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04/03/2020

[Report] Leprous, Klone, Maraton no Lisboa ao Vivo, 01-03-2020


Após ter marcado presença no Comendatio Music Fest em 2019, a banda norueguesa Leprous regressou aos palcos lusos, desta vez em nome próprio, para apresentar o seu mais recente trabalho.
Os dois concertos marcados, o primeiro no dia 28 de fevereiro no Hard Club (Porto), e 1 de março no Lisboa Ao Vivo (Lisboa), eram aguardados por um crescente número de fãs, após o término da tour Malina e do lançamento de “Pitfalls”.

Com um novo álbum na mochila, “Pitfalls”, era de esperar um daqueles concertos em que o público está positivamente predisposto mesmo antes da banda pisar o palco. Menos não era de esperar com estes meninos, que na última década deram elevação, frescura e qualidade ao som extremo mais amplo e também à cena prog. A banda contemporânea liderada por Einar Solberg criou sempre muitas expetativas nos seus concertos ao vivo.

Mas vamos ao que interessa!


Então...por volta das 21:00 horas, os Maraton surgem em palco, com a plateia a dar-lhes uma calorosa receção, devendo-se em grande parte à interação do enérgico frontman Fredrik Klemp. 
Esta, foi sem dúvida uma escolha adequada para ter como banda de suporte, e conseguiram conquistar novos fãs com a sua atuação, que apenas com um álbum editado, justificaram as ambições que tinham com a estreia numa tour. Quem sabe se com outro bom álbum possam regressar a Portugal, tendo em conta que esta tour lhes abriu portas.



A setlist dos Maraton prometia e deixava em aberto aquela que seria uma noite dedicada ao progressiv e ambient-metal num clima envolvente na sala do LAV, assim como fora duas noites antes no Hard Club do Porto.

Já perto das 22:00 horas, após a entusiasmante prestação dos Maraton, foram os franceses Klone a subir ao palco e a convidar o público para esta jornada com o tema ‘Younder’ do seu último álbum “Le Grand Voyage”


Um som fantástico, os guitarristas numa coreografia desenfreada e sincronizada, aliando o jogo de luzes e como cenário de fundo, a projeção da capa do álbum ao longo do set e uma performance intensa. 
Os “Klone” traziam uma enorme vontade de conquistar o público, objetivo conseguido! Yann Ligner como epicentro com uma interpretação impecável, juntamente com os restantes membros da banda deram um espetáculo com intensidade, paixão e uma conexão contínua com o público que elevava a sua performance.

*Eu estava rendido ao som que me era proporcionado com este primeiro tema (e ainda era só o primeiro).

As malhas ‘Breach’ e ‘Nebulous’ foram excecionais, dentro de um set com temas dos álbuns “Le Grand Voyage”, “The Dreamer's Hideaway” e “Here Comes the Sun”. Um público atento e agradavelmente surpreendido que parecia gostar do que ouvia e se embalava ao ritmo das harmoniosas melodias das músicas.




Em conclusão, uma apresentação mais do que sólida, a competência e seriedade fazem dos Klone uma das grandes bandas contemporâneas da atmosfera prog-rock.

Depois... Leprous

Perto das 23:00 horas, o palco estava pronto para ser entregue a Einar Solberg e sua brilhante companhia para mais um espetáculo memorável.


E foi exatamente isso que aconteceu, a banda surgiu na frente de um público ansioso e apenas com ‘Below’(tema de abertura), provaram ser uma banda de um nível superior. Segue-se ‘I Loose Hope’, outro tema do seu mais recente álbum “Pitfalls”, deixando a plateia animada com esta performance, alimentando-se da energia da banda e vice-versa.



Quem já teve oportunidade de os ver a atuar, sabia o que esperar (mais ou menos), ou seja, um espetáculo singular. O som foi sempre um aliado perfeito, permanecendo em níveis altos durante todo o set, levando a um concerto brilhante. 

Escusado será dizer que Einar Solberg era o centro das atenções, mas não significava de todo que ofuscava os restantes elementos do grupo, os guitarristas Tor Oddmund Suhrke e Robin Ognedal, o baixista Simen Børven, o baterista Baard Kolstad e ainda o violoncelista Raphael Weinroth-Browne a reforçar o quinteto norueguês. Muito pelo contrário, o contributo destes para o som e performance de Leprous é enorme, e mostraram isso no passado domingo.


E o concerto continuou com ‘Stuck’ do álbum anterior “Malina” e ‘Third Law’ de "The Congregation", regressando ao Pitfalls” com ‘Observe the train’ e ‘Alleviate’. As músicas do novo álbum foram excecionalmente bem-vindas, o que nem sempre acontece quando as bandas se apoiam fortemente nos recentes trabalhos, por serem mais desconhecidos do público em geral. Isto só prova que Pitfalls” é uma obra-prima no percurso discográfico de Leprous.

Após o belíssimo tema ‘Mb. Indifferentia’ de “Bilateral” somos intercetados por‘Angel’ (cover de Massive Attack), levando o momento emocionante do concerto numa direção psicadélica.

Um concerto de Leprous não parece ser possível sem tocarem ‘The Price’, considerada uma das músicas do catálogo da banda, e a reação do público foi a prova disso mesmo.



Um dos momentos altos da noite foi a apresentação de ‘Distant Bells’ do último álbum, que se constrói e desenvolve magistralmente até ao final arrepiante da música.


Após uma simulada despedida, porque não era obviamente a hora da despedida... a banda retorna para um encore, ‘The Flood’ com tons mais guturais de Einar Solberg deixa o público em êxtase. 
Seguiu-se ‘From The Flame’ e para terminar uma noite incrível e avassaladora ‘The Sky is Red’, com Baard Kolstad já sem camisa a brilhar por trás da sua bateria nestes dois últimos temas. 



Para os fãs mais comprometidos (como eu), este foi o mais próximo do que se pode chamar de um concerto perfeito (pecando apenas por não incluir outros excelentes temas).


*E se eu tivesse de escolher de entre todos os momentos do concerto, era-me difícil ignorar ‘Mb. Indifferentia’, ‘Distant Bells’, ‘Alleviate’ e ‘The Sky Is Red’. Sim, pelo que me fizeram sentir a ver e ouvir ao vivo, estas malhas seriam certamente os meus destaques. E só posso desejar, que regressem o quanto antes.

Obs: * Opinião pessoal

Texto: Mário Ruy Vasconcelos
Fotos: Joana Marçal Carriço (todas as fotos brevemente AQUI)
Agradecimentos: Free Music Eventos

Vídeos incorporados: Facebook de Patrícia Amorim e Youtube de Susana Gonçalves (mais vídeos abaixo)




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