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04/06/2019

[Report] MONSTROSITY e convidados em Lisboa


Depois do anúncio do cancelamento do mesmo evento na cidade do Porto, era muito alta a expectativa dos fãs sobre o concerto agendado para a passada quarta feira, dia 29 de Maio, no RCA Club em Lisboa.
As dúvidas foram imediatamente dissipadas ao passar pelas portas da sala durante a tarde, onde logo se verificou que o “malfadado” tour bus já se encontrava estacionado e com os técnicos a prepararem a sala, para mais uma noite repleta de bom death metal old school, oriundo da Flórida.

Como já tem sido habitual nos concertos realizados nesta sala, os atrasos não fazem parte da setlist a apresentar e, por esta razão, à hora marcada entravam em palco os portugueses Beyond Carnage para abrir as hostilidades. A plateia estava demasiado vazia e sem muita vontade para aquecer o ambiente.
Não obstante, os Beyond Carnage apresentaram o seu som, muito influenciado pelas bandas das décadas de 90/00, com a atitude que se pedia e sem olhar a receios. Neste ponto, João Colaço e companhia demonstraram uma energia ao nível do que se pedia para este tipo de concertos. No entanto, sem que do lado do [pouco] público que vestia a sala existisse retorno.


Havia muita curiosidade por parte do público acerca dos The Devil. Este quarteto oriundo de Inglaterra vinha apresentar o seu Atmospheric Gothic Metal, e o atraso (situação rara no RCA Club) apenas serviu para adensar ainda mais essa mesma curiosidade.

Já com todo o equipamento montado em palco, eis que chegava a hora da subida ao palco dos The Devil e, logo no início, deu uma sensação de déjà-vu com a entrada dos quatro elementos ostentando máscaras e fazendo lembrar aos presentes a nova tendência da moda, apesar de utilizarem uma versão mais veneziana, em vez dos tradicionais capuzes pretos, já bastante batidos.

Porém, a expectativa mantinha-se por parte dos presentes, até porque não se visualizava nenhum microfone instalado no palco e, portanto, se fazia prever algo bem mais instrumental. Com o início do concerto, essa dúvida ficou imediatamente dissipada, com uma composição em jeito de video-clip de excertos de momentos históricos e repletos de destruição ocorridos no nosso planeta durante as últimas décadas (Guerra Mundial, Vietnam, Guerra fria, 9/11, etc.) e a inclusão de frases imortalizadas por figuras públicas associadas a estas imagens apresentadas nos ecrãs.

Relativamente à performance dos The Devil, penso que ficou um pouco aquém do estaria à espera, mas não deixou de surpreender pela positiva. Houve alguns desacertos, principalmente na bateria, possivelmente causado pelo excesso de roupa utilizado, a fazer lembrar uma noite mais rigorosa de Inverno e que não era complacente com os movimentos necessários para este instrumento. Em todo o caso, é sem dúvida uma banda a rever num futuro próximo, talvez associado a um outro tipo de noite que não old-school.

Finalizadas as actuações dos Beyond Carnage e The Devil, o mote estava dado para as estrelas da noite e a principal razão que nos levou ao RCA Club. Ao som de Slayer e com a entrada em palco de Lee Harrison para ocupar o seu lugar de direito na bateria, tudo indicava para que este fosse um concerto bem diferente dos anteriores, fazendo adivinhar que o ambiente poderia aquecer bem mais do que já estava.


As primeiras notas de “Cosmic Pandemia” tiraram todas as dúvidas aos presentes, com os Monstrosity a serem logo presenteados com um circle-pit (ainda que muito ténue) e algum headbanging por parte dos fãs que estavam na sala para ver, pela primeira vez em Portugal, mais uma das bandas ícones do death metal que se fazia Flórida na década de 90.

Com um setlist variado, onde se pode ouvir os clássicos de todos os registos de longa duração da banda, foi bom ver o ambiente da sala a tornar-se cada vez mais inflamado à medida que o espectáculo se ia desenrolando.

Sem que existisse muita interacção com o público, uma falha a apontar a esta banda, por parte de Mike Hrubovcak, coube a Leea tarefa de tentar interagir com os presentes. No entanto, também seria ele o protagonista do que gostaria de apelidar como o momento caricato da noite que deixou algum burburinho na sala. Após o seu solo de bateria (algo que achamos dispensável bem como obsoleto neste tipo de espectáculos) ficou no ar que o concerto teria acabado.

Felizmente que, após alguns momentos, eis que os Monstrosity entraram novamente em cena, para muito regozijo dos presentes. Foram, então, presenteados com os clássicos “Destroying Divinity”, “Angels Venom” e “Suffering to the Conquered”, retirados do álbum In Dark Purity,levando as suas letras a serem entoadas pelos seus fãs mais incondicionais presentes.

Com o aproximar do final do espetáculo, mais uma vez se pôde verificar que, apesar da tímida interacção com o público por parte dos restantes elementos dos Monstrosity, foi do baterista e elemento mais antigo que veio a maior dose e simpatia para com os fãs que se aglomeravam junto às grades, à espera de um souvenir para eternizar este evento.

Apesar de vazio em termos de público, foi bastante caloroso em termos de espectáculo.

Texto e Fotos: Ricardo Branco
Agradecimentos: Notredame Productions
Todas as fotos aqui:
Monstrosity + Devil + Beyond Carnage 2009

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