Segundo dia de Novembro, fim-de-semana prolongado após o Dia de Todos os Santos. Duas bandas do mais alto nível nacional preparavam-se para nos encher de razões que justificariam a nossa comparência no Teatro Helena Sá e Costa, com hora marcada para as 21h30.
Os Needle entraram em palco sem a sua vocalista para abrirem o concerto com o ainda não lançado instrumental “You’ll Die Alone”, prosseguindo com os temas “Collision” e “Misty Path” (este último que já havia sido lançado anteriormente como single) do seu único álbum até ao momento, “Converge”.
Seguiram-se dois temas ainda não disponíveis em formato digital (“12:14” e “Elude”), e para encerrar a performance voltaram ao álbum com os temas “Freedom” e “Inner Voices”.
Uma actuação muito sólida de música caracterizada pela junção de um rock/metal progressivo moderno, com uma abordagem auditivamente mais “tradicional” na voz de Soraia Silva e nos solos de guitarra de Luís Costa. Ficou-se apenas a desejar um pouco mais de profundidade ao instrumental na mistura de som, apesar de que talvez tenha sido essa a sonoridade pretendida pela banda.
Ao intervalo a chuva fazia das suas, optando a maioria das pessoas por uma ida ao quarto de banho, um café de máquina, ou simplesmente um convívio na lata de sardinhas em que se transformou o hall de entrada para o auditório.
Na terceira actuação ao vivo desde as últimas alterações ao elenco e à semelhança da banda anterior, os Sullen abriram com a estreia de um tema totalmente inédito (cujo nome foi-nos pedido para manter em sigilo) que constará no próximo álbum, prosseguindo com um playthrough quase integral do seu já icónico álbum de estreia “post human”.
De fora do alinhamento ficaram apenas os temas “Devata” e “Place of Time” do álbum, abrindo espaço para outro novo tema que já havia sido apresentado pela primeira vez ao vivo na passagem da banda pela edição deste ano do Comendatio Music Fest.
A surpresa mais interessante da noite foi a inclusão de uma nova abordagem em sintetizador à performance, pelo baixista Ricardo Pinto. O som do grupo esteve consistente e poderoso, com apenas alguns desequilíbrios entre a voz cantada ao vivo e os back vocals programados.
Para o agradecimento final foram chamados ao palco três antigos membros da banda que fizeram questão de marcar presença neste dia (César Teixeira, Guilherme Lapa e João Pereira), proporcionando-se um belo momento de fraternidade entre o passado e o presente.
De salientar o trabalho de luzes de Alexandre Vieira, que correspondeu à qualidade musical de todo o espectáculo, mesmo em modo improviso na performance da primeira banda. Valeram definitivamente a pena as quatro horas só para pendurar todos os holofotes, mais as outras tantas de ajustes (shoutout a toda a equipa técnica do THSC).
Um concerto para definitivamente recordar, com um ambiente e feedback gerais bastante positivos. Para datas futuras está já anunciada a presença dos Sullen no RCA Club a 1 de Maio do próximo ano, e esperamos ouvir novidades de Needle igualmente no entretanto.
Texto: Daniel Aires
Fotos: Cristina Costa (todas as fotos AQUI)
Fotos: Cristina Costa (todas as fotos AQUI)