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24/11/2011

Amorphis @Incrível Almadense 22 Nov 2011

O entusiasmo para voltar a ver Amorphis, a banda que conquistou muitos fãs em Vagos do ano passado, era grande, mas após a abertura das portas a Incrível Almadense ainda tinha pouca gente. Felizmente o espaço acabou por ficar bem composto na hora de subirem ao palco, mais de 15 anos depois da sua última actuação na zona da grande Lisboa. Desta vez já com o novo vocalista Tomi Joutsen, que há mais de cinco anos tem vindo a dar uma nova alma e dinâmica à banda. A sua voz única tem uma elasticidade incrível quando passa dum gutural poderoso para uma voz melodiosa e cativante.

Foi por voltas das 20h30 que a primeira banda, os Nahemah, originários da nossa vizinha Espanha, deram início à noite. Mas o som estava estridente e isso não ajudou a cativar os presentes e foi com distorção e um ou outro feedback que fizeram a sua prestação. A segunda banda, por sua vez, teve um som com melhor qualidade e a sua performance foi enérgica e com grande intensidade. Os Leprous, banda originária da Noruega, apresentaram-se de gravata, exceptuando o vocalista que de laço ao pescoço dava saltos vigorosos e conquistou os presentes com a sua voz e performance nas teclas. Foi certamente a primeira vez para muitos ver ao vivo uma banda de metal cujo vocalista era igualmente o teclista, mas que de maneira nenhuma impediu que houvesse interacção com o público.

Após um breve intervalo, o som inconfundível de Amorphis encheu o espaço. Foi o momento que muitos ansiavam e rapidamente encheram a plateia, que agora sim, estava preparada para receber os cabeças de cartaz. Iniciaram o concerto com Song of The Sage, tema do seu novo álbum The Beginning of Times. Mas após mais um tema deste novo trabalho, recuaram uns anos no tempo e tocaram The Smoke. Após Karelia, Tomi começou a cantar um refrão duma música de Rammstein, Pussy, como introdução para Vulgar Necrolatry do seu primeiro álbum e que foi regravada com o novo vocalista no Magic and Mayhem-Tails From The Early Years. Ainda houve direito a mosh na parte da frente da plateia e um gutural com variantes que desconhecia no vocalista, numa excelente prestação. Terminou por dizer que tinham incluído some “radio friendly stuff”, referindo-se à música de Rammstein, mas que adoravam.

Foi um concerto que incluiu temas que marcaram a história da banda, terminando com Black Winter Day, com um poder contagiante e com a participação do público que aplaudiu e cantou até ao final. Foi curto o tempo que demoraram a voltar ao palco, dizendo que aquele ‘seria o momento ideal’ para tocar três temas bem conhecidos. Começaram com Silver Bride, seguiram para My Kantele e terminaram em grande com House of Sleep, mais uma vez acompanhado por palmas e enorme coro do público.

Soube a pouco, teriam ficado ali pela noite dentro a ouvi-los. Nem o cansaço que era visível na banda os impediu de realizar um concerto fantástico e cheio de intensidade.



Set List:

Song of The Sage
My Enemy
The Smoke
Against Widows
Alone
You I Need
Sampo
Karelia
Vulgar Necrolatry
Into Hiding
Crack in a Stone
Sky is Mine
Magic & Mayhem /  Black Winter Day

Encore:
Skyforger (Intro) / Silver Bride
My Kantele
House of Sleep

Por: Miriam Mateus
Fotos: Nuno Santos

21/11/2011

Reportagem Opeth e Pain of Salvation @ Incrível Almadense 2011-11-20


A Incrível Almadense lotou na passada noite de Domingo, mas se o público estava à espera de “assistir a fogo de artifício, então enganaram-se, para isso teriam de ir a um concerto dos Kiss” (palavras de Mikael dos Opeth durante o concerto).

Às 21h em ponto, a banda de abertura, Pain of Salvation, uma banda Sueca tal como os cabeças de cartaz, entrou em palco. Foi a sua segunda visita a Portugal (a primeira ocorreu em 2001 no Festival Guimarães Art Rock) e a sua actuação provou que foram bem escolhidos para acompanhar os Opeth nesta tour. A sala encheu-se de ritmo e de uma sonoridade própria que em conjunto com a voz de Daniel Gildenlöw, que atinge agudos não habituais na voz masculina, deixou a plateia e o primeiro balcão, bem entusiasmada.

A banda estava disposta de uma forma fora do comum, já que estavam os cinco membros em linha na frente do palco. Foi um concerto enérgico e com muita participação do público. Nesta altura já o espaço estava apinhado, possibilitando apenas o abanar das cabeças em sintonia com os ritmos e riffs vigorosos que emanavam do palco. Eram muitos os que conheciam as músicas e acompanhavam a banda durante a sua actuação, sinónimo de muitos fãs presentes. Foram bastante aplaudidos quando saíram do palco.

Quando os Opeth subiram ao palco, as palmas encheram o espaço e o vocalista começou por agradecer por estarmos presentes e anunciou que eles eram os “Opeth, sim os mesmos que estão nos vossos bilhetes”. Despoletou a primeira gargalhada geral da noite e deram início a um concerto que se tornaria, para além de excelente musicalmente e cheio de intensidade, muito divertido e de boa disposição.

Abriram o espectáculo com The Devil’s Orchard, um tema do seu novo álbum Heritage, lançado em Setembro deste ano. Este seria um concerto muito centralizado neste novo trabalho, acabando por se tornar completamente diferente do que apresentaram em Vagos, deste mesmo ano.

Após Face of Melinda, um tema do seu quarto álbum Still Life, Mikael, continuando com a sua boa disposição começou a atirar palhetas para a parte frontal da plateia, dizendo que poderia continuar a fazê-lo pela próxima hora e meia. Seguiram para Porcelain Heart, onde houve um solo de bateria poderoso e muito bem realizado por Martin Axenrot com uma duração de cerca de três minutos, em que os membros da banda não saíram do palco, ficando durante todo esse tempo estáticos a observar a sua performance.

Seguiu-se uma parte acústica de dois temas, The Troath of Winter e Credence. Foi diferente do que os fãs de Opeth estavam habituados e houve quem na assistência começasse a bocejar, não só por serem temas que por si só já são calmos, como acabaram por tornar-se ainda mais por serem tocados desta forma. Senti que houve uma quebra nesta parte no concerto, mas foi bem recuperado quando tocaram as músicas seguintes: Closure (a fechar o set acústico) e Slither, sendo esta última um tributo a Ronnie James Dio, de quem o vocalista sempre foi fã e que faleceu no ano passado. Na Closure, o público cantou praticamente do princípio ao fim e prolongaram o how hooo wo wohow” final, mesmo após a banda a ter terminado. Parecia que os Opeth que conheciam estavam de volta. Anunciaram a última música Hex Omega, demonstrando o desejo de voltar a tocar em Portugal e saíram do palco.

O público queria mais e chamou-os com o “how hooo wo wohow” da parte final da música Closure. Entraram emocionados a questionar por gestos se seriam eles por quem o público chamava, sendo mais uma vez a sua boa disposição contagiante. Mikael apresentou os membros da banda e tentava convencer o baixista a ir dançar para cima da coluna, mas acabou por ir ele. Ainda houve oportunidade para apresentar o membro mais novo, Joakim Svalberg nas teclas, que fez uma demonstração dos vários tons e efeitos que o teclado podia fazer, assim como aquele “som que fazia com que parecessem assustadores”. Por fim disse que ele era o Mikael e terminaram o concerto com Folklore, do novo Heritage.

Este foi um concerto que terá ficado um pouco abaixo das expectativas dos fãs que esperavam ouvir mais clássicos como Deliverance ou Master’s Apprentice mas que nem por isso deixou de ser intenso e com um personalidade única que os caracteriza como a banda que são, Opeth.

SET LIST:
The Devil's Orchard
I Feel The Dark
Face of Melinda
Porcelain Heart
Nepenthe
The Throat of Winter
Credence
Closure
Slither
A Fair Judgement
Hex Omega

Encore:
Folklore

Por: Miriam Mateus
Fotos: Nuno Santos


Opeth-Slither :

Opeth-A Fair Judgement :

18/11/2011

Reportagem Machine Head e Convidados@Coliseu dos Recreios

O ambiente no exterior do Coliseu era de boa disposição. Vários grupos iam-se formando à porta, muitos conversando e esperando por amigos enquanto outros aproveitam os últimos minutos para fazer uma paragem pelas tasquinhas e cafés que, recheados, iam acolhendo os clientes e satisfazendo-os com as suas bifanas, petiscos e imperiais fresquinhas.

Esta era a noite de Machine Head, uma banda que tem já muitos fãs em Portugal e que aguardavam entusiasmados por vê-los e ouvi-los no seu melhor. A sua última actuação em Portugal tinha sido há 2 anos no Optimus Alive, um evento completamente distinto do que estava para acontecer nesta noite, visto que agora eram eles cabeça de cartaz e iam tocar num espaço fechado. Vieram acompanhados de mais 3 bandas, Darkest Hour, DevilDriver e Bring me The Horizon. Notava-se que entre o público havia grupos distintos que se dividiam entre Devil Driver e Bring me The Horizon como a banda de eleição a ver para além dos cabeças de cartaz.
Talvez por esse motivo e apesar de um Coliseu composto, foram muitos os que ficaram no exterior enquanto os Darkest Hour abriram a noite. Foi com DevilDriver que o espaço começou a aquecer para os momentos de intensidade que ainda iam ocorrer. Durante o seu concerto os moshes na parte frontal da plateia foram constantes, ‘crowd surfing’ e ainda um ou outro ténis que saltava deixando alguns descalços.

Quando os Bring Me The Horizon subiram ao palco o recinto encontrava-se já bem recheado de uma massa de gente que vibrava ao som e à energia que emanava do palco. Uma banda composta por membros muito jovens, que pulavam e gritavam e tinham uma energia de tal ordem que era praticamente impossível não ficar contagiado. Foi do meio do mosh, composto por umas boas dezenas de pessoas, que um primeiro corpo voou, à vontade, um metro acima das cabeças do público e de braços abertos aterrou em cima de mãos que o levaram até à frente. Foi um concerto enérgico mas quando houve um interregno entre músicas, o público aclamou foi por Machine Head e não pela banda em palco. O som durante a actuação das três primeiras bandas esteve demasiado estridente e com os instrumentos indefinidos, com algumas queixas de pessoas que não ouviam os riffs, mas esse foi um problema que não se colocou para a banda seguinte.

O palco ostentava um ecrã lateral, de onde começaram a surgir imagens de sangue a escorrer e a preencher o ecrã de vermelho. É nesse momento que o Coliseu, agora repleto de corpos vestidos de negro e de braços no ar, a música “I Am Hell” começa e da plateia sai um ruidoso: “Sangre, Sani, Sangre, Sani”.

Este foi um concerto muito direccionado para o seu último álbum lançado há dois meses, Unto The Locust, que teve muito boa aceitação e a banda percebeu isso quando ouviu as centenas de pessoas a cantar e acompanhá-los à medida que o concerto ia decorrendo. No entanto, brindaram os fãs com pelo menos um tema de cada um dos seus álbuns anteriores.

Após a música Beautiful Mourning o público não resistiu a gritar por uns bons segundos por Machine Head. Rob simplesmente abanava a cabeça de admiração e agradecimento por essa reacção, seguindo de um “wow, you’re amazing”. Seguiram com The Blood, the Sweat, the Tears, momento este que não acalmou os moshes no centro da plateia que, bem pelo contrário, foram intensificados. A plateia parecia um mar de gente revolto que andava ao sabor das fortes batidas que provinham do palco.

Como introdução para a Locust, Rob fez uma declamação de braços abertos, uma voz com eco e uma luz azulada que tornou o momento cativante e preparou o público para receber esse tema pela primeira vez ao vivo em Portugal. Momento sem dúvida intenso.

Saíram do palco após a música Old e quando regressaram já uma guitarra semi-acústica estava montada abaixo do microfone do vocalista. Era chegado o momento de Darkness Within, uma música do seu novo álbum que começa tranquila mas que ganha uma potência contagiante à medida que vai avançando. O público cantava com o vocalista e até se chegaram a ver alguns isqueiros acessos enquanto Rob cantava nas suas partes mais calmas. Terminaram com o Ten Ton Hammer e saíram do palco com um “Goodbye Lisbon”.

Foi com um “Oe-oe-oe-oeh” cantando pelo público que voltaram ao palco para um encore composto por duas músicas. Ainda houve tempo para algumas despedidas e agradecimentos ao público. A bandeira portuguesa com dedicatórias e nome da banda foi lançada e o vocalista colocou-a nas costas, elogiando a recepção do público português. Rob tinha gostado do hino de regresso ao palco e começou a cantá-lo, incitando o público a fazer o mesmo enquanto começaram a tocar a Halo do penúltimo e “antigo” álbum The Blackening. Terminaram em grande com Davidian.

Set List:
I Am Hell (Sonata in C#)
Be Still and Know
Imperium
Beautiful Mourning
The Blood, the Sweat, the Tears
Locust
This Is the End
Aesthetics of Hate
Old
Darkness Within
---Declaration---
Bulldozer
Ten Ton Hammer
Encore:
Halo
Davidian
Reportagem por: Miriam Mateus
Fotos : Nuno Santos
Machine Head - Darkness Within :

Machine Head - Old

02/11/2011

Septicflesh + Amon Amarth - Incrível Almadense

O Incrível Almadense esgotou para uma noite de intensidade e participação do público que vibrou ao som de Septic Flesh e Amon Amarth.


As ruas foram invadidas por t-shirts alusivas a bandas de Metal. Na porta, formaram-se duas filas que foram escoando com bastante fluidez e em pouco tempo estávamos no interior do Incrível Almadense. O espaço encheu rapidamente. Tanto o primeiro balcão como a plateia estavam compactos e prontos para receber a banda de abertura.

Pouco passava das 21h quando os Septicflesh pisaram o palco. Dois estandartes gigantes com cruzes estampadas destacavam-se e foi na frente dos mesmos que se colocaram estrategicamente dois dos músicos, um em cada um. Com a luz por trás, fizeram um efeito atraente, abrindo então o concerto com o tema “The Vampire from Nazareth”. O público recebeu-os bem, apesar de ainda um pouco acanhado. O vocalista, Spiros “Seth” Atoniou, por sua vez ia puxando por eles e pouco a pouco foram participando.

Após as duas primeiras músicas o público começou a aclamar por Septicflesh. “Seth” disse aos presentes para se recordarem que eram deuses, todos nós somos deuses, “you, we, never forget that". E começaram a tocar o tema "We, The Gods".

A meio da música "The Great Mass of Death" o vocalista pediu a participação do público, pedindo a “Portugal” para começar calmamente a gritar ”hey, hey” em harmonia com a batida da música, até que pediu mais alto, "and now, louder". Este foi o momento em que se sentiram e viram os primeiros movimentos no centro da plateia.

Em "Persepolis" o vocalista pediu à assistência para fazerem um "wall of death" e o centro da plateia transformou-se num turbilhão.

Terminaram com "Five Pointed Star" ficando o baterista sozinho no palco por mais alguns segundos até se levantar, lançar as baquetas e sair. Deram assim por terminado o concerto e deixaram o público a pedir mais, mas a música ambiente surgiu assim como o intervalo.

Foi a vez de subirem ao palco os Amon Amarth. Abriram o concerto com “War of The Gods”, tema conhecido do público que os acompanhou imediatamente. Sem interrupção seguiram para a música “Runes to My Memory”. Foi apenas no final deste tema que Johan Hegg agradeceu ao público em português: “Boa noite Lisboa!”. Mencionou que é muito bom estar de volta e questionou se estavam preparados para Metal, o que levou o público a reagir com um estrondoso “YES!”

Logo após tocarem a música “Live Without Regrets” o vocalista anunciou que iam tocar essa de seguida, se foi gafe ou propositado não deu para perceber, mas a assistência reagiu ao mesmo e de seguida o que tocaram foi “Live for the Kill”.

No tema “The Pursuit of Vikings”, sempre acompanhado pelo público, o vocalista pegou numa câmara de filmar e registou a emoção transmitida pelos fãs que cantavam de braços erguidos. Impressionado, Johan continuou a puxar pela assistência, que cantou o refrão em uníssono.

Johan foi sempre interagindo com o público, criando um elo que se fazia sentir. Ia terminando praticamente cada música com um “obrigado”, mas disse que isso não parecia ser o suficiente. Ao apresentar “Embrace of the Endless Ocean” mencionou que esse tema seria dedicado a todos aqueles que nunca mais regressaram a casa.

Amon Amarth tocaram no total 17 músicas, focando-se essencialmente nos seus dois últimos trabalhos, todas elas cheias de energia e potência. Houve no entanto, alguns momentos em que a voz parecia um pouco mais baixa, assim como o baixo que praticamente não se ouviu, mas a energia esteve sempre presente. Na plateia o mar de gente era revolto, cantando e acompanhando a banda desde o início até ao fim do concerto. Sempre de braços erguidos e trauteando as músicas, tanto na plateia como no balcão, todos pareciam contagiados com o que a banda conseguiu transmitir.

Terminaram com “Death in Fire”, saindo do palco. Mas o público, na expectativa dum encore, continuou a chamar pelo regresso da banda. Regressaram rapidamente, tocando então “Twilight of the Thunder God” e “Guardians of Asgaard”. Nas despedidas, mencionaram o desejo de voltar. Para quem esteve presente o desejo foi mútuo.

Reportagem feita por: Miriam Mateus
Foto por: Nádia Dias (http://www.facebook.com/nadiadiasphotography)

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Setlists :  Septic Flesh | Amon Amarth

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01/11/2011

Reportagem: Moonspell - Incrível Halloween


O Incrível Almadense esgotou para uma noite de Haloween na presença de Moonspell. A banda tem mantido a tradição de nos últimos 10 anos, fazer um concerto nesta noite, tentando desta forma introduzir esta data como sendo a noite de Moonspell. O mote da noite, era Wolfheart, o primeiro álbum da banda lançado em 1995.

Ao chegar ao local a fila tinha já tendência para aumentar, tal era a afluência ao espaço. Podíamos encontrar alguns mascarados de zombies e criaturas fantásticas, que calmamente aguardavam a sua entrada no local. Ao entrar, verifiquei que já havia bastantes pessoas que se iam acomodando junto ao palco e nas filas da frente dos dois balcões, prevendo-se que iria chegar ao limite.

No palco, uma cortina gigante reflectia as fotos da banda tiradas na década de 90, altura em que foi lançado o álbum Wolfheart. Às 22h o Incrível Almadense estava lotado e sentia-se a ansiedade pela entrada de Moonspell no palco. Por entre o som de guitarras, numa última afinação do check sound, o público assobiava e reclamava da entrada tardia da banda em palco.
Foi quando se ouviu o início da música “I'll see you in my dreams” que o público respondeu com a ansiedade estampada nas vozes, prenunciando a eminente entrada da banda. Foi pouco tempo depois que se ouviu uma voz anunciar: “Bem vindos à noite do lobo, a noite do Wolfheart. Estão prontos? Senhoras e senhores, lobas e lobos desta imensa alcateia, eis, os Moonspell!”.

O som inicial de “Wolfshade” invadiu o espaço e foi perceptível, por trás da cortina, a entrada dos músicos. Quando a cortina foi aberta, Fernando Ribeiro, vocalista, entrou em palco e o público saudou-o com ovação geral. Foi dado o início a um concerto intenso desde o primeiro instante. O público esteve sempre presente, cantando, gritando, aplaudindo e vivendo com energia cada momento. A banda, como prometido, foi tocando as músicas pela sequência exacta do álbum “Wolfheart”. Fernando Ribeiro foi puxando pelo público, com frases tais como “Almadense, vamos lá” e o público ia respondendo às suas investidas como um mar humano cantando em uníssono.
Após a música “Lua D’Inverno”, houve um momento em que o vocalista disse que este concerto era dedicado a todos os fãs de Moonspell, aos verdadeiros fãs, aqueles que fizeram do “Wolfheart” aquilo que ele é, chamando-os de alcateia.

Foi após a “Trebaruna” que os Moonspell acrescentaram “Ataegina”, música esta que não está na primeira edição do álbum em questão. Fernando justificou isso com o motivo que a editora alemã deu no momento para a não incorporação da mesma, rotulando-a como “uma espécie de ‘drinking music’ nacional”.

Fernando, trajando nesse momento um casaco apelando ao aspecto vampírico, cantou “Vampiria”. Este foi um tema bem reconhecido pelo público visto ser um tema habitual nos seus concertos. Deram por terminada a primeira parte com o considerado hino da banda, “Alma Mater”. Este tema teve como convidado especial o guitarrista que o gravou originalmente, Tanngrisnir.

Após um breve intervalo, subiram ao palco as dançarinas de Gothic Bellydance, “Ignis Fatuus Luna”, dançando o início da música “Tenebrarum Oratorium I”, extraído do EP Under the Moonspell, desencadeando uma segunda parte igualmente cheia de intensidade, com temas bem conhecidos dos fãs, tais como Opium e Mephisto.

Imediatamente antes de darem o concerto por terminado, Fernando Ribeiro fez os devidos agradecimentos à organização, ao regresso ao espaço mítico que é o Incrível Almadense, às dançarinas, ao guitarrista convidado e a todos os fãs presentes que tornaram esse momento possível. Falou igualmente no lançamento do novo álbum, que está previsto para a primavera de 2012, fazendo uma pequena brincadeira com a música “Ace of Spades” dos Mötorhead, dizendo que era parte de um dos novos temas. Consideraram-no como um dos melhores trabalhos realizados pela banda e esperam que também assim seja considerado pelo público.

Terminaram em grande com os fãs a cantarem em uníssono uma das músicas emblemáticas da banda, “Fullmoon Madness”. Após o seu término, uma ovação geral encheu o espaço e apesar de aclamarem pela banda, esta despediu-se prolongadamente, juntando todos os intervenientes, mas já não regressou.

Após o concerto seguiu-se um after-show com a banda Opus Diabolicum, aqueles a quem o Fernando, ainda em palco, anunciou como sendo os seus delfins. O after-show decorreu no cine-teatro da Incrível Almadense e contou com a presença de alguns convidados especiais e amigos da banda. Num ambiente calmo e intimista, a banda tocou vários temas dos Moonspell e contou ainda com uma música original inspirada neles. Fernando Ribeiro e Mike Gaspar subiram ao palco na música Alma Mater e num improviso cantaram o tema com os Opus.

Foi dada por terminada uma noite em grande, intensa e repleta de misticismo e alma.
Reportagem por: Miriam Mateus
Fotos: Nádia Dias (Nádia Dias Photography)

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Setlist :
Wolfshade
Love Crimes
Of Dream and Drama
Lua D'Inverno
Trebaruna
Ataegina
Vampiria
An Erotic Alchemy
Alma Mater
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Tenebrarum Oratorium (Andamento I)
Opus Diabolicum
Goat On Fire
Opium
Awake!
Raven Claws
Mephisto
Fullmoon Madness

Veja também: