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21/12/2011

Metallica : Back (in Black) to Rock in Rio Lisboa

Acabaram os rumores acerca do regresso dos Metallica a Portugal : a confirmação é oficial!
O público português terá oportunidade de os (re)ver no dia 25 de Maio por ocasião do Rock in Rio Lisboa 2012. 

As indicações no site do evento apontam para que esse seja um dia dedicado ao Metal, o que nos agrada sobejamente, uma vez que temos tido dificuldade em encontrar bons motivos para ir à feira (perdão, parque) da Bela Vista.

O aliciante maior, para quem possa achar repetitiva a presença da banda, será o facto dos Metallica irem tocar o comummente designado Black Album na íntegra, assinalando a passagem dos 20 anos da respectiva edição.Ou seja nesta 10ª presença da banda em Portugal ainda teremos novidades : será a estreia em terras lusas de músicas como Don't Tread on Me, The God That Failed, My Friend of Misery ou The Struggle Within.
Se bem que para um fã acérrimo não seja preciso motivos de maior para repetir a presença, para os outros este factor poderá ser decisivo, conjuntamente com um completar de cartaz interessante para esse dia. Ficamos a aguardar esperançosamente.

Comunicação Rock in Rio  

Curiosidades:
  • de acordo com o NielsenSoundScan o Black Album foi o álbum mais vendido nos Estados Unidos (todos os géneros) nos últimos vinte anos (1991-2010). 
  •  3 das músicas do Black Album (Nothing Else Matters, Sad But True e Enter Sandman) foram tocadas em todos os concertos dados pelos Metallica em Portugal. Também totalistas são a One e Master of Puppets.
  • Desde 2004 que os concertos tem sido encerrados com Seek and Destroy . Apenas no Restelo (1996) não foi tocada.
  • Master of Puppets foi a música mais votada pelos seguidores da Songs for the Deaf Radio no Facebook quando a rádio assinalou os 30 anos de carreira da banda.

11/12/2011

Music Contest-1st Round (Ultrasound Studio) & Angelus Apatrida@InLive Caffe (09/12/2011)

Mesmo numa noite de nevoeiro denso, o concurso de bandas da Ultrasound Studios seguido do concerto de Angelus Apátrida, conseguiu atrair umas boas dezenas de pessoas ao bar InLive Caffe, na Moita.

Este primeira etapa do concurso teve a participação de quatro bandas, todas elas tendo cerca de vinte minutos para fazer a sua actuação e angariar o maior número de votos possíveis por parte do público presente. E foi com esse objectivo em mente, que pouco após das 22h30 , a primeira banda subiu ao palco, Break Inside.

Break Inside, é uma banda composta por quatro membros da zona do Entroncamento, Santarém e tocam um estilo de música rock alternativo. Começaram com o tema I’m Inside Your Head, cuja vocalista Lina começou a cantar tímida e pouco à vontade. Era notória a sua inspiração em cantoras como Amy Lee da banda Evanescense e apesar de ter uma voz agradável e melodiosa, sentia-se a sua falta de garra e intensidade que a música pedia que existisse. A nível de composição musical, destacaram-se os momentos cujos músicos evoluíam de um estilo rock para um misto de nu-metal, dando-lhe características e composições interessantes. Na sua última música What I Am, a vocalista estava já com um pouco mais de energia e a tentar cativar os presentes, mas mesmo assim quando terminaram o concerto, só foi capaz de olhar para o público na sua última frase. Não conseguiram nitidamente estabelecer o elo com o público que naquela noite era imprescindível.

SET LIST:
I’m Inside Your Head
Will I Be Able
Ground Zero
What I Am

A segunda banda, Hate in Flesh, com um álbum lançado já este ano, são uma banda com um som pesado e melódico e forte presença em palco. Começaram com o tema My Last War e a partir daí seguiram um percurso sem grandes pausas entre músicas e sempre com garra e energia que o estilo de música pedia. Apesar dos constantes pedidos por parte de Maiko, o vocalista, para a participação do público, este não participou como evidentemente queriam mas não os impediu de apresentar o seu trabalho com intensidade e profissionalismo. A voz teve alguns problemas técnicos, visto que o cabo do microfone teimava em desligar-se, mas o gutural era intenso. Pareceu haver durante o concerto algumas falhas a nível da percussão, mas foram subtis. Terminaram com Dead Man.

SET LIST:
My Last War
Rebirth of Rotten Souls
Mad Red Circle
Hate Me
Dead Man

Crossed Fire foi a terceira banda a subir ao palco. Surgiu dum grupo de amigos que se juntou apenas no ano passado e foi a partir daí que as ideias e composições foram surgindo, resultando naquilo que pudemos observar neste concerto. Tocam um estilo de trash metal pesado e de qualidade e foi com esse espírito que começaram a tocar Final Cost. O vocalista, David, tinha uma energia em palco que conseguiu finalmente contagiar o público. Andando dum lado para o outro e cantando com garra. No entanto as falhas técnicas surgiram, a cinta do baixo partiu, tendo de ser substituída e esteve a tocar apenas com 3 cordas. Mesmo assim, conseguiram fazer uma boa prestação do início ao fim e cativaram muitos dos presentes. Terminaram com Kill.

SET LIST:
Intro
Final Cost
Criminal Mistakes
T.N.B.O
Portuguese Licour
Kill

Ancient Horde foi a última banda em concurso e tinham algo a seu favor, eram uma banda local. Também formada no ano passado, tem um estilo musical um pouco mais virado para o Metal oldshool e têm várias influências do metal tornando o seu estilo pesado mas com uns riffs de guitarra muito bem executados e melodiosos. Começaram com Call to Battle, mas houve um problema técnico na voz que esteve sem som nos primeiros momentos da música. O ponto menos positivo era sem dúvida o vocalista, Sérgio, não tinha intensidade e a energia que a música merecia. Se não fosse a presença da segunda voz a banda perderia todo o seu valor. Para além disso vestia uma camisola de malha, algo que não é normal, para além de indicar uma falta de atenção na imagem da banda, algo que deveria estar igualmente pensado e principalmente estando num concurso. Todos os pormenores devem ser observados e levados em conta. Houve os primeiros momentos de mosh na frente do palco. Terminaram com Blasting Metal.

SET LIST:
Intro
Call to Battle
Old Ways Cult
Heavyfuckers of Trashmageddon
Under The Banners
Blasting Metal

Após uma pausa um pouco mais prolongada para preparação do palco e sound check, foi a vez de Angelus Apatrida, a banda convidada pela Ultrasound Studios, pisar o palco. Esta é considerada como uma das mais bandas mais importantes de trash metal em Espanha. Com músicas aceleradas, riffs de guitarra potentes e letras agressivas, os Angelus fizeram uma prestação excelente com temas do seu último álbum Clock Work e do anterior Give ‘Em War. Foi na segunda música Blast Off que os moshes começaram e foram ganhando vida ao longo de todo o concerto.

O vocalista Guillermo, esteve sempre a interagir com o público e tinha uma grande energia em palco. A sua voz era melodiosa e vigorosa e o som das guitarras com os seus riffs fabulosos confirmavam a consistência da banda sempre em sintonia com as batidas vigorosas de Victor Valera na bateria.

Pouco antes do fim, tocaram Versus The World, um tema do seu primeiro álbum Evil Unleashed e terminaram com Domination, uma música de Pantera e em memória do guitarrista Dimebag Darrell que morreu em Dezembro de 2004. Após vários elogios à banda portuguesa Switchtense, convidaram Hugo, o vocalista, a cantar com eles e a terminar um concerto cheio de intensidade e qualidade. A banda está actualmente a gravar o novo álbum com a Ultrasound Studios.



SET LIST:

Clock Work
Blast Off
Free Your Soul
Of Men and Tyrants
One Side War
Corruption
Give ‘Em War
Legally Brainwashed
Versus The World
Vomitive
Trash Attack
Domination (Pantera)





Por: Miriam Mateus

Fotos: Nuno Santos

24/11/2011

Amorphis @Incrível Almadense 22 Nov 2011

O entusiasmo para voltar a ver Amorphis, a banda que conquistou muitos fãs em Vagos do ano passado, era grande, mas após a abertura das portas a Incrível Almadense ainda tinha pouca gente. Felizmente o espaço acabou por ficar bem composto na hora de subirem ao palco, mais de 15 anos depois da sua última actuação na zona da grande Lisboa. Desta vez já com o novo vocalista Tomi Joutsen, que há mais de cinco anos tem vindo a dar uma nova alma e dinâmica à banda. A sua voz única tem uma elasticidade incrível quando passa dum gutural poderoso para uma voz melodiosa e cativante.

Foi por voltas das 20h30 que a primeira banda, os Nahemah, originários da nossa vizinha Espanha, deram início à noite. Mas o som estava estridente e isso não ajudou a cativar os presentes e foi com distorção e um ou outro feedback que fizeram a sua prestação. A segunda banda, por sua vez, teve um som com melhor qualidade e a sua performance foi enérgica e com grande intensidade. Os Leprous, banda originária da Noruega, apresentaram-se de gravata, exceptuando o vocalista que de laço ao pescoço dava saltos vigorosos e conquistou os presentes com a sua voz e performance nas teclas. Foi certamente a primeira vez para muitos ver ao vivo uma banda de metal cujo vocalista era igualmente o teclista, mas que de maneira nenhuma impediu que houvesse interacção com o público.

Após um breve intervalo, o som inconfundível de Amorphis encheu o espaço. Foi o momento que muitos ansiavam e rapidamente encheram a plateia, que agora sim, estava preparada para receber os cabeças de cartaz. Iniciaram o concerto com Song of The Sage, tema do seu novo álbum The Beginning of Times. Mas após mais um tema deste novo trabalho, recuaram uns anos no tempo e tocaram The Smoke. Após Karelia, Tomi começou a cantar um refrão duma música de Rammstein, Pussy, como introdução para Vulgar Necrolatry do seu primeiro álbum e que foi regravada com o novo vocalista no Magic and Mayhem-Tails From The Early Years. Ainda houve direito a mosh na parte da frente da plateia e um gutural com variantes que desconhecia no vocalista, numa excelente prestação. Terminou por dizer que tinham incluído some “radio friendly stuff”, referindo-se à música de Rammstein, mas que adoravam.

Foi um concerto que incluiu temas que marcaram a história da banda, terminando com Black Winter Day, com um poder contagiante e com a participação do público que aplaudiu e cantou até ao final. Foi curto o tempo que demoraram a voltar ao palco, dizendo que aquele ‘seria o momento ideal’ para tocar três temas bem conhecidos. Começaram com Silver Bride, seguiram para My Kantele e terminaram em grande com House of Sleep, mais uma vez acompanhado por palmas e enorme coro do público.

Soube a pouco, teriam ficado ali pela noite dentro a ouvi-los. Nem o cansaço que era visível na banda os impediu de realizar um concerto fantástico e cheio de intensidade.



Set List:

Song of The Sage
My Enemy
The Smoke
Against Widows
Alone
You I Need
Sampo
Karelia
Vulgar Necrolatry
Into Hiding
Crack in a Stone
Sky is Mine
Magic & Mayhem /  Black Winter Day

Encore:
Skyforger (Intro) / Silver Bride
My Kantele
House of Sleep

Por: Miriam Mateus
Fotos: Nuno Santos

21/11/2011

Reportagem Opeth e Pain of Salvation @ Incrível Almadense 2011-11-20


A Incrível Almadense lotou na passada noite de Domingo, mas se o público estava à espera de “assistir a fogo de artifício, então enganaram-se, para isso teriam de ir a um concerto dos Kiss” (palavras de Mikael dos Opeth durante o concerto).

Às 21h em ponto, a banda de abertura, Pain of Salvation, uma banda Sueca tal como os cabeças de cartaz, entrou em palco. Foi a sua segunda visita a Portugal (a primeira ocorreu em 2001 no Festival Guimarães Art Rock) e a sua actuação provou que foram bem escolhidos para acompanhar os Opeth nesta tour. A sala encheu-se de ritmo e de uma sonoridade própria que em conjunto com a voz de Daniel Gildenlöw, que atinge agudos não habituais na voz masculina, deixou a plateia e o primeiro balcão, bem entusiasmada.

A banda estava disposta de uma forma fora do comum, já que estavam os cinco membros em linha na frente do palco. Foi um concerto enérgico e com muita participação do público. Nesta altura já o espaço estava apinhado, possibilitando apenas o abanar das cabeças em sintonia com os ritmos e riffs vigorosos que emanavam do palco. Eram muitos os que conheciam as músicas e acompanhavam a banda durante a sua actuação, sinónimo de muitos fãs presentes. Foram bastante aplaudidos quando saíram do palco.

Quando os Opeth subiram ao palco, as palmas encheram o espaço e o vocalista começou por agradecer por estarmos presentes e anunciou que eles eram os “Opeth, sim os mesmos que estão nos vossos bilhetes”. Despoletou a primeira gargalhada geral da noite e deram início a um concerto que se tornaria, para além de excelente musicalmente e cheio de intensidade, muito divertido e de boa disposição.

Abriram o espectáculo com The Devil’s Orchard, um tema do seu novo álbum Heritage, lançado em Setembro deste ano. Este seria um concerto muito centralizado neste novo trabalho, acabando por se tornar completamente diferente do que apresentaram em Vagos, deste mesmo ano.

Após Face of Melinda, um tema do seu quarto álbum Still Life, Mikael, continuando com a sua boa disposição começou a atirar palhetas para a parte frontal da plateia, dizendo que poderia continuar a fazê-lo pela próxima hora e meia. Seguiram para Porcelain Heart, onde houve um solo de bateria poderoso e muito bem realizado por Martin Axenrot com uma duração de cerca de três minutos, em que os membros da banda não saíram do palco, ficando durante todo esse tempo estáticos a observar a sua performance.

Seguiu-se uma parte acústica de dois temas, The Troath of Winter e Credence. Foi diferente do que os fãs de Opeth estavam habituados e houve quem na assistência começasse a bocejar, não só por serem temas que por si só já são calmos, como acabaram por tornar-se ainda mais por serem tocados desta forma. Senti que houve uma quebra nesta parte no concerto, mas foi bem recuperado quando tocaram as músicas seguintes: Closure (a fechar o set acústico) e Slither, sendo esta última um tributo a Ronnie James Dio, de quem o vocalista sempre foi fã e que faleceu no ano passado. Na Closure, o público cantou praticamente do princípio ao fim e prolongaram o how hooo wo wohow” final, mesmo após a banda a ter terminado. Parecia que os Opeth que conheciam estavam de volta. Anunciaram a última música Hex Omega, demonstrando o desejo de voltar a tocar em Portugal e saíram do palco.

O público queria mais e chamou-os com o “how hooo wo wohow” da parte final da música Closure. Entraram emocionados a questionar por gestos se seriam eles por quem o público chamava, sendo mais uma vez a sua boa disposição contagiante. Mikael apresentou os membros da banda e tentava convencer o baixista a ir dançar para cima da coluna, mas acabou por ir ele. Ainda houve oportunidade para apresentar o membro mais novo, Joakim Svalberg nas teclas, que fez uma demonstração dos vários tons e efeitos que o teclado podia fazer, assim como aquele “som que fazia com que parecessem assustadores”. Por fim disse que ele era o Mikael e terminaram o concerto com Folklore, do novo Heritage.

Este foi um concerto que terá ficado um pouco abaixo das expectativas dos fãs que esperavam ouvir mais clássicos como Deliverance ou Master’s Apprentice mas que nem por isso deixou de ser intenso e com um personalidade única que os caracteriza como a banda que são, Opeth.

SET LIST:
The Devil's Orchard
I Feel The Dark
Face of Melinda
Porcelain Heart
Nepenthe
The Throat of Winter
Credence
Closure
Slither
A Fair Judgement
Hex Omega

Encore:
Folklore

Por: Miriam Mateus
Fotos: Nuno Santos


Opeth-Slither :

Opeth-A Fair Judgement :

18/11/2011

Reportagem Machine Head e Convidados@Coliseu dos Recreios

O ambiente no exterior do Coliseu era de boa disposição. Vários grupos iam-se formando à porta, muitos conversando e esperando por amigos enquanto outros aproveitam os últimos minutos para fazer uma paragem pelas tasquinhas e cafés que, recheados, iam acolhendo os clientes e satisfazendo-os com as suas bifanas, petiscos e imperiais fresquinhas.

Esta era a noite de Machine Head, uma banda que tem já muitos fãs em Portugal e que aguardavam entusiasmados por vê-los e ouvi-los no seu melhor. A sua última actuação em Portugal tinha sido há 2 anos no Optimus Alive, um evento completamente distinto do que estava para acontecer nesta noite, visto que agora eram eles cabeça de cartaz e iam tocar num espaço fechado. Vieram acompanhados de mais 3 bandas, Darkest Hour, DevilDriver e Bring me The Horizon. Notava-se que entre o público havia grupos distintos que se dividiam entre Devil Driver e Bring me The Horizon como a banda de eleição a ver para além dos cabeças de cartaz.
Talvez por esse motivo e apesar de um Coliseu composto, foram muitos os que ficaram no exterior enquanto os Darkest Hour abriram a noite. Foi com DevilDriver que o espaço começou a aquecer para os momentos de intensidade que ainda iam ocorrer. Durante o seu concerto os moshes na parte frontal da plateia foram constantes, ‘crowd surfing’ e ainda um ou outro ténis que saltava deixando alguns descalços.

Quando os Bring Me The Horizon subiram ao palco o recinto encontrava-se já bem recheado de uma massa de gente que vibrava ao som e à energia que emanava do palco. Uma banda composta por membros muito jovens, que pulavam e gritavam e tinham uma energia de tal ordem que era praticamente impossível não ficar contagiado. Foi do meio do mosh, composto por umas boas dezenas de pessoas, que um primeiro corpo voou, à vontade, um metro acima das cabeças do público e de braços abertos aterrou em cima de mãos que o levaram até à frente. Foi um concerto enérgico mas quando houve um interregno entre músicas, o público aclamou foi por Machine Head e não pela banda em palco. O som durante a actuação das três primeiras bandas esteve demasiado estridente e com os instrumentos indefinidos, com algumas queixas de pessoas que não ouviam os riffs, mas esse foi um problema que não se colocou para a banda seguinte.

O palco ostentava um ecrã lateral, de onde começaram a surgir imagens de sangue a escorrer e a preencher o ecrã de vermelho. É nesse momento que o Coliseu, agora repleto de corpos vestidos de negro e de braços no ar, a música “I Am Hell” começa e da plateia sai um ruidoso: “Sangre, Sani, Sangre, Sani”.

Este foi um concerto muito direccionado para o seu último álbum lançado há dois meses, Unto The Locust, que teve muito boa aceitação e a banda percebeu isso quando ouviu as centenas de pessoas a cantar e acompanhá-los à medida que o concerto ia decorrendo. No entanto, brindaram os fãs com pelo menos um tema de cada um dos seus álbuns anteriores.

Após a música Beautiful Mourning o público não resistiu a gritar por uns bons segundos por Machine Head. Rob simplesmente abanava a cabeça de admiração e agradecimento por essa reacção, seguindo de um “wow, you’re amazing”. Seguiram com The Blood, the Sweat, the Tears, momento este que não acalmou os moshes no centro da plateia que, bem pelo contrário, foram intensificados. A plateia parecia um mar de gente revolto que andava ao sabor das fortes batidas que provinham do palco.

Como introdução para a Locust, Rob fez uma declamação de braços abertos, uma voz com eco e uma luz azulada que tornou o momento cativante e preparou o público para receber esse tema pela primeira vez ao vivo em Portugal. Momento sem dúvida intenso.

Saíram do palco após a música Old e quando regressaram já uma guitarra semi-acústica estava montada abaixo do microfone do vocalista. Era chegado o momento de Darkness Within, uma música do seu novo álbum que começa tranquila mas que ganha uma potência contagiante à medida que vai avançando. O público cantava com o vocalista e até se chegaram a ver alguns isqueiros acessos enquanto Rob cantava nas suas partes mais calmas. Terminaram com o Ten Ton Hammer e saíram do palco com um “Goodbye Lisbon”.

Foi com um “Oe-oe-oe-oeh” cantando pelo público que voltaram ao palco para um encore composto por duas músicas. Ainda houve tempo para algumas despedidas e agradecimentos ao público. A bandeira portuguesa com dedicatórias e nome da banda foi lançada e o vocalista colocou-a nas costas, elogiando a recepção do público português. Rob tinha gostado do hino de regresso ao palco e começou a cantá-lo, incitando o público a fazer o mesmo enquanto começaram a tocar a Halo do penúltimo e “antigo” álbum The Blackening. Terminaram em grande com Davidian.

Set List:
I Am Hell (Sonata in C#)
Be Still and Know
Imperium
Beautiful Mourning
The Blood, the Sweat, the Tears
Locust
This Is the End
Aesthetics of Hate
Old
Darkness Within
---Declaration---
Bulldozer
Ten Ton Hammer
Encore:
Halo
Davidian
Reportagem por: Miriam Mateus
Fotos : Nuno Santos
Machine Head - Darkness Within :

Machine Head - Old

02/11/2011

Septicflesh + Amon Amarth - Incrível Almadense

O Incrível Almadense esgotou para uma noite de intensidade e participação do público que vibrou ao som de Septic Flesh e Amon Amarth.


As ruas foram invadidas por t-shirts alusivas a bandas de Metal. Na porta, formaram-se duas filas que foram escoando com bastante fluidez e em pouco tempo estávamos no interior do Incrível Almadense. O espaço encheu rapidamente. Tanto o primeiro balcão como a plateia estavam compactos e prontos para receber a banda de abertura.

Pouco passava das 21h quando os Septicflesh pisaram o palco. Dois estandartes gigantes com cruzes estampadas destacavam-se e foi na frente dos mesmos que se colocaram estrategicamente dois dos músicos, um em cada um. Com a luz por trás, fizeram um efeito atraente, abrindo então o concerto com o tema “The Vampire from Nazareth”. O público recebeu-os bem, apesar de ainda um pouco acanhado. O vocalista, Spiros “Seth” Atoniou, por sua vez ia puxando por eles e pouco a pouco foram participando.

Após as duas primeiras músicas o público começou a aclamar por Septicflesh. “Seth” disse aos presentes para se recordarem que eram deuses, todos nós somos deuses, “you, we, never forget that". E começaram a tocar o tema "We, The Gods".

A meio da música "The Great Mass of Death" o vocalista pediu a participação do público, pedindo a “Portugal” para começar calmamente a gritar ”hey, hey” em harmonia com a batida da música, até que pediu mais alto, "and now, louder". Este foi o momento em que se sentiram e viram os primeiros movimentos no centro da plateia.

Em "Persepolis" o vocalista pediu à assistência para fazerem um "wall of death" e o centro da plateia transformou-se num turbilhão.

Terminaram com "Five Pointed Star" ficando o baterista sozinho no palco por mais alguns segundos até se levantar, lançar as baquetas e sair. Deram assim por terminado o concerto e deixaram o público a pedir mais, mas a música ambiente surgiu assim como o intervalo.

Foi a vez de subirem ao palco os Amon Amarth. Abriram o concerto com “War of The Gods”, tema conhecido do público que os acompanhou imediatamente. Sem interrupção seguiram para a música “Runes to My Memory”. Foi apenas no final deste tema que Johan Hegg agradeceu ao público em português: “Boa noite Lisboa!”. Mencionou que é muito bom estar de volta e questionou se estavam preparados para Metal, o que levou o público a reagir com um estrondoso “YES!”

Logo após tocarem a música “Live Without Regrets” o vocalista anunciou que iam tocar essa de seguida, se foi gafe ou propositado não deu para perceber, mas a assistência reagiu ao mesmo e de seguida o que tocaram foi “Live for the Kill”.

No tema “The Pursuit of Vikings”, sempre acompanhado pelo público, o vocalista pegou numa câmara de filmar e registou a emoção transmitida pelos fãs que cantavam de braços erguidos. Impressionado, Johan continuou a puxar pela assistência, que cantou o refrão em uníssono.

Johan foi sempre interagindo com o público, criando um elo que se fazia sentir. Ia terminando praticamente cada música com um “obrigado”, mas disse que isso não parecia ser o suficiente. Ao apresentar “Embrace of the Endless Ocean” mencionou que esse tema seria dedicado a todos aqueles que nunca mais regressaram a casa.

Amon Amarth tocaram no total 17 músicas, focando-se essencialmente nos seus dois últimos trabalhos, todas elas cheias de energia e potência. Houve no entanto, alguns momentos em que a voz parecia um pouco mais baixa, assim como o baixo que praticamente não se ouviu, mas a energia esteve sempre presente. Na plateia o mar de gente era revolto, cantando e acompanhando a banda desde o início até ao fim do concerto. Sempre de braços erguidos e trauteando as músicas, tanto na plateia como no balcão, todos pareciam contagiados com o que a banda conseguiu transmitir.

Terminaram com “Death in Fire”, saindo do palco. Mas o público, na expectativa dum encore, continuou a chamar pelo regresso da banda. Regressaram rapidamente, tocando então “Twilight of the Thunder God” e “Guardians of Asgaard”. Nas despedidas, mencionaram o desejo de voltar. Para quem esteve presente o desejo foi mútuo.

Reportagem feita por: Miriam Mateus
Foto por: Nádia Dias (http://www.facebook.com/nadiadiasphotography)

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Setlists :  Septic Flesh | Amon Amarth

Vídeos no nosso canal Youtube :

01/11/2011

Reportagem: Moonspell - Incrível Halloween


O Incrível Almadense esgotou para uma noite de Haloween na presença de Moonspell. A banda tem mantido a tradição de nos últimos 10 anos, fazer um concerto nesta noite, tentando desta forma introduzir esta data como sendo a noite de Moonspell. O mote da noite, era Wolfheart, o primeiro álbum da banda lançado em 1995.

Ao chegar ao local a fila tinha já tendência para aumentar, tal era a afluência ao espaço. Podíamos encontrar alguns mascarados de zombies e criaturas fantásticas, que calmamente aguardavam a sua entrada no local. Ao entrar, verifiquei que já havia bastantes pessoas que se iam acomodando junto ao palco e nas filas da frente dos dois balcões, prevendo-se que iria chegar ao limite.

No palco, uma cortina gigante reflectia as fotos da banda tiradas na década de 90, altura em que foi lançado o álbum Wolfheart. Às 22h o Incrível Almadense estava lotado e sentia-se a ansiedade pela entrada de Moonspell no palco. Por entre o som de guitarras, numa última afinação do check sound, o público assobiava e reclamava da entrada tardia da banda em palco.
Foi quando se ouviu o início da música “I'll see you in my dreams” que o público respondeu com a ansiedade estampada nas vozes, prenunciando a eminente entrada da banda. Foi pouco tempo depois que se ouviu uma voz anunciar: “Bem vindos à noite do lobo, a noite do Wolfheart. Estão prontos? Senhoras e senhores, lobas e lobos desta imensa alcateia, eis, os Moonspell!”.

O som inicial de “Wolfshade” invadiu o espaço e foi perceptível, por trás da cortina, a entrada dos músicos. Quando a cortina foi aberta, Fernando Ribeiro, vocalista, entrou em palco e o público saudou-o com ovação geral. Foi dado o início a um concerto intenso desde o primeiro instante. O público esteve sempre presente, cantando, gritando, aplaudindo e vivendo com energia cada momento. A banda, como prometido, foi tocando as músicas pela sequência exacta do álbum “Wolfheart”. Fernando Ribeiro foi puxando pelo público, com frases tais como “Almadense, vamos lá” e o público ia respondendo às suas investidas como um mar humano cantando em uníssono.
Após a música “Lua D’Inverno”, houve um momento em que o vocalista disse que este concerto era dedicado a todos os fãs de Moonspell, aos verdadeiros fãs, aqueles que fizeram do “Wolfheart” aquilo que ele é, chamando-os de alcateia.

Foi após a “Trebaruna” que os Moonspell acrescentaram “Ataegina”, música esta que não está na primeira edição do álbum em questão. Fernando justificou isso com o motivo que a editora alemã deu no momento para a não incorporação da mesma, rotulando-a como “uma espécie de ‘drinking music’ nacional”.

Fernando, trajando nesse momento um casaco apelando ao aspecto vampírico, cantou “Vampiria”. Este foi um tema bem reconhecido pelo público visto ser um tema habitual nos seus concertos. Deram por terminada a primeira parte com o considerado hino da banda, “Alma Mater”. Este tema teve como convidado especial o guitarrista que o gravou originalmente, Tanngrisnir.

Após um breve intervalo, subiram ao palco as dançarinas de Gothic Bellydance, “Ignis Fatuus Luna”, dançando o início da música “Tenebrarum Oratorium I”, extraído do EP Under the Moonspell, desencadeando uma segunda parte igualmente cheia de intensidade, com temas bem conhecidos dos fãs, tais como Opium e Mephisto.

Imediatamente antes de darem o concerto por terminado, Fernando Ribeiro fez os devidos agradecimentos à organização, ao regresso ao espaço mítico que é o Incrível Almadense, às dançarinas, ao guitarrista convidado e a todos os fãs presentes que tornaram esse momento possível. Falou igualmente no lançamento do novo álbum, que está previsto para a primavera de 2012, fazendo uma pequena brincadeira com a música “Ace of Spades” dos Mötorhead, dizendo que era parte de um dos novos temas. Consideraram-no como um dos melhores trabalhos realizados pela banda e esperam que também assim seja considerado pelo público.

Terminaram em grande com os fãs a cantarem em uníssono uma das músicas emblemáticas da banda, “Fullmoon Madness”. Após o seu término, uma ovação geral encheu o espaço e apesar de aclamarem pela banda, esta despediu-se prolongadamente, juntando todos os intervenientes, mas já não regressou.

Após o concerto seguiu-se um after-show com a banda Opus Diabolicum, aqueles a quem o Fernando, ainda em palco, anunciou como sendo os seus delfins. O after-show decorreu no cine-teatro da Incrível Almadense e contou com a presença de alguns convidados especiais e amigos da banda. Num ambiente calmo e intimista, a banda tocou vários temas dos Moonspell e contou ainda com uma música original inspirada neles. Fernando Ribeiro e Mike Gaspar subiram ao palco na música Alma Mater e num improviso cantaram o tema com os Opus.

Foi dada por terminada uma noite em grande, intensa e repleta de misticismo e alma.
Reportagem por: Miriam Mateus
Fotos: Nádia Dias (Nádia Dias Photography)

Para mais fotos clica aqui (página da Rádio no Facebook):

Setlist :
Wolfshade
Love Crimes
Of Dream and Drama
Lua D'Inverno
Trebaruna
Ataegina
Vampiria
An Erotic Alchemy
Alma Mater
-------
Tenebrarum Oratorium (Andamento I)
Opus Diabolicum
Goat On Fire
Opium
Awake!
Raven Claws
Mephisto
Fullmoon Madness

22/10/2011

Moonspell : Incrível Halloween

Continuando a tradição de nos oferecer algo especial por ocasião do Halloween, os Moonspell vão voltar a actuar no dia 31 de Outubro em Portugal. Desta feita vão tocar na íntegra e por ordem todos os temas que fazem parte do seu primeiro álbum Wolfheart. O concerto terá lugar na Incrível Almadense.
De acordo com o vocalista da banda, Fernando Ribeiro, esse reportório preencherá a primeira parte do concerto, sendo a segunda parte composta por temas de todas as épocas da banda.
Após o concerto, no cine-teatro da Incrível Almadense, irão actuar os Opus Diabolicum (quinteto de cordas e percursão), tocando alguns temas de tributo aos Moonspell.

A Songs for the Deaf Radio estará lá para vos contar detalhadamente como foi a noite. Aguardem a nossa reportagem e fotos!

No mesmo âmbito, no Cine Almadense, decorrerá o Ciclo de Cinema de Horror (entre 29 e 31 de Outubro), onde poderão ver (ou rever) clássicos como Nosferatu, Zombieland ou The Shining, bem como os mais recentes Hill Have Eyes (EUA), Frost Bitter(SUE) ou Sexy Killer (ESP).
No dia do concerto poderão também assitir à curta-metragem de Filipe Melo, I'll See You in My Dreams, cuja banda sonora tem a contribuição dos Moonspell (vídeo abaixo).
Clica aqui para ver a programação.

Vídeo promo do evento :



Entrevistado pelo José Luis Peixoto, Fernando fala acerca deste concerto e do novo álbum :


Este é o vídeo promocional do evento :


Moonspell - I'll See You in My Dreams :

22/09/2011

20 anos de Nevermind : ou como o rock nunca mais foi o mesmo

24 de Setembro de 1991 : é lançado, sem expectativas de maior, o segundo álbum de uma desconhecida banda da cena de Seattle. No entanto o single "Smells Like Teen Spirits" dos Nirvana estreia na MTV com grande impacto e em poucos meses a banda supera Michael Jackson no nº1 dos tops americanos. Para tal também contribuiu muito a transversalidade (a atrair o mainstream) do 2º single "Come as You Are".
Em pouco tempo, um conjunto de tipos simples, sem adereços de estrelas nem artificialismos de imagem, tornam-se a maior sensação planetária, mantendo o seu rock puro.
Há aqui uma mudança de paradigma para quem queria ter uma banda de sucesso, e assistiu-se nessa altura a uma génese criativa ímpar no rock alternativo onde o foco principal era a música em si. Os olhos do mundo viraram-se então para Seattle para perceber o que se estava ali a passar (Pearl Jam, Soundgarden, Alice in Chains) e resolveram denominar grunge àquele estilo despojado de rock indie/alternativo, uma etiqueta (como tantas outras) que é mais útil para organizar os CD's nas discotecas do que própriamente para definir um estico único, até atendendo à imensa diversidade existente entre as várias bandas do movimento.
Não é exagerado dizer que este álbum deu uma nova vida ao rock, nomeadamente pela abrangência e diversidade de público que começou a ouvir este género musical.
A fama continuou, e da exposição gigantesca criou-se um monstro, que impossível de controlar gerou tragédia e mito, mas esta é uma história para outra altura.

Na Songs For The Deaf não podemos deixar de assinalar este marco, e vamos ter em destaque este álbum e outros sons marcantes desta época áurea. Como poderás ver este fim de semana, a nossa foto de perfil no Facebook é a capa do álbum, capa que tem gerado infeliz polémica pois o Facebook considera-a de nudez e ofensiva. A própria página oficial dos Nirvana foi obrigada a mudar n vezes de foto de perfil, mas teve a sensatez de trocar sempre por outra igual :).
Como disse o Kurt Cobain "se alguém vê malícia nesta foto, é porque talvez seja um pedófilo que ainda não saiu do armário"
Foram entretanto lançadas quatro edições remasterizadas do álbum : toda a info no site da banda.
De valor é a vídeo timeline que o canal oficial de Nirvana no Youtube preparou. (ver aqui)







11/09/2011

Reportagem R.A.M.P no Side B, Benavente 10-09-2011

A chegada a Benavente fez-se tranquilamente. A quantidade considerável de carros estacionados fez-nos perceber imediatamente que estávamos perto do local onde se realizaria o concerto. No entanto e talvez por termos chegado cedo, o bar estava ainda um pouco vazio. Algumas pessoas iam entrando, saindo e outras simplesmente aproveitavam o tempo de espera para irem confraternizando ao som de Pantera, Metallica, Marilyn Manson, entre outros nomes conhecidos do mundo do Metal.

O Side B, o bar onde se realizou o concerto fez o seu terceiro aniversário. Foi neste espaço, dedicado à realização de concertos de bandas nacionais e internacionais que, em parceria com a Notredame Productions e segundo as palavras do seu proprietário, Carlos Freitas, já subiram ao mesmo palco centenas de bandas, podendo destacar-se Heavenwood, Bizarra Locomotiva e a nível internacional, Tankard, Entombed e Kampfar, esta última que mereceu um maior destaque por parte de Carlos, devido à intensidade do mesmo. Nesta noite, o palco seria de RAMP.

Ao fim de algum tempo, vimos alguns membros da banda entrar no espaço. A hora de início do concerto começava a aproximar-se. Tó Pica, o guitarrista, andava pelo meio do público com a sua boa disposição habitual, enquanto o tempo para o início do concerto ia diminuindo. Foi perto da meia-noite que se ouviu o primeiro som de guitarra e se realizaram os últimos pormenores do check-sound. Em poucos minutos o espaço ficou composto. RAMP (origem nas iniciais dos nomes, dos membros fundadores: Ricardo, António, Miguel e Paulo), são uma banda de Metal formada em 1989, no Seixal e obteve o seu grande sucesso comercial, com a faixa "For a While". Já fizeram primeiras partes de grandes bandas, tais como Sepultura, Metallica, e mais recentemente participaram no Rock In Rio 2010, onde partilharam o palco com Hail. O seu último álbum “Visions” foi lançado há dois anos, e foi no Music Box em Lisboa que deram início à tour de lançamento do mesmo, a “Subversion Tour”.



O concerto ia começar. O som de “Blind Enchantment” encheu o espaço já recheado de fãs, dando início a um concerto de grande intensidade, seguida de Insane, How, Single Lines e Dawn. Continuando a dar prioridade ao último álbum “Visions, foi com a pergunta “Estão com frio?” que Rui respondeu “Eu estou” e deu entrada para a música “The Cold”. Após “Clear” e “Folow You”, Rui fez a apresentação para a música “Mith” com uma dedicatória a todos aqueles que querem aparecer nas revistas cor de rosa e apenas se preocupam em ser famosos. Ao longo da música, Rui, ia fazendo poses e expressões, satirizando o mundo da fama instantânea. Depois, seguiu-se um momento mais calmo com a música “Alone” começando a partir daí a viagem pelos temas mais antigos da banda. Em Hallelujah o público recomeçou a aquecer, e acabou por fazer o primeiro mosh da noite na música que se seguiu a essa, “Anjinho da Guarda”. A partir deste momento, já todos os membros da banda com a excepção do vocalista, tocavam sem t-shirt e a zona em frente ao palco era reservada para o mosh e crowdsurfing enquanto tocavam Drop Down, All Men Taste Hell, Noone, Come, Thoughts e Black Tie, sempre com grande intensidade e participação do público, que cantava e que gritava “não” sempre que o vocalista perguntava: “Estão cansados?”. Rui agradeceu o convite do proprietário do espaço, deu-lhe os parabéns pelo trabalho que tem sido realizado ao longo dos últimos três anos e acrescentou que não era apenas o Side B que fazia anos, mas também o guitarrista de Ramp, o Ricardo Mendonça. Tocaram “Through” e saíram do palco.


O público queria mais e ninguém se mexeu do seu lugar, chamaram por Ramp e não se fez silêncio enquanto a banda não voltou a subir ao palco, que nesse momento tinha já quatro bancos alinhados no mesmo. A surpresa da noite, reservada para os fãs, estava à nossa frente. Uma música que não tocavam há alguns anos e que foi tocada com os seus membros sentados, “For a While” foi um dos momentos altos da noite. Seguiu-se ainda a sua versão de “Walk Like an Egyptian” das Bangles que incluiu os solos de Ricardo Mendonça e Tó Pica nas guitarras, seguido de um solo de bateria de grande intensidade pelo Paulinho.


Ainda no Encore, tocaram a música "Ace of Spades", dos Motorhead, relembrando o momento em que o fizeram no Rock In Rio, com os Hail. Terminaram o concerto com “Try Again” e é nesse momento que Rui, Ricardo, e Pica vão para o meio do público. Foi no meio dos fãs e amigos que calorosamente acolheram os membros da banda e é no meio de abraços que deram por finalizada uma noite que, nas palavras de Rui, foi de “Rock N’Roll” onde o seu espírito e as boas vibrações foram sentidos, tanto pelo público, como os membros da banda. Para Tó Pica, no seu espírito humorista, o concerto resumiu-se em “duas palavras: Bru-Tal”. Para Ricardo foi a sua “Melhor festa de anos” e para Caveirinha “uma sauna” tal era o calor humano e a intensidade que se fazia sentir no local. Foi assim que terminou mais um concerto de uma grande banda nacional que independentemente de todas as dificuldades no meio, tem lutado e resistido ao longo dos anos e tem continuado a presentear os fãs e amigos com momentos como este.



Reportagem: Miriam Mateus

Fotografia: Nádia Dias


Playlist de R.A.M.P. no Side B, Benavente 10-09-2011

31/08/2011

Disturbed : David Draiman conta porque não vieram a Portugal

Muitos de nós ainda estão um pouco ressentidos com o cancelamento de parte da digressão europeia dos Disturbed, incluindo o concerto em Portugal marcado para Junho.

Aproveitámos um directo no twitter com o vocalista David Draiman e perguntámos-lhe quais os reais motivos por detrás desse cancelamento, uma vez que achámos a desculpa do custo dos combustíveis um pouco esfarrapada.
Nas palavras dele, mais do que somente o custo do combustível, todo o planeamento do percurso da tour foi muito difícil. Ficámos a saber que há festivais que impõem "radius clauses", ou seja, se tocar ali não pode tocar noutro sítio que esteja dentro de um raio definido.
Também a parte das viagens (autocarros) se tornou um problema devido as "leis loucas" para os motoristas na Europa.
Todos estes contras fariam com que a segunda parte da digressão (incluindo a passagem por Lisboa) levasse à perda de centenas de milhares de dólares. 
Concluiu "Isso, meus amigos, é lamentável : esperamos planear melhor as coisas na próxima vez"

Esta conversa está no nosso twitter : @Songs4deaf

16/08/2011

Novo álbum de Mastodon em Setembro (c/vídeo)

O novo álbum de Mastodon, "The Hunter" tem data prevista de lançamento para 27 de Setembro. Tendo em conta a qualidade dos anteriores trabalhos a expectativa é imensa. Serão capazes de manter o nível?
Pode-se ir já começando a tirar as dúvidas com "Curl Of The Burl", que será o primeiro single do álbum :



Alinhamento :
01. Black Tongue
02. Curl Of The Burl
03. Blasteroid
04. Stargasm
05. Octopus Has No Friends
06. All The Heavy Lifting
07. The Hunter
08. Dry Bone Valley
09. Thickening
10. Creature Lives
11. Spectrelight
12. Bedazzled Fingernails
13. The Sparrow
14. The Ruiner (limited-edition bonus track)
15. Deathbound (limited-edition bonus track)

Já anteriormente fora lançado um vídeo "making of" do álbum, com a faixa "Black Tongue"

Ainda o Vagos Open Air : vídeos novos!

Para concluir da melhor forma a cobertura do Vagos Open Air deste ano nada melhor que um resumo em vídeo do que foi o festival. Os agradecimentos vão para o Paulo Delgado e para a Ana Laranjeira, que com o seu tempo e dedicação, realizaram os seguintes vídeos, que transmitem na perfeição o ambiente vivido no festival.

Recepção e 1º dia de concertos :


2º dia de concertos e regresso :


Para ver no Canal Youtube AZAGTOTH, onde também podem encontrar os melhores vídeos (em FullHD) dos concertos deste ano.

Publicações relacionadas :
Reportagem do 1º dia
Reportagem do 2º dia
Fotos das bandas (na nossa página no Facebook)

09/08/2011

Reportagem do 2º dia do Vagos Open Air 2011

Foi ao som da chuva que acordámos e demos início ao segundo dia de festival. Avizinhava-se um dia sombrio, mas foi com espírito positivo que saímos para a rua e depois dum belo pequeno-almoço na “Broa do João”, uma bela pastelaria em Calvão, já recheada igualmente de festivaleiros, que saímos de carro para dar uma volta pelas localidades. A chuva, no entanto, era contínua e acabámos por metermo-nos em direcção a Aveiro para um passeio, almoço e algum descanso para recuperar forças para a tarde e noite que ainda estavam para vir. 

Regressados ao festival aproveitámos o tempo, antes do início dos concertos, para visitarmos as tendas de merchandising com mais calma e menos movimento, felizmente o tempo começava a melhorar e o sol já brilhava por entre as nuvens que se iam dissipando. 
Antes dos concertos arranjamos sempre tempo para o convívio e travar novos conhecimentos com pessoas que partilham os mesmos gostos. Uma coisa que sempre encontrei em festivais ou concertos de Metal é o ambiente familiar que existe no local, assim como a ordem e a organização. 
Ao contrário do que possa parecer para as pessoas que desconhecem e que julgando pelo aspecto geral das pessoas, que maioritariamente usam o preto como cor principal e acessórios de correntes, piercings ou tatuagens, o ambiente é habitualmente tranquilo e muito civilizado.

We Are The Damned 

O sol resolve aparecer de vez e com ele o início dos concertos. Sobem ao palco os portugueses We are the Damned, banda que não deixou ninguém indiferente com a sua presença. 
Mais uma pequena falha no sistema de som fez com que o concerto começasse sem se ouvir a voz do vocalista, que apesar de já tentar emitir som do palco, este não chegava ao público. I
ncidente que acabou por não causar mossa na sua prestação global. Nos intervalos das músicas, Ricardo Correia, a voz dos We are the Damned, gritava palavras de revolta e indignação na forma como as bandas portuguesas são desconsideradas no nosso país e que “em Portugal, há muito boas ou melhores bandas que algumas estrangeiras, mas que acabam por ser desvalorizadas”. Um momento alto foi quando tocaram a música “Devorador dos Mortos” e começaram a ver-se os primeiros movimentos de mosh e crowd surfing do dia.

Malevolence 

Após o intervalo entre bandas, subiram ao palco Malevolence, banda portuguesa de Death Metal, que apesar duma paragem de 11 anos, regressou aos palcos portugueses em força, com esta primeira aparição em Vagos. A banda tem como baixista Aires Pereira, também membro da banda Moonspell. 
Com Malevolence, o público já começava a adensar-se perto do palco e a energia era contagiante. No entanto, fiquei com a sensação que a entrada em palco foi um pouco fraca. Cheguei a pensar que ainda estavam a fazer o check sound, mas depois apercebi-me que já eram realmente os membros das bandas que estavam em palco. Mal menor que foi rapidamente ultrapassado com a intensidade do som e a participação do público que esteve em alta com moshes e crowd surfing na zona central junto ao palco. 
Aproveitaram a estreia em Vagos para apresentação de material inédito a ser gravado para o seu terceiro álbum que está previsto ser lançado em 2012, assim como temas já conhecidos dos seus dois álbuns anteriores. “E para que a chama não se apague em Portugal”, palavras de Carlos Cariano, tocaram “Oceans of Fire” um dos momentos altos e mais participativos por parte do público. 

Nova pausa e momento para recarregar baterias e já Kalmah, banda de Death Metal melódico, entrava em palco para a destruição total. 
Concerto duma intensidade fortíssima, lançou o público ao rubro com a música introdutória “Hook the monster”. Os finlandeses adoraram o público português e os portugueses pareceram também adorar Kalmah, conforme se podia notar pela sua participação. 
Na música “For the Revolution”, Pekka Kokko, o vocalista e guitarrista da banda pediu a participação do público, conforme ele dissesse “for the revolution” o público diria “we die, we die”. Não houve dúvidas! O público esteve lá e a frase “we die” ouvia-se ao longe. Terminaram em grande com “Hades”. 


Ihsahn 

Após mais um intervalo, entraram em palco Ihsahn, nome pelo qual se identifica, neste projecto a solo, o compositor norueguês Vegard Tveitan. Vegard é mais conhecido pela sua banda anterior Emperor, tanto que tocaram “The Tongue of Fire” e “Thus Spake the Nightspirit”, que são ambas dessa época. Ihsahn foi igualmente forte e intenso e conseguiu transmitir ao público essa sua intensidade e energia em palco. Terminou a sua actuação com “On the Shore”.

Devin Townsend 

Foi a vez de mais um intervalo, mas desta vez diferente de todos os outros. Nos ecrãs gigantes não passava a publicidade habitual nem a música ambiente era Metal. Por momentos olhávamos uns para os outros e comentávamos que o DJ estava com algum problema. 
A música era de discoteca e até passou a famosa “Mambo Nº 5”. Nos ecrãs aparecia imagens conhecidas, pinturas tais como a “Mona Lisa” ou “O Grito” mas cujo rosto era do canadiano Devin e as suas expressões únicas. 
Foi sem dúvida um chamariz, mesmo para os que não o conheciam. O público foi se acumulando junto ao palco e foi com “Addicted” que Devid Townsend Project iniciou o seu concerto brutalíssimo. Devin foi o vocalista no álbum Sex & Religion com Steve Vai e o fundador, compositor, vocalista e guitarrista da banda Metal, Strapping Young Lad
O concerto cativou e impressionou pela positiva o público que os desconhecia e esteve sempre ao rubro com o concerto alucinante, criativo e intenso de Devin Townsend.
Foi quando Devin perguntou “what you deserve?” que introduziu para Ziltoid The Omniscient, boneco de dois dentes que serve de capa para o seu álbum com o mesmo nome. A seguir à música “Pixillate”, Devin perguntou ao público se alguém sabia dançar e começou a fazer uma dança completamente alucinada, pedindo a participação do público. Foi nessa sequência que introduziu para Bad Devil. N
a música final “Juular” Devin tinha uma surpresa reservada. Teve um artista convidado, Ihsahn. Depois da saída do palco o público quis mais e não arredou pé, enquanto Devin Townsend não voltou ao palco. Das poucas bandas que fizeram Encore, Devin Townsend Project ainda tocou mais três músicas, terminando com Deep Peace.

Foi chegado o tempo para mais um intervalo e recuperar energias com uma fantástica bifana da cooperativa local, pessoal incasável e que faziam-nas de uma forma fantástica e bem recheadas. O cansaço já se ia acumulando, mas Morbid Angel prometia e as energias iam ser necessárias para captar toda a intensidade desse final de noite. 
David Vincent - Baixo possuído 

Morbid Angel, a banda de Death Metal da Florida, EUA, deu início ao concerto com a música, “Immortal Rites”, do seu primeiro álbum que já conta com vinte e dois anos, “Altars of Madness”. Primaram o público com a intensidade e a garra em palco. O profissionalismo e a qualidade eram de qualidade superior e o “head banging” era geral e contagiante. As mãos e os dedos de David Vincent, o baixista e vocalista, voavam nas cordas. Nunca tinha visto ninguém tocar baixo daquela forma, fiquei fascinada. Tocaram, de entre as dezassete músicas no total, “Pain Divine”, “I am Morbid” “Dawn of the Angry” e a “Chapel of Ghouls” que ainda beneficiou de um solo extenso de Azagoth. 

Na música “God of Emptiness”, a penúltima música antes de terminar o concerto, o público, em ovação geral, estava ao rubro. Nada, nem mesmo o cansaço, impediu o público de terminar em êxtase com a última música de Morbid Angel, “World of shit” (The promised land). 


Os concertos terminaram, mas o pessoal, mesmo cansado, não quis dar por terminado o festival tão agradável e intenso que tinham vivido, por isso, uma grande multidão, dirigiu-se ainda para a zona das tendas onde a música continuava em grande.
De entre várias grandes bandas, pudemos ouvir Sepultura, Meshuggah e Slayer. Muita intensidade, moshes e energia que ainda estava para ser gasta. Eu, depois de levar um banho integral de cerveja, acabei por dar encerrada a noite, mas sempre com muito boa disposição e vontade de voltar novamente para o ano.


Reportagem elaborada e escrita por: Miriam Mateus 
Agradecimentos a: António Gaspar pelo apoio e colaboração na elaboração da mesma e a Nuno Santos pela reportagem fotográfica (todas as fotos aqui)

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