Apesar de uma terça-feira chuvosa previa-se que o Paradise Garage fosse encher para uma noite intensa e pesada. Os bilhetes esgotaram bem antes da data marcada, apesar de no próprio dia a promotora ainda ter disponibilizado a venda de algumas dezenas à porta. Mas, do prever uma noite intensa, a ver e sentir toda a plateia saltar ao som da banda americana, Trivum, foi sem dúvida um momento marcante e inesquecível. O vocalista, Matt Heaffy, repetiu vezes sem conta que o público português foi simplesmente “amazing”. E quanto ao público, esse delirou do princípio ao fim, sem parar de cantar, pular e entre moshes e crowd surfing, vibrar com a energia que emanou daquele palco.
Revolution Within |
Durante o check sound de Trivium, a assistência mostrava-se ansiosa, chamando insistentemente por eles e interagindo inclusivé com o pessoal do check sound. Para um pré-aquecimento do público a banda escolheu passar o tema “Hallowed Be Thy Name”, dos Iron Maiden e mal a música terminou os Trivium entraram em palco.
Tudo parecia estremecer quando as primeiras batidas irromperam no Paradise Garage. Começaram com “Capsizing The Sea”, intro para a apelativa "In Waves" do seu último álbum com o mesmo nome, e foram desfilando temas de praticamente todos os seus álbuns. No terceiro tema, já todo o público saltava fazendo parecer um mar agitado. Era impossível não se deixar envolver por essas ondas gigantes e turbulentas.
Matt apresentou-se aos fãs em português e mencionou que apesar de a vontade de virem tocar a Portugal já existir há anos só agora conseguiram vir pela primeira vez. Este foi o último concerto da tour que dura há cerca de um ano e meio e ficou certamente marcado na história da banda como um grande momento, porque pelas suas palavras e reacção ficaram rendidos à forma como foram recebidos pelos portugueses. Penduraram inclusivé a bandeira portuguesa oferecida pelos fãs, na plataforma de onde se erguia a bateria, ficando ali até ao final do concerto.
Após "Entrance Of The Conflagration” do seu terceiro álbum “The Crusade”, momento para um Wall of Death gigante, Matt continuou a puxar pelos fãs, pedindo mais e mais. Mencionou ainda que todos erámos iguais, a banda e o público e todos precisávamos estar em sintonia. A banda não ficou desiludida ou a frase “you’re amazing” não sairia de forma tão espontânea, consecutiva e sentida.
A banda mostrou-se sempre com grande à vontade e energia em palco e apesar do som elevadíssimo e algumas inconstâncias por parte da bateria, pode-se dizer que foi um dos melhores concertos do género nos últimos tempos, pela entrega de ambas as partes e pela intensidade constante. Dedicado a todos os presentes e a Portugal, terminaram em grande com “Throes of Perdition”.
Já na despedida e com o tema de fundo “Leaving This World Behind”, foram distribuindo umas centenas de palhetas e algumas baquetas pelo público, deixando a promessa do regresso a Portugal.
SET LIST:
In Waves
Like Light to the Flies
Rain
Into the Mouth of Hell We March
Down From the Sky
Entrance of the Conflagration
Black
The Deceived
Watch the World Burn
A Gunshot to the Head of Trepidation
Ember to Inferno
Built to Fall
Dying in Your Arms
Pull Harder on the Strings of Your Martyr
Torn Between Scylla and Charybdis
Throes of Perdition
BREVE ENTREVISTA A REVOLUTION WITHIN:
BREVE ENTREVISTA A REVOLUTION WITHIN:
No seguimento do concerto, a Songs For The Deaf Radio conseguiu uma espécie de flash interview com a banda de abertura, Revolution Within.
Songs For The Deaf Radio: O que sentiram ao saber que iam abrir o concerto de estreia em Portugal dos Trivium? Superou as vossas expectativas?
Revolution Within: Ficámos extremamente contentes pois sabíamos de antemão que seria uma excelente oportunidade de chegar a mais público. Era uma oportunidade pela qual ansiávamos e que não podíamos desperdiçar… Por outro lado, também ficámos satisfeitos por vermos que o nosso trabalho também é reconhecido por quem organiza eventos. Quem sabe num futuro próximo poderá servir-nos para abrir portas lá fora…
No que diz respeito ao concerto, superou largamente as nossas expectativas, sem dúvida! Pensávamos que, uma vez que éramos a banda de abertura, teríamos muito menos público que os headliners… Ainda bem que nos enganámos!
O concerto foi brutal! O público foi extraordinário! Nunca pensámos ter tão boa reacção! Por mim voltávamos a tocar hoje (risos)…
No que diz respeito ao concerto, superou largamente as nossas expectativas, sem dúvida! Pensávamos que, uma vez que éramos a banda de abertura, teríamos muito menos público que os headliners… Ainda bem que nos enganámos!
O concerto foi brutal! O público foi extraordinário! Nunca pensámos ter tão boa reacção! Por mim voltávamos a tocar hoje (risos)…
SFTD Radio: O que se pode esperar dos Revolution Within, no futuro?
RW: O mesmo de sempre: entrega, atitude, alegria, humildade e prazer. Não sabemos fazer as coisas de outra forma. Tudo o que conseguimos até hoje foi à custa de algum sacrifício, mas tem valido a pena, sem dúvida. Naturalmente queremos continuar a crescer e a ver o nosso trabalho reconhecido, por isso parece-me legítimo que no futuro queiramos chegar ainda a mais pessoas. Esperamos dar mais concertos, sendo que alguns desses concertos serão no estrangeiro, pois será mais uma forma de provar o nosso valor. Tudo a seu tempo e de uma forma minimamente organizada para não apanharmos dissabores…
Entrevista por: Joana Carriço