas nem isso impediu que a festa durasse até ao fim.

Hills Have Eyes é aquele concerto em que podemos apreciar uma simbiose perfeita entre público e banda. Existe sempre uma energia partilhada entre ambos e neste festival não foi exceção. Com um “coro” de vozes a acompanhar a atuação e muito mosh do princípio ao fim foi um espetáculo efusivo e intenso, como já nos habituaram.

Para terminar esta edição tivemos a presença de Holocausto Canibal que se estrearam com o novo vocalista, Ricardo Orca. Apesar de muitos já terem abandonado o local por esta altura, a banda grinder manteve-se com uma atuação voraz e agressiva que os caracterizam.

E assim terminou mais um Festival Bardoada e Ajcoi.

Que venham muitos mais que lá nos voltaremos a encontrar outra vez. Até para o ano!

Texto: Margarida Salgado
Fotos: Igor Ferreira / Festival Bardoada aos quais muito agradecemos a cedência. Podem encontrar todas as fotos nos seguintes links da página Igor Ferreira Photography : 1º dia | 2º dia
Vídeos (abaixo): Sabrine Lázaro











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