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29/11/2012

Meshuggah + Decapitated @ Paradise Garage 28-11-2012


Apesar da noite fria em Lisboa, foram muitos os que se deslocaram ao Paradise Garage para mais uma noite de peso. A casa encheu e vibrou ao som de Meshuggah, Decapitated e CB Murdoc.

Eram 20h30 quando a primeira banda da noite, CB Murdoc começou o concerto. O som estava elevadíssimo e confuso e apesar de se conseguir perceber alguns instrumentos e voz, não foi uma audição fácil devido aos elevados decibéis. As pessoas circulavam com tampões nos ouvidos e na falta dos mesmos algumas soluções de última hora foram surgindo. Os temas eram fortes e intensos mas não houve grande participação por parte do público.

Com a entrada da segunda banda o cenário foi outro. O som continuou alto mas com os instrumentos muito mais perceptíveis e definidos. Decapitated, a banda da Polónia entrou logo para arrasar com The Knife, um tema do seu último álbum Carnival Is Forever, no qual centralizaram o concerto. Rafal Piotrowski, o vocalista, foi pedindo a participação do público que foi correspondendo e no terceiro tema já a parte central da plateia se agitava em moshes turbulentos. Passando pelo álbum de 2002 Nihilty, em Mother War e com o penúltimo tema Spheres Of Madness foram terminar com Day 69 do seu penúltimo álbum Organic Hallucinosis. Tiveram sempre uma grande presença em palco e o público reagiu ao mesmo, deixando em algumas ocasiões o rosto de Rafal satisfeito chegando inclusivé a aplaudir a reacção dos presentes.


Após o intervalo de cerca de meia hora foi chegada a vez dos suecos Meshuggah. O seu som único e complexo encheu o espaço quando entraram em palco e começaram a tocar o tema Demiurge do último álbum Koloss. As batidas enérgicas em consonância com os efeitos de luz foram uma constante. Seguiram com Pravus do seu álbum ObZen que serviu para abrir as hostilidades. No terceiro tema já o público se agitava e abria espaço para um moshe intenso no centro da plateia. Sem palavras o vocalista Jens Kidman provocava a reacção nos presentes, sendo bastante apenas alguns gestos para reagirem imediatamente. A meio do concerto a banda saiu do palco e o som de Mind’s Mirrors serviu de reentrada para uma segunda parte um pouco mais tranquila com os temas In Death – Is Life seguida de In Death – Is Death do álbum de 2005, Catch Thirtythree. O público ia reagindo e participando e viajando um pouco pela sua discografia. Pouco antes do fim foi a vez do vocalista falar pela primeira vez, mas em poucas palavras disse o essencial, que era um grande prazer estarem a tocar ali nessa noite. Terminaram com Rational Gaze  e saíram do palco.

 
Ainda faltava cerca de quinze minutos para perfazer hora e meia de concerto e ninguém arredou pé, chamando por Meshuggah, batendo palmas e essencialmente demonstrando que queriam mais. Voltaram então para um Encore de dois temas, Future Bleed Machine e Dancers To a Discordand System. A intensidade dos instrumentos, a voz e o jogo de luzes provaram a sua qualidade.

Set List:
  Obsidian
Demiurge
Pravus
Combustion
Glints Collide
Lethargica
Do Not Look Down
The Hurt That Finds You First
 Mind's Mirrors
In Death - Is Life
In Death - Is Death
Bleed
New Millennium Cyanide Christ
I Am Colossus
Rational Gaze
Encore:
Future Breed Machine
Dancers to a Discordant System
 The Last Vigil 


Por: Miriam Mateus
Fotos: Nuno Santos 

Todas as fotos na página do facebook 

 



22/11/2012

Trivium + Revolution Within @ Lisboa 20/11/2012

Apesar de uma terça-feira chuvosa previa-se que o Paradise Garage fosse encher para uma noite intensa e pesada. Os bilhetes esgotaram bem antes da data marcada, apesar de no próprio dia a promotora ainda ter disponibilizado a venda de algumas dezenas à porta. Mas, do prever uma noite intensa, a ver e sentir toda a plateia saltar ao som da banda americana, Trivum, foi sem dúvida um momento marcante e inesquecível. O vocalista, Matt Heaffy, repetiu vezes sem conta que o público português foi simplesmente “amazing”. E quanto ao público, esse delirou do princípio ao fim, sem parar de cantar, pular e entre moshes e crowd surfing, vibrar com a energia que emanou daquele palco.

Revolution Within
Para abrir as hostilidades estiveram no palco os portugueses Revolution Within. Entraram com a energia ao rubro e com a casa praticamente cheia, levaram o público a reagir quase imediatamente. Apresentaram temas do seu segundo álbum “Straight From Within” e foram muito bem recebidos. A parte central da plateia esteve praticamente sempre em movimento, com moshes e circle pits, culminando com um Wall of Death no seu último tema. Rui Alves puxou sempre pelo público e a banda, consistente, provou-se uma boa escolha como banda de abertura.

Durante o check sound de Trivium, a assistência mostrava-se ansiosa, chamando insistentemente por eles e interagindo inclusivé com o pessoal do check sound. Para um pré-aquecimento do público a banda escolheu passar o tema “Hallowed Be Thy Name”, dos Iron Maiden e mal a música terminou os Trivium entraram em palco.

Tudo parecia estremecer quando as primeiras batidas irromperam no Paradise Garage. Começaram com “Capsizing The Sea”, intro para a apelativa "In Waves" do seu último álbum com o mesmo nome, e foram desfilando temas de praticamente todos os seus álbuns. No terceiro tema, já todo o público saltava fazendo parecer um mar agitado. Era impossível não se deixar envolver por essas ondas gigantes e turbulentas.
Matt apresentou-se aos fãs em português e mencionou que apesar de a vontade de virem tocar a Portugal já existir há anos só agora conseguiram vir pela primeira vez. Este foi o último concerto da tour que dura há cerca de um ano e meio e ficou certamente marcado na história da banda como um grande momento, porque pelas suas palavras e reacção ficaram rendidos à forma como foram recebidos pelos portugueses. Penduraram inclusivé a bandeira portuguesa oferecida pelos fãs, na plataforma de onde se erguia a bateria, ficando ali até ao final do concerto.

Após "Entrance Of  The Conflagration” do seu terceiro álbum “The Crusade”, momento para um Wall of Death gigante, Matt continuou a puxar pelos fãs, pedindo mais e mais. Mencionou ainda que todos erámos iguais, a banda e o público e todos precisávamos estar em sintonia. A banda não ficou desiludida ou a frase “you’re amazing” não sairia de forma tão espontânea, consecutiva e sentida.



Em “Watch The World Burn” foi mais um momento de comunhão entre o público e a banda enquanto entoavam o refrão em uníssono. Após mais saltos, moches, circle pits e Wall of Death, chegou a altura do crowd surfing e esse quando começou foi consecutivo. O segurança que estava na frente não teve mãos a medir na recolha de corpos que iam aparecendo na frente no palco, mas incansável lá ia recolhendo um atrás de outro.


A banda mostrou-se sempre com grande à vontade e energia em palco e apesar do som elevadíssimo e algumas inconstâncias por parte da bateria, pode-se dizer que foi um dos melhores concertos do género nos últimos tempos, pela entrega de ambas as partes e pela intensidade constante. Dedicado a todos os presentes e a Portugal, terminaram em grande com “Throes of Perdition”.


Já na despedida e com o tema de fundo “Leaving This World Behind”, foram distribuindo umas centenas de palhetas e algumas baquetas pelo público, deixando a promessa do regresso a Portugal.
 
SET LIST:
In Waves
Like Light to the Flies
Rain
Into the Mouth of Hell We March
Down From the Sky
Entrance of the Conflagration
Black
The Deceived
Watch the World Burn
A Gunshot to the Head of Trepidation
Ember to Inferno
Built to Fall
Dying in Your Arms
Pull Harder on the Strings of Your Martyr
Torn Between Scylla and Charybdis
Throes of Perdition

BREVE ENTREVISTA A REVOLUTION WITHIN:

No seguimento do concerto, a Songs For The Deaf Radio conseguiu uma espécie de flash interview com a banda de abertura, Revolution Within.

Songs For The Deaf Radio: O que sentiram ao saber que iam abrir o concerto de estreia em Portugal dos Trivium? Superou as vossas expectativas?
Revolution Within: Ficámos extremamente contentes pois sabíamos de antemão que seria uma excelente oportunidade de chegar a mais público. Era uma oportunidade pela qual ansiávamos e que não podíamos desperdiçar… Por outro lado, também ficámos satisfeitos por vermos que o nosso trabalho também é reconhecido por quem organiza eventos. Quem sabe num futuro próximo poderá servir-nos para abrir portas lá fora…
No que diz respeito ao concerto, superou largamente as nossas expectativas, sem dúvida! Pensávamos que, uma vez que éramos a banda de abertura, teríamos muito menos público que os headliners… Ainda bem que nos enganámos!
O concerto foi brutal! O público foi extraordinário! Nunca pensámos ter tão boa reacção! Por mim voltávamos a tocar hoje (risos)…

SFTD Radio: O que se pode esperar dos Revolution Within, no futuro?
RW: O mesmo de sempre: entrega, atitude, alegria, humildade e prazer. Não sabemos fazer as coisas de outra forma. Tudo o que conseguimos até hoje foi à custa de algum sacrifício, mas tem valido a pena, sem dúvida. Naturalmente queremos continuar a crescer e a ver o nosso trabalho reconhecido, por isso parece-me legítimo que no futuro queiramos chegar ainda a mais pessoas. Esperamos dar mais concertos, sendo que alguns desses concertos serão no estrangeiro, pois será mais uma forma de provar o nosso valor. Tudo a seu tempo e de uma forma minimamente organizada para não apanharmos dissabores…


Reportagem por: Miriam Mateus
Fotos: Nuno Santos (mais fotos aqui) 
Entrevista por: Joana Carriço





Fear Factory + Devin Townsend Project - Paradise Garage 19 Novembro 2012



O Paradise Garage encheu para uma noite de peso e intensidade com a presença dos tão aguardados Fear Factory e Devin Townsend Project. 

Apesar de ser uma segunda-feira, a casa estava já bem composta quando os noruegueses Dunderbeist subiram ao palco. Com pinturas nos olhos a simular máscaras com lágrimas pretas a escorrer pelo rosto, foram desfilando temas pesados e com boa recepção por parte do público. Apesar de não muito conhecida pelos presentes, revelou-se promissora, tanto pela reacção dos presentes que os ia acompanhando em alguns temas, como pela consistência musical. Com dois vocalistas e boa dinâmica, Dunderbeist, foi sem dúvida um bom aquecimento para os concertos que se seguiriam.

O muito aguardado Devin Townsend Project começou a sua apresentação ainda durante o check sound. No ecrã gigante que se erguia no palco começaram a passar imagens estranhas e sons associados, que os fãs da banda já tão bem conhecem. Entre elas encontra-se uma das figuras que se tornou emblemática e muito aclamada pelo público, Ziltoid. O humor das cenas que iam passando fez com que o espaço se enchesse de gargalhadas e boa disposição e foi igualmente com esse espírito que Devin entrou no palco.

A sua entrada, associado à sua figura influente e cativante, agarrou o público no primeiro instante. O concerto abriu com Supercrush!, e com a sua voz melodiosa e poderosa, associada aos riffs bem definidos e bateria dominante, Devin encheu o espaço e cativou imediatamente os presentes.

O intercâmbio entre a banda e os fãs foi constante, tanto que a determinada altura o canadiano, com o seu ar bem-disposto, pediu uma luva que um fã erguia à qual chamou de “Mickey Mouse glove”, de forma a usá-la durante a música. Como seria de esperar esta acabou por atrapalhar enquanto tocava e tentava calçar e ergar a luva no ar. Foi um momento de humor e isso é algo que não se pode desvincular deste magnífico projecto.

Tocaram quatro temas do seu projecto a solo, entre eles Planet Of The Apes e Juular e ainda Vampira, de Devin Townsend Band que Devin dedicou a uma fã na frente no palco, chamando-a de 'vampire princess'. A participação do público foi de tal forma constante e activa que influenciou a banda a alterar o último tema previsto no alinhamento, por Color Your World (em virtude do aclamar constante dos presentes pelo seu hand puppet, Ziltoid). Devin pediu então uma participação mais activa no tema Lucky Animals. No refrão todos teriam de fazer a coreografia apresentada, levantar os braços e abanar as mãos. Escusado será dizer que o público nem questionou e aderiu imediatamente. Se dúvidas houvessem desvaneceram-se nesse momento.

Color Your World declarou então o término do fantástico concerto, com grande ovação por parte do público. A sua voz, a sua música, originalidade e bom humor não deixaram ninguém indiferente e foram sem dúvida contagiantes. Quem esteve presente poderá certamente dizer que foi um concerto alucinante, poderoso e divertido.

SET LIST:
Supercrush!
Kingdom (Devin Townsend cover)
Truth (Devin Townsend cover)
Planet of The Apes
Where We Belong
War (
Devin Townsend cover)
Vampira (The Devin Townsend Band cover)
Lucky Animals
Juular
Grace
Color Your World (Devin Townsend cover)




Após um intervalo que para os fãs pareceu longo, tal era a ansiedade pela última banda da noite, foi a vez dos Fear Factory subirem ao palco. Abriram com Industrialist (do seu último álbum com o mesmo nome) e a plateia entrou imediatamente em erupção. Em segundos a parte central abriu-se numa clareira gigante empurrando os restantes para as zonas laterais, tal era a turbulência e moshes intensos.

O som estava altíssimo mas nem por isso ficou distorcido ou confuso, percebiam-se perfeitamente os riffs de Dino Cazares e as batidas enérgicas da bateria. Foram desfilando temas dos seus álbuns mais antigos, essencialmente de Obsolete (1998) e Digimortal (2001) e enquanto o faziam, a energia que emanava do palco era intensa e poderosa e eram poucos os que não se deixavam influenciar por ela. Apesar do vocalista Burton C. Bell ao terceiro tema já estar rouco, característica que segundo os fãs é comum de acontecer, esteve sempre a dar o seu máximo para um concerto que se provou ser de peso.



A banda que, conforme reforçado por Burton, fez no passado Halloween os seus 22 anos de existência, tem continuado a angariar fãs pelo mundo fora e continuam empenhados em continuar. Quando chegaram a meio do seu concerto de cerca de hora e meia, momento em que aparentemente o público começava a afrouxar nos moshes, tocaram o tema Martyr e com ele surgiu de novo a explosão na zona central da plateia. Era impossível não sentir a agitação e energia.
Foi entre aplausos, saltos e ovação geral que terminaram com Replica, tema este já com 17 anos. Apesar da cerca de hora e meia de concerto os fãs ficaram com desejo de mais.


SET LIST:
The Industrialist
Shock
Edgecrucher
Smasher/Devourer
Powershifter
Acres Of Skin
Linchpin
Resurrection
Recharger
Martyr
Scapegoat
Demanufacture
Self Bias Resistor
Zero Signal
Replica
 
Por: Miriam Mateus
Fotos: Nuno Santos (Mais fotos, aqui)

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