Sexta-feira, 3 de Agosto e a Lagoa do Calvão aguardava impassível pela chegada dos festivaleiros que desde quinta-feira se foram acomodando nas suas margens. A zona do acampamento estava já bem recheada quando chegámos para mais uma edição do Vagos Open Air e havia grande movimento de pessoas fora do recinto. A entrada foi feita tranquilamente e a partir daí o ritual Vagos começou. A compra de senhas para as barraquinhas da Super Bock estava no mesmo sítio do ano anterior, na zona central atrás da cabine de som. Sentiu-se a inflação na compra das mesmas, mas não foi suficientemente impeditivo de as comprar e desta forma permitir que as ‘louras’ cintilantes e frescas fossem disfarçando o calor que se fazia sentir.
O primeiro concerto já tinha ocorrido quando entrámos, perdendo a prestação da única banda portuguesa do dia, os Disaffected
A segunda banda, Northland, foi uma surpresa agradável. A banda espanhola, de Folk Metal, cativou o público desde o primeiro tema e emanaram uma energia contagiante a ponto de manter os seguranças bem ocupados na frente do palco que iam recolhendo incessantemente os que chegavam lá à frente a fazer crowd surfing. Dedicaram o tema Everything Becomes Dust aos políticos e na música seguinte já o público os acompanhava no refrão marcando o ritmo ao som dos ‘hey hey’. Seguiram com Immortal Forest Song e terminaram com Revenge.
Com algum atraso e ao som do Prologue do seu último álbum, foram entrando no palco os Eluveitie que abriram o concerto com Helvetios. Após A Rose for Epona o vocalista aproveitou a pausa entre músicas para falar bem do nosso país e que assim como o deles também tem a sua própria história, algo que os cativa. Seguiram com o tema Inis Mona com ovação geral, seguida por Alesia. Foi chegada a altura dos temas mais pesados e com The Uprising o movimento no público aumentou havendo lugar a moshes e crowd surfing. No tema seguinte, Kigdom Come Undone ainda se proporcionou um circle pit bem movimentado e terminaram em grande com Havoc.
Os Enslaved foram a quarta banda a pisar o palco e apesar de alguns problemas iniciais com o som tiveram uma boa prestação e competente. O público foi participando e interagindo com a banda. Após o tema As Fire Swept Clean the Earth, tocaram Immigrant Song uma cover de Led Zeppelin. Terminaram em grande energia com o tema Isa.
A banda Arcturus subiu ao palco com energia mas o som dos instrumentos estava baixo em oposição à voz do vocalista e esta não cativou o público. Envergando uns óculos de aviador, o vocalista ia mantendo a sua própria postura e como banda iam tentando atrair os presentes à sua sonoridade, mas o público não pareceu convencido e iam pouco a pouco dispersando-se à medida que o concerto avançava. Terminaram com Paiting My Horror.
Meia-noite e foi chegada a vez dos At The Gates subirem ao palco, os cabeça de cartaz que atraíram muito gente a Vagos na sexta-feira. Dedicaram o tema Windows ao pessoal mais Old School e que conhece o álbum The Red In The sky is Ours, lançado há exactamente 20 anos. Foram tocando temas dos seus álbuns mais antigos, assim como World of Lies de 96 e Forever Blind de 94. Em todo o concerto o público devolveu a energia que emanava do palco e apesar desta ter sido a primeira vez que a banda tocou em Portugal, e disseram que tinha demorado algum tempo mas que tinha sido um grande prazer tocar cá. Terminaram em grande com Kingdom Gone.
No entanto a noite de sexta-feira tinha ainda um convidado especial, a banda sueca Nasum
Este foi um concerto integrado numa digressão de despedida que a banda pretendeu fazer, em virtude de não terem tido essa oportunidade antes do seu término, provocado pela morte do vocalista. Então todo ele foi uma despedida, assim como o vocalista chegou a verbalizar em certa ocasião. Tocaram temas tais como Shadows e I See Lies, logo após um circle pit brutal. Mas a banda ainda não estava cansada, chegando o vocalista Keijo a partilhar que tinha bebido muita cafeína, logo não ia dormir. Foi assim continuando a pedir a participação dos presentes que foram respondendo e interagindo como eles. Terminaram com a participação do público a cantar o refrão com a banda e usaram o tema The End dos The Doors como acompanhamento para a sua saída de palco e mais uma vez reforçar o seu mesmo fim.
Este foi o término dum primeiro dia de peso. No entanto, a noite para alguns, continuou até de madrugada, ao som dos AC/DC ou do soundtrack dos Star Wars com as DJ's Twisted Sisters.
Por: Miriam Mateus
At The Gates - Unto Others :